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A cidade, que é patrimônio cultural da humanidade, nasceu com a exploração das minas de ouro, um marco na ocupação do interior no Brasil.
A cidade mineira de Ouro Preto, patrimônio cultural da humanidade, completou nesta sexta-feira (8) 300 anos. O repórter Ismar Madeira conta como essa trajetória refletiu momentos importantes na história do Brasil.
É uma viagem ao passado. Os casarões coloniais, as igrejas barrocas, a arquitetura do século XVIII. "Não esperava que fosse assim tão bonito como eu estou vendo agora", conta um homem. "Sem dúvida é uma riqueza muito grande", afirma uma mulher.
Ouro Preto nasceu como Vila Rica, lugarejo erguido a partir da exploração das minas de ouro, um marco na ocupação do interior do Brasil. "Toda a ocupação litorânea, que são os dois primeiros séculos do descobrimento do Brasil, há uma mudança com o descobrimento do ouro. E é exatamente Vila Rica o ponto principal", explica a pesquisadora Carmen Lemos.
"Sobre a triste Ouro Preto, o ouro dos astros chove". O verso do escritor Olavo Bilac, que morou na cidade, descreve o pôr do sol em Ouro Preto. Nos livros, começa a ficar registrada definitivamente, no século XIX, outra riqueza da cidade: a cultural.
No Museu da Inconfidência, um dos primeiros dicionários da nossa língua impressos no Brasil, a prensa em madeira torneada, as mais antigas chapas de impressão de texto existentes no país.
A novidade tecnológica, neste século, resgatava a história de um herói que viveu em Ouro Preto. "No século XIX, a literatura vai ser responsável pela difusão do Tiradentes, do movimento da inconfidência. A imprensa, a partir do movimento republicano, ela vai difundir isso para todos os leitores", explica a especialista em literatura Francelina Drummond.
Riqueza histórica reconhecida no século XX. Em 1933, Ouro Preto é decretada monumento nacional por Getúlio Vargas e, em 1980, ganha da Unesco o título de patrimônio mundial.
"É arte pura. Em qualquer canto que você olha, qualquer ângulo que você olha na cidade você tem um cartão postal, você tem uma imagem que te traz beleza, te traz história", diz o professor Valmir Souto.
A aniversariante chega linda aos 300 anos, mas não para de crescer, mudando a paisagem. E precisa de cuidados contra a ação do tempo. Agora, no século XXI, o desafio é manter a preservação. "Preservar a história. Não só os casarios, não só esse patrimônio material. Mas a cultura de maneira geral", conta a historiadora da Ufop Maria do Carmo Pires.
Fonte: g1.globo.com/jornal-nacional/
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