Caminhos da Consciência Negra.
História do Brasil e do Mundo

Caminhos da Consciência Negra.



Vera Regina Rodrigues da Silva*
Artigo publicado no Jornal O Povo em 20/11/2015


O Brasil é um país que ficou internacionalmente conhecido pela sua diversidade etnicorracial. No entanto, essa diversidade também veio acompanhada de profundas desigualdades oriundas de processos históricos, como a escravidão e a abolição inconclusa. Isto é uma pseudo-liberdade, pois sem oferta de condições dignas de vida e inclusão social. 

A história recente do País reconhece essa situação, bem como a luta dos movimentos sociais negros por equidade, cidadania e direitos humanos para a população negra. Tanto reconhece que chegamos a mais um 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

Ainda assim, poderíamos nos perguntar: por que esse dia? Como resposta, poderia dizer: para que saibamos – e não esqueçamos nunca – de onde viemos e, principalmente, para onde vamos. O 20 de novembro emerge no Brasil da década de 1970, em plena conjuntura de cerceamento de ideias e liberdades individuais.

No sul do País, surge o “Grupo Palmares”, fundado por ativistas e intelectuais gaúchos que evocam a história do Quilombo dos Palmares e seu líder, Zumbi dos Palmares, assassinado em 20 de novembro de 1695 como ícone da resistência ao processo de 
escravização e da luta antirracista da época. 

Ainda nos anos 1970, a organização negra “Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial” nomeia o 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra. Esse dia é para reconhecer a luta de negros e negras que construíram o caminho trilhado até aqui. Que caminho é esse?

O caminho, ainda tortuoso e difícil, de descolonizar mentes e currículos escolares, por meio da aplicação da Lei 10639/03: ensino da história e cultura africana e afro-brasileira; o desafio de consolidar no nordeste do Brasil uma universidade pública pautada pelos laços Brasil-África: Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira; a defesa dos direitos territoriais das comunidades quilombolas; a resistência ativa e altiva de um feminismo negro. Por isso, este dia, nossa marcha e nossa voz, sempre!

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Professora na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) - Cidade de Redenção - Ceará.

Fonte: Jornal O Povo







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