Cruzadas: o fim de uma era
História do Brasil e do Mundo

Cruzadas: o fim de uma era


Empreender uma cruzada era uma tarefa árdua para os reis europeus. Consumia o tesouro e enfraquecia a autoridade do monarca, que passava anos longe do reino. Por outro lado, para o papa Inocêncio III, campanhas patrocinadas por reis não eram bem-vistas. Para ele, quem deveria controlar a empreitada era a Igreja. Mas, quando o papa lançou um apelo por uma nova expedição, em 1198, seu pedido foi ignorado. França e Inglaterra estavam em luta e não se mostravam dispostas a ceder homens para a Guerra Santa. Mesmo entre a pequena nobreza européia, as Cruzadas haviam perdido seu sabor místico e idealista. A muito custo, reuniu-se um grupo de combatentes cujo maior interesse era a possibilidade de pilhagem. Tanto é que preferiram assaltar Constantinopla, uma cidade cristã, a combater os muçulmanos na Terra Santa. E a Quarta Cruzada virou um desastre. As Cruzadas seguintes foram empreendimentos isolados, sem muito sucesso. ?Visto à luz de seus propósitos originais, as Cruzadas foram um fracasso. Não promoveram conquistas permanentes na Terra Santa. Não retardaram o avanço do Islã. Longe de ajudar os bizantinos, aceleraram sua desintegração. Fomentaram a intolerância entre muçulmanos e cristãos, onde antes havia um mútuo respeito. E ainda recrudesceram o anti-semitismo na Europa?, escreveu o historiador Williston Walker em seu livro A History of Christian Church (Uma História da Igreja Cristã, inédito no Brasil).
Cruzada Albigense (1209-1229)
O papa Inocêncio III decretou, em 1208, uma cruzada para exterminar a seita herética dos cátaros do sul da França. A repressão se estendeu por 20 anos.
Cruzada das Crianças (1212)
O jovem pastor Nicholas de Colônia, guiado por um êxtase místico, liderou cerca de 20 mil garotos até Marselha (França). Lá, foram embarcadas em direção à Terra Santa e acabaram vendidas como escravos em Túnis (Tunísia). Outro grupo de crianças iludidas pela causa partiu da Alemanha, cruzou os Alpes e acabou se dispersando na Itália.
Oitava Cruzada (1267-1270)
Atormentado pelos insucessos em sua campanha anterior na Terra Santa e recebendo notícias cada vez piores do além-mar, Luís IX decidiu, em 1267, empreender uma nova cruzada. Em 1270, desacreditado por seus súditos, ele atacou Túnis, mas acabou morrendo durante o cerco, em 25 de agosto, devido a uma epidemia de peste, fato que encerrou a empreitada.
Quarta Cruzada (1202-1204)
Tornou-se a mais infame de todas. Sem o apoio de monarcas europeus, os cruzados pilharam a cidade portuária de Zara (Croácia), que era cristã, e foram excomungados pelo papa. Em 1203, atacaram e saquearam a riquíssima Constantinopla, capital de Bizâncio, sob o pretexto de que os bizantinos haviam sabotado os cavaleiros cristãos em campanhas anteriores à Terra Santa.
Quinta Cruzada (1218-1221)
Em 1218, um exército comandado pelo cardeal Pelagio desembarcou em Damietta, no Egito. Os ayubitas tentaram um acordo com os invasores, no entanto, a cidade foi tomada em novembro de 1219. Animados, os cruzados avançaram contra o Cairo em 1220, porém foram massacrados pelos islâmicos. Em 1221, Damietta foi recuperada pelos ayubitas.
A queda de Acre (1291)
A tomada da última cidade cristã pelos mamelucos, em 1291, marca o fim da era das Cruzadas na Terra Santa.
Sexta Cruzada (1228-1229)
Liderada por Frederico II da Alemanha. Assim que chegou à Palestina, alcançou um acordo diplomático com o sultão Malik al-Kamil. O sultão concordou em ceder Jerusalém, Belém e uma faixa costeira até Acre para os cristãos, mas o acordo durou apenas 15 anos. Em 1244, a cidade foi retomada pelos egípcios, o que levou ao lançamento da Sétima Cruzada.
Sétima Cruzada (1248-1254)
O devoto rei da França Luís IX embarcou com 20 mil homens rumo a Damietta, no Egito. O plano era tomar a região e depois atacar Jerusalém. Damietta caiu rapidamente, mas os muçulmanos lançaram um contra-ataque em Mansurah. Luís retornou a Damietta, onde acabou capturado. Após pagar um alto resgate, ainda atuou em Acre, voltando para a França em 1254.


1193
Saladino morre.
1204
Cruzados atacam Constantinopla
1206
Genghis Khan unifica mongóis
1209
Fundada a Universidade de Cambridge
1212
Cristãos vencem mouros em Las Navas de Tolosa (Espanha)
1260
Mamelucos derrotam mongóis em Ain Jalut
1271
Baibars captura o Krak des Chevaliers
1291
Queda de Acre, última fortaleza cristã na Palestina

Revista Aventuras na História




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