Nas conferências de Yalta (localizada na Criméia região da União Soviética), em fevereiro de 1945, e de Potsdam (nos arredores de Berlim), em julho de 1945, as potências aliadas (Inglaterra, União Soviética e pouco depois a França) comprometeram-se a dotar a Alemanha de uma Constituição democrática, ao mesmo tempo que se procedia ao desarmamento do país e à eliminação dos resquícios do nazismo.
Depois da guerra, o território alemão foi dividido em quatro zonas de ocupação. Os exércitos aliados deveriam assegurar a realização de eleições livres nos territórios ocupados. O novo governo alemão, eleito dessa forma, assinaria os tratados de paz.
Entretanto, as diferenças e rivalidades entre os aliados capitalistas e a União Soviética impediram que essas resoluções fossem cumpridas.
Os soviéticos insistiam na necessidade de eliminar as forças econômicas que, no passado, haviam financiado a ascensão do nazismo: os grandes latifúndios e os grupos industriais monopolistas alemães. Para a segurança da própria União Soviética, era fundamental que se eliminasse o perigo de um ressurgimento nazista na Alemanha.
Por sua vez, as velhas potências européias, assustadas com o "fantasma do comunismo", preferiam apoiar e incentivar as grandes empresas alemãs. O fortalecimento de uma Alemanha capitalista era uma forma de conter a expansão do comunismo.
Nas áreas ocupadas pelos exércitos inglês, francês e americano formou-se a República Federal da Alemanha (RFA). As reformas econômicas e a ajuda norte-americana propiciaram a reconstrução da economia alemã em bases capitalistas, permitindo que os grandes trustes alemães se recuperassem. Em 1952, o estatuto de ocupação foi suprimido e a RFA entrou para a Otan.
A disputa política e ideológica com os países capitalistas fez a União Soviética optar por uma solução socialista para sua zona de ocupação.. Em 1949, foi proclamada a Constituição Democrática Alemã (RDA), na porção oriental do país.
Berlim, capital da Alemanha até 1945, também foi dividida em quatro zonas de ocupação após a guerra. Assim, mesmo localizando-se na porção soviética, a cidade não poderia ser ocupada totalmente por nenhuma das potências vitoriosas.
À medida que as relações entre os antigos aliados iam tornando-se tensas, a União Soviética pressionava para que o setor ocidental da cidade fosse abandonado pelas outras potências. Mas os soviéticos não conseguiram alcançar seu intento.
Em 1961, os soviéticos construíram um muro dividindo a cidade, para impedir a evasão de mão-de-obra especializada da RDA (socialista) para a RFA (capitalista).
A Europa socialista
A construção dos regimes socialistas na parte leste do continente europeu foi resultado da convergência de esforços dos movimentos de resistência popular, organizados no interior de muitos desses países ainda na época da ocupação alemã.
No caso da Polônia, da Tchecoslováquia, da Albânia e da Bulgária, a luta contra os nazistas foi travada de duas formas; por meio de movimentos guerrilheiros de resistência e do exército soviético. A Iugoslávia, sob a liderança de Tito, travou a luta praticamente sozinha.
Após a vitória, os novos governos foram organizados com a participação de todas as forças que haviam tomado parte na luta antinazista. Mas a hegemonia desses governos estava, desde o primeiro momento, nas mãos dos partidos comunistas locais. Isso se deveu à participação decisiva do exército soviético na derrota dos alemães. Além disso, esses partidos comunistas eram as forças políticas antinazistas mais bem organizadas antes da vitória.
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.
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