As ditaduras na América Latina
História do Brasil e do Mundo

As ditaduras na América Latina


Durante a guerra fria, em diversos países da América, foram implantadas ditaduras por meio de golpes de Estado. Apoiados pelo governo dos Estados Unidos, os ditadores justificavam os golpes de Estado como necessários para evitar que os comunistas chegassem ao poder.

Essas ditaduras perseguiram seus  opositores, fossem eles comunistas ou não. Mesmo aqueles que não fizeram oposição declarada sofreram os problemas criados pelas ditaduras.

Na segunda metade do século XX, a maior parte dos países da América do Sul e alguns países da América Central tiveram governos autoritários, exercidos por grupos que chegaram ao poder por meio de golpes de Estado. Em vários casos, os golpes de Estado foram planejados por políticos liberais para derrubar governos populistas e nacionalistas.

A queda de Allende

Em 1970, Salvador Allende foi eleito presidente do Chile e implantou um governo que ele próprio chamava de socialista. Esse governo fez a reforma agrária, promoveu programas de melhoria da saúde pública e estatizou diversas empresas norte-americanas estabelecidas no país.

Em setembro de 1973, o governo Allende foi deposto por um golpe de Estado promovido por liberais civis e militares e apoiado pelos governos dos Estados Unidos e do Brasil, que nesse momento era comandado por militares. Salvador Allende resistiu ao golpe com uma arma nas mãos, enquanto o Palácio La Moneda, sede do governo era bombardeado por aviões e cercado por tanques. Antes de morrer, o presidente fez seu último pronunciamento pelo rádio.

Salvador Allende

O governo chileno foi então assumido pelo general Augusto Pinochet, que acabou com os partidos políticos e perseguiu seus opositores. O governo Pinochet devolveu aos antigos proprietários a maioria das empresas estatizadas por Allende. O Estádio Nacional foi transformado em campo de concentração de presos políticos, muitos dos quais foram assassinados, como o compositor Victor Jara, muito popular na época.

Em 1988, o governo Pinochet convocou um plebiscito para decidir sua permanência no governo por mais oito anos. Derrotado, realizou uma eleição no ano seguinte, na qual o civil Patrício Aylwin foi eleito presidente da República. Porém, o general Pinochet continuou como chefe das Forças Armadas até 1998, quando se tornou senador vitalício. Com isso, evitou o assassinato de milhares de pessoas.

As Últimas palavras de Salvador Allende, 1973

Esta será certamente a última oportunidade que terei de falar com vocês. [...] Minhas palavras não expressam amargura, mas decepção. Que elas sejam um castigo moral para quem traiu seu juramento: soldados do Chile, [...] o almirante Merino, que se autoproclamou comandante da Armada, e o senhor Mendoza, general desprezível que [...] se autopromoveu Diretor Geral do Corpo de Fuzileiros.
Diante destes fatos só me cabe dizer aos trabalhadores: Eu não vou renunciar!
Colocado num caminho histórico, pagarei com minha vida a fidelidade do povo. [...] Eles têm força, [...] mas não se detém os processos sociais nem com o crime nem com a força. A história é nossa, e é escrita pelos povos [...]
Nesse momento definitivo, o último em que posso me dirigir a vocês, quero que aprendam a lição: o capital estrangeiro, o imperialismo, unidos à reação, criaram o clima para que as Forças Armadas rompessem com sua tradição [...].
[...] A história os julgará. A Rádio Magallanes será certamente cortada e o metal tranquilo de minha voz não chegará a vocês. Não importa. Continuarão a ouvi-la. Sempre estarei junto de vocês. Pelo menos minha lembrança será a de um homem digno que foi fiel à Pátria. O povo deve se defender, mas não se sacrificar. O povo não deve deixar arrasar, molestar, nem deve se humilhar.

As últimas palavras de Salvador Allende. Terra Notícias.
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna
Acesso 2/12/2005.

CARDOSO, Oldimar. coleção: Tudo é História. ensino fundamental.

Technorati Marcas: ditaduras,américa latina,Salvador Allende,Augusto Pinochet

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