Ato público marca a volta do conjunto de documentos dos ?anos de chumbo? ao país e o anúncio de projeto de digitalização dos processos | ||||||
Entre os anos de 1979 e 1985, o arcebispo Dom Paulo Evaristo Arns e o pastor Jaime Wright copiaram clandestinamente processos do Superior Tribunal Militar, na tentativa de preservar a história de nosso país durante os ?anos de chumbo? caso os documentos fossem eliminados após o fim da ditadura. O projeto, nomeado de ?Brasil Nunca Mais?, resultou em um acervo com centenas de microfilmes que os ativistas enviaram para Chicago, nos Estados Unidos, temendo a perseguição política. Agora, mais de duas décadas depois, essa coleção de processos vai ser repatriada. Nessa terça-feira, dia 14, o Arquivo Público do Estado de São Paulo, o Ministério Público Federal e o site Armazém Memória realizarão um ato público em São Paulo no qual anunciam o retorno das centenas de microfilmes para o Brasil. Além disso, as entidades lançarão oficialmente o projeto ?Brasil Nunca Mais Digital?, que pretende até junho do próximo ano disponibilizar gratuitamente todo o acervo de processos do Brasil Nunca Mais na internet. Ao todo, são 707 processos datados de 1961 a 1976, o que totaliza cerca de um milhão de páginas, que passarão do microfilme a um suporte virtual. Além deles, aproximadamente 4 mil documentos do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) relacionados ao período da ditadura também serão colocados na rede. A tarefa ficará a cargo do Arquivo do Estado, que conta com a parceria da OAB do Rio de Janeiro, do Center for Research Libraries, órgão ligado a diversas universidades americanas que guardava até então a coleção de documentos, e do CMI. [Fonte: História Viva] |