O calendário juliano foi implantado pelo líder romano Júlio César, em 46 a.C., como uma importante e substancial alteração no calendário romano. Foi modificado ainda mais em 8 d.C., pelo imperador Augusto, e os nomes dos meses sofreram ainda várias mudanças ao longo do Império Romano. O calendário juliano acabou sofrendo sua última modificação em 1582, pelo Papa Gregório XIII, dando origem ao calendário gregoriano que foi adotado progressivamente por diversos países, e hoje é utilizado pela maioria dos países ocidentais.
O calendário juliano, com as modificações feitas por Augusto, continua sendo utilizado pelos cristãos ortodoxos em vários países. Nele, os anos bissextos ocorrem sempre de quatro em quatro anos, enquanto no calendário gregoriano não são bissextos os anos seculares exceto os múltiplos de 400, o que hoje acumula uma diferença para o calendário gregoriano de 13 dias. Assim, o dia 22 de setembro de 2015, no calendário juliano é dia 9 de setembro de 2015.
O calendário romano foi o por Rómulo à época da criação de Roma,[carece de fontes] em 753 a.C. tinha 10 meses e totalizavam 304 dias. Foi modificado por Numa Pompílio[carece de fontes] que o transformou para luni-solar, com doze meses totalizando 355 dias que para manter o calendário alinhado com o ano solar se adicionava um mês extra, mensis intercalaris, de dois em dois anos, fazendo dos anos uma sequência irregular de 355, 377, 355, 378 dias e que ainda dependia de ajustes. A decisão de inserir o mês extra era de responsabilidade do pontífice máximo (pontifex maximus), que buscava manter o calendário em sincronia com os eventos sazonais de translação da Terra, o que nem sempre era preciso.
Em 46 a.C., Júlio César, percebendo que as festas romanas em comemoração à estação mais florida do ano, marcadas para março (que era o primeiro mês do ano), caíam em pleno Inverno, determinou que o astrônomoalexandrino Sosígenes corrigisse o calendário.[carece de fontes] As modificações realizadas a partir desses estudos modificaram radicalmente o calendário romano: dois meses, Unodecembris e Duocembris foram adicionados ao final do ano de 46 a.C., deslocando assim Januarius e Februarius para o início do ano de 45 a.C.. Os dias dos meses foram fixados numa sequência de 31, 30, 31, 30... de Januarius a Decembris, à exceção de Februarius, que ficou com 29 dias e que, a cada três anos, teria 30 dias.
Com estas mudanças, o calendário anual passou a ter doze meses que somavam 365 dias. O mês de Martius, que era o primeiro mês do ano, continuou sendo a marcação do equinócio. Foi abandonado o formato luni-solar do calendário romano se fixando para um calendário predominantemente solar, se substituiu o mês intercalar Mercedonius de 22 e 23 dias por apenas um dia chamado de dia extra que deveria ser incluso após o 25º dia de Februarius, "ante die sextum kalenda martias", que, em função da forma de contagem dos romanos acabou criando o conceito de ano bissexto, de 366 dias que deveria ocorrer de três em três anos.
Os anos bissextos definidos no calendário juliano aproximavam o ano trópico por 365,25 dias, incorporando pequenos erros no alinhamento das estações ao longo dos anos. O imperador Augusto acabou corrigindo essas diferenças em
8 d.C., determinando que os anos bissextos ocorressem de quatro em quatro anos.[carece de fontes]
Pela inclusão destes dois meses Unodecember e Duodecember e mais o mês intercalar Mercedonius, este ano de 46 a.C. acabou ficando com uma aparente duração de 445 dias uma vez que os romanos estavam acostumados a que o ano só findava ao término de Februarius. Na realidade, os meses de Januarius eFebruarius, que seriam os últimos meses do ano de 46 a.C. com a inclusão destes dois meses a mais, passaram a ser os primeiros meses do ano de 45 a.C.
Pela confusão que ocorreu, este ano 46 a.C. foi chamado pelos romanos de "Ano da Confusão",[1] pois, no calendário anterior, os anos já vinham com uma sequência irregular de 355, 377, 355 e 378 dias.
Em 44 a.C., o líder Júlio César foi homenageado pelo senado, que mudou o nome do mês Quintilis para Julius, um mês de 31 dias.
Em 8 d.C. o calendário juliano foi modificado pelo imperador Augusto,[carece de fontes] que modificou a regra de inclusão do dia extra, de três em três anos para quatro em quatro anos. As mudanças incorporadas por ele não são muito lembradas na história, sendo que o calendário com as alterações de Augusto são conhecidos com nome de calendário juliano para a maioria dos efeitos. Ele modificou o mês Sextilis para Augustus, em homenagem ao seu nome, Augusto.
O senado romano decidiu também homenagear seu primeiro imperador através da mudança do nome do mês Sextilis para Augustus.[carece de fontes] O mês de Februarius passou de 29 para 28 dias, cedendo um dia para o mês em homenagem a Augusto, que passou de 30 para 31 dias, com mudança também nos demais meses, de 31 para 30 e vice e versa até o fim do ano.
Este calendário vigorou até a Idade Média aproxima o ano trópico por 365,25 dias, importando em um dia de erro no alinhamento dos equinócios a cada 128 anos. Por esse motivo foi modificado pelo Papa Gregório XIII, em 4 de outubro de 1582 quando suprimiram-se 10 dias do calendário juliano e mudou-se a regra do ano bissexto implementada por Augusto. Este novo calendário foi adotado por países onde a Igreja Católica era predominante, entretanto, a Igreja Ortodoxa não aceitou seguir esta mudança, optando pela permanência no calendário juliano o que explica hoje a diferença de 13 dias entre estes dois calendários.
Durante o Império Romano, ficou comum a substituição de nomes de meses por nome do imperador do momento, sendo que alguns deles foram radicais nesta prática, exemplo de Cómodo que mudou o nome de todos eles, a começar por Januarius que se chamou Amazonius, e Augustus por Commodus.