História do Brasil e do Mundo
Cerâmica Tapajônica
A arte é uma das representações da cultura de um povo. Em Santarém a arte se apresenta de variadas formas: na dança, na pintura e também na cerâmica. A Cerâmica Tapajônica ou santarena se desenvolveu entre os índios que habitavam as margens do Rio Tapajós. Segundo a arqueóloga Anna Roosevelt, os Tapajós seriam descendentes do povo de hábeis artesãos, este supostamente descendente dos Maias ou de Incas, que se desenvolveu na região de Santarém a partir do ano 1200 a.C.
A beleza da Cerâmica Tapajônica, ou como também é conhecida Cerâmica de Santarém, lembra o estilo barroco e a antiga arte chinesa, devido os detalhes de suas peças zoomorfas de feições ornamentais muito análogas. A maioria das peças da Cerâmica de Santarém foi encontrada em zonas de terra preta ou nas áreas conhecidas como bolsões. Por séculos, essa cultura ficou desconhecida da civilização moderna e, a partir do século XIX causou interesse ao ser divulgada por historiadores. As peças foram vendidas a colecionadores do Brasil e do exterior, o que fez com que essas peças, hoje, só possam ser encontradas em museus e em coleções particulares, em Santarém. Essa arte pode ser vista no Centro Cultural João Fona.
A cerâmica tapajônica é de fato o artesanato mais antigo do povo da região do Tapajós, alguns testes realizados nos EUA pela pesquisadora Anna Roosevelt, comprovam que foram produzidas há mais de seis mil anos, desde esse tempo os habitantes desta região já faziam peças como vaso de gargalo, vaso de cariátides e outros utensílios de suas necessidades.
Podem-se classificar as peças artesanais de Santarém em dois tipos: o vaso de gargalo onde predominam elementos zoomorfos e também representações de rostos humanos nos bojos esféricos dos vasos. Os vasos de Cariátides é assim chamado por estar o prato suportado por três fíguras femininas. Além da decoração incisa e ponteada, há abundante e rebuscada decoração plástica, com motivos antropomorfos e zoomorfos. Além desses dois tipos de peça da Cerâmica Santarena, destacam-se também as estatuetas; essas apresentam grandes variedades de formas antropomorfas ou zoomorfas. Podem ser: ocas, maciças, ou com partes ocas e partes maciças. Os Muiraquitãs, que são Fabricados de barro, pedra e até concha, apresentam-se sob cores variadas (amarelo, preto, cinza, vermelho) e não apenas verde como geralmente é mais conhecido.
Embora haja beleza e qualidade do trabalho de antigos habitantes de nossa região e dos novos artistas de nossa época, a cerâmica tapajônica ainda é pouco valorizada. Talvez a causa dessa desvalorização seja a falta de divulgação na história, ou o próprio desinteresse da população de Santarém, ou até mesmo da existência de poucos lugares para que essas peças possam ser prestigiadas.
Devemos considerar a arte tapajônica como um ícone da cultura santarena, pois traz em si fidelidade aos traços de nossa cultura. Hoje, podemos encontrar um exemplo de projeto que visa a preservação da nossa identidade cultural, é o “Projeto de resgate da Iconografia Santarena” da Faculdade Integradas do Tapajós, em parceria com o Banco da Amazônia, que tem como objetivo procurar revitalizar as técnicas de produção da arte cerâmica, recuperando os mais importantes traços do grafismos e das incisões iconográficas produzidos pela tribo Tapajó a fim de transformá-las em referências oficiais da cultura santarena.
A Cerâmica Tapajônica não pode ser deixada de lado, tem que ser preservada e prestigiada, pois só com a valorização da nossa cultura podemos conhecer nossas origens. Devemos considerar que a cerâmica de Santarém é uma das mais belas da pré-história brasileira e talvez, a mais antiga da Amazônia.
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Fontes: Amazon View. Belém/Manaus. Edição 76. Ano X. EDIGRAM. Março/ Abril 2006; Faculdades Integradas do Tapajós – FIT. Iconografia santarena: figuras zoomórficas e antropomórficas dos artefatos tapajônicos. Santarém. Brasil. 2ª ed. 2006; http://www.amazonia.com.br; www.santarem.pa.gov.br; www.mae.usp.br/ adaptado por: Suelen Regina Aguiar Rocha.
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