História do Brasil e do Mundo
A seguir trechos dos livros- O Príncipe, Leviatã e Os seis livros da República
Trecho de O príncipe, de Maquiavel, 1513 Quem quiser praticar a bondade em tudo o que faz está condenado a penar, entre tantos que não são bons. É necessário, portanto, que o príncipe que deseja manter-se aprenda a agir sem bondade, faculdade que usará ou não, em cada caso, conforme seja necessário. […] Pode-se observar que todos os homens – especialmente os soberanos, colocados em posição mais elevada – têm a reputação de certas qualidades que lhe valem elogios ou vitupérios (palavra ou atitude ofensiva). Assim, alguns são tidos como liberais, outros por miseráveis […]; um é considerado generoso; o outro, ávido; um cruel; o outro, misericordioso; um, efeminado e pusilânime (covarde); e outro bravo e corajoso; […] e assim por diante. Naturalmente, seria muito louvável que um príncipe possuísse todas as boas qualidades acima mencionadas, mas como isso não é possível, pois as condições humanas não o permitem, é necessário que tenha a prudência necessária para evitar o escândalo provocado pelos vícios que poderiam faze-lo perder seus domínios, evitando os outros, se for possível; se não for, poderá pratica-los com menores escrúpulos. Contudo não deverá preocupar-se com a prática escandalosa daqueles vícios sem os quais é difícil salvar o Estado; isto porque, se se refletir bem, será fácil perceber que certas qualidades que parecem virtudes levam à ruína, e outras, que parecem vícios, trazem como resultado o aumento da segurança e do bem-estar. MAQUIAVEL.O príncipe.Apud: ARANHA, Maria Lucia de Arruda. Maquiavel – A lógica da força. São Paulo: Moderna, 1993 |
Trecho de Os seis Livros da República, de Jean Bodin, 1576 Nada havendo de maior sobre a terra, depois de Deus, que os príncipes soberanos, e sendo por Ele estabelecidos como seus representantes para governarem os outros homens, é necessário lembrar-se de sua qualidade, a fim de respeitar-lhes e reverenciar-lhes a majestade com toda a obediência, a fim de sentir e falar deles com toda a honra, pois quem despreza seu príncipe soberano despreza a Deus, de Quem ele é imagem na terra. BODIN, Jean. Les six livres de la Republique (Os seis livros da República). Paris: Fayard, 1986. Apud: CHEVALLIER, Jean-Jacques. As grandes obras políticas de Maquiavel a nossos dias. Rio de Janeiro: Agir, 1976.p. 60-1
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Trecho de O Leviatã, de Thomas Hobbes, 1651 O motivo que leva os seres humanos a criar os Estados é o desejo de abandonar essa miserável condição de guerra que […] [surge] quando não existe poder visível que os controle […]. O único caminho para criar semelhante poder comum, capaz de defende-los contra a invasão dos estrangeiros […], assegurando-lhes de tal modo que por sua própria atividade e pelos frutos da terra poderão alimentar-se a si mesmos e viver satisfeitos, é conferir todo o seu poder e fortaleza a um homem ou a uma assembléia de homens […] que representem sua personalidade […]. Isso é algo mais que consentimento ou concórdia; é uma unidade real de tudo isso em uma e mesma pessoa, instruída por pacto de cada homem com os demais […]. Feito isso, a multidão assim unida em uma pessoa se denomina Estado. Tradução livre de HOBBES, Thomas. O Leviatã. Apud: ARTOLA, Miguel. Textos fundamentales para la História. Madrid: Revista de Occidente, 1973. p. 327-8 |
Uma monarquia não tão absoluta
Na realidade, as expressões “monarquia absoluta” e “absolutismo” são enganosas. Certamente, a soberania real não se divide: na pessoa do rei encontram-se reunidos o que chamamos hoje de poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Isto não implica a necessidade de transformar esse poder em algo despótico (autoritário). O soberano, auxiliado por seu Conselho, deve respeitar a lei natural, de origem divina, e as leis fundamentais do reino.
Na prática, o poder real encontra-se extremamente limitado pela Igreja, pela força dos privilégios, pela fraqueza e a lentidão dos meios de comunicação. A expressão “monarquia administrativa” parece, portanto mais apropriada do que “monarquia absoluta”.
Adaptado de PETITFILS, Jean-Christian. Uma monarquia não tão absoluta. História Viva. Edição Especial Temática n.2 – Revolução Francesa: o conflito político, social e econômico. São Paulo, 2004, p. 9-11.
O surgimento do Estado Maior
Com o absolutismo, chegaram ao fim os laços de suserania e vassalagem que marcaram o período medieval. Cada monarca criou seu exército nacional, pondo fim às tropas particulares. O direito feudal foi gradativamente substituído por um novo direito inspirado no antigo direito romano, e funcionários foram contratados para cuidar da administração pública. Nascia assim o Estado Moderno.
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O Monarca De: O Leviatã
Na postagem inaugural deste blog, trago uma parte do desenho da capa do livro “O Leviatã”, publicado em 1651, por um dos principais teóricos do sistema absolutista, o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588 a 1679). Obviamente se contextualizarmos...
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Durante a Idade Média a Europa ocidental foi dividida em um grande número de territórios, os feudos. Em cada feudo, o poder era exercido pelo senhor feudal, um nobre que era o proprietário da terra. Cabia ao senhor feudal a administração...
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Texto Complementar: O Absolutismo
A palavra absolutismo descreve os governos monárquicos nos quais o poder do __________, por não sofrer grandes limitações ou restrições, é considerado _________________ . Atualmente, essa palavra é utilizada em referência a sistemas de governos...
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Absolutismo Um Espelho Do Passado
Por: Bruno Ferreira A idade moderna tem o início com o fim gradativo do sistema feudal a figura do senhor e servo feudal foi dando lugar a figura do rei absoluto e da burguesia mantenedora...
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Navegantes - Absolutismo
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