História do Brasil e do Mundo
Ataques mais sofisticados no Golfo da Guiné
Lisboa, - O investigador francês Marc-Antoine Pérouse de Montclos afirmou hoje que a costa da Nigéria continua a ser o segundo lugar mais perigoso quanto à pirataria, admitindo "ataques cada vez mais sofisticados" em vários Estados no Golfo da Guiné.
Apesar de na Nigéria se ter verificado "uma pequena diminuição dos ataques", o país continua a ser o "segundo lugar mais perigoso em termos de pirataria, apenas atrás da Somália", afirmou Marc-Antoine Pérouse de Montclos, investigator do Centro População e Desenvolvimento, de Paris.
"Há um recuo da violência ao longo da costa nigeriana, muito devido também à actuação da marinha e das forças de segurança nigerianas, que são bem pagas pela indústria petrolífera. Mas isto não quer dizer que seja uma tendência que se mantenha", explicou, precisando que a marinha nigeriana "muitas vezes está envolvida e lucra com a pirataria".
Falando em Lisboa, na conferência "África e o Mar no século XXI: Uma perspetiva comparativa de tendências e desafios no Mediterrâneo, no Índico e no Atlântico", o investigador salientou que a pirataria na Nigéria, "um fenómeno antigo no país, mas que nos últimos anos se tornou mais sofisticado", tem vindo a aumentar a sua actuação no Golfo da Guiné, apesar de continuar a ter o seu principal foco no Delta do Níger.
O especialista adiantou que o fenómeno já atinge vários países africanos da região, como os Camarões ou a Guiné-Equatorial.
De acordo com Pérouse de Montclos, a explicação para a pirataria "não pode apenas ser encontrada na fragilidade dos Estados ou na pobreza das populações".
"O Estado da Somália colapsou em 1990, porém, o aumento exponencial da pirataria apenas começou em 2003", advogou, lembrando que há outros Estados africanos pobres, em termos de Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que não são afectados pelo fenómeno da pirataria".
No entender do perito francês, há também "uma clara relação entre a violência que existe em terra e aquela que existe no mar".
O investigador lembrou que a Nigéria é o "único país onde existe um grupo rebelde que é financiado através das receitas do petróleo".
Fonte: www.portalangop.co.ao/ (28/05/2010)
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