A Primeira Guerra Mundial
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A Primeira Guerra Mundial


A industrialização alemã começou mais tarde que nos outros países europeus. Assim, quando este país resolveu entrar na partilha imperialista do mundo, o mercado mundial já estava repartido. As colônias mais ricas da Ásia e da África pertenciam à Inglaterra e à França, e uma nova divisão do mundo colonial não se daria facilmente. A Alemanha não estava satisfeita.

O rápido desenvolvimento da indústria alemã, por outro lado, quebrou o equilíbrio de forças entre a França e a Inglaterra, pois essa nova potência ameaçava os mercados das indústrias inglesa e francesa.

A Tríplice Entente

Diante dessa ameaça comum, a França e a Inglaterra deixaram de lado as antigas rivalidades e firmaram um pacto para manter um equilíbrio de forças dentro da Europa que garantisse a paz, ou em caso de guerra uma forte aliança.

Esse pacto recebeu o nome de Entente Cordiale Anglo-Francesa e foi assinado em abril de 1904. Através dele, a França reconhecia a soberania da Inglaterra no Egito e adjacências; em troca, a Inglaterra deixava o Marrocos com a França. O Ceilão foi dividido em duas áreas, uma para cada participante do acordo. E os dois países se apoiariam em caso de "alguma potência estrangeira colocar empecilhos à realização dos itens desse acordo".

A Rússia também aderiu a esse pacto. Derrotada na guerra contra o Japão, tornara-se ainda mais dependente dos capitais ingleses e franceses. Além disso, as pretensões de a Alemanha conseguir colônias no Leste Europeu e na Turquia preocupavam o czar, que resolveu aliar-se à Inglaterra.

Também para a Inglaterra essa aliança era interessante, pois a ameaça alemã se fazia presente em todos os continentes. Assim, em 1907 foi firmado o pacto anglo-russo. A Pérsia (atual Irã) foi dividida em duas áreas de influência: ao Norte, russa; ao sul inglesa. A  Rússia reconheceu o protetorado inglês sobre o Afeganistão. Estava formada a Tríplice Entente, unindo as principais potências numa frente para neutralizar a Alemanha, que vinha se aproveitando das rivalidades entre essas potências para aumentar seu poder e sua influência na Europa.

Explode a Guerra

Uma das regiões mais tensas da Europa eram os Bálcãs, onde se encontravam povos de diferentes etnias, como os eslavos sérvios, croatas, turcos entre outros. A região vivia sob o controle do Império turco-otomano, que estava em decadência e vinha perdendo o domínio de muitos territórios.

Um deles foi a região da Bósnia-Herzegovina, que se encontrava sob tutela do Império austro-húngaro desde 1878 e em 1908 foi formalmente anexada aos domínios imperiais. Os sérvios, que tinham interesse no território, lançaram uma campanha terrorista contra a presença austríaca na Bósnia-Herzegovina.

O auge desse movimento se deu em 28 de junho de 1914, quando o herdeiro do trono austro-húngaro, o arquiduque Franz Ferdinand, foi assassinado por um estudante bósnio, simpatizante da Sérvia, durante uma visita a Sarajevo, capital da Bósnia.

 

Prisão de Gavrilo Princip depois de ter atirado no herdeiro do trono austro-húngaro Franz Ferdinand e em sua esposa Sophie (1914)

Os representantes do Império austro-húngaro responsabilizaram o governo da Sérvia pelo assassinato de seu herdeiro e declararam guerra ao país. O governo da Alemanha, um dos parceiros do Império austro-húngaro na Tratado da Tríplice Aliança, também declarou guerra aos sérvios. O outro representante da aliança, o governo da Itália, preferiu manter a neutralidade. Posteriormente, os italianos entraram nos combates contra os alemães e os austro-húngaros.

Em pouco tempo, mais nações participavam do conflito. Os russos tradicionais aliados dos sérvios, declararam guerra ao Império austro-húngaro e à Alemanha. Os governos da França e Inglaterra, por sua vez, parceiros da Rússia no Tratado da Tríplice Entente, juntaram-se aos russos na luta contra os austro-húngaro e alemães.

Assim, o que a princípio poderia ser um pequeno conflito entra a Sérvia e o Império austro-húngaro transformou-se em um confronto de dimensões continentais: a Primeira Guerra Mundial.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único. BOULOS JUNIOR, Alfredo. coleção: História Sociedade & Cidadania. ensino fundamental.

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