Prof. Leonardo Castro
O rompimento dos norte-americanos com a metrópole (Inglaterra) foi o primeiro grande indicador da ruína do Antigo Regime, caracterizada pelo fim do pacto colonial.
A situação na América do Norte mudou quando a colônia passou a concorrer com a metrópole. Assim, tomaram-se medidas restritivas à autonomia colonial, estabelecendo-se com rigor o pacto colonial. O Parlamento inglês aprovou uma série de impostos para as colônias. Essa política chocava-se com a difusão dos ideais iluministas de liberdade, autonomia, levando os colonos à revolta.
A partir de 1767, o ministro Charles Townshend intensificou a tributação colonial com impostos sobre o vinho, papel, chá, etc. A reação colonial culminou com manifestações de protesto, como em Boston, principal porto colonial, onde as tropas inglesas atacaram uma multidão, no chamado Massacre de Boston.
A Inglaterra suspendeu os tributos impostos, exceto o do chá, o Tea Act (a Lei do Chá), que passou a ser monopólio da Companhia das Índias Oridentais, com sede em Londres. Os colonos reagiram contra a metrópole em manifestações como a Boston Tea Party.
A Festa do Chá de Boston (em inglês "The Boston Tea Party" foi uma ação de protesto executada pelos colonos ingleses na América contra o governo britânico, no qual destruíram muitos caixotes de chá pertencentes à Companhia Britânica das Índias Ocidentais atirando-os às águas do porto de Boston. O incidente, que teve lugar a 16 de dezembro de 1773, constituiu-se em um evento-chave no desenrolar da Revolução Americana e permanece como um evento ícone na História dos Estados Unidos da América.
The Boston Tea Party. Colonos disfarçaram-se de índios para invadir os navios da Companhia e atirar a carga de chá ao mar.
Como reação, a Inglaterra estabeleceu as Leis Intoleráveis ou Coercitivas (1774), que determinava o fechamento do porto de Boston e a realizou a ocupação militar de Massachusetts.
Diante disto, os colonos realizaram o Primeiro Congresso Continental de Filadélfia (1774), que decidiu pelo boicote total ao comércio com a Inglaterra. No Segundo Congresso Continental de Filadélfia (1775) decidiu-se pelo rompimento com a Inglaterra.
A 4 de julho de 1776, publicava-se a Declaração de Independência, elaborada por Thomas Jefferson. Porém declarada unilateralmente, a independência das treze colônias teve de ser conquistada.
Texto e Contexto
Declaração de Independência, 4 de julho de 1776
“Consideramos como uma das verdades evidentes por si mesmas que todos os homens são criados iguais; que receberam de seu criador certos direitos inalienáveis, entre os quais figuram a vida, a liberdade e a busca da felicidade; que os governos foram estabelecidos precisamente para manter esses direitos, e que seu legítimo poder deriva do consentimento de seus governados.”
Declaração da independencia dos Estados Unidos da América.
Assinatura da Declaração da independencia dos Estados Unidos. John Trumbull, 1795.
Assinatura da Declaração da independencia dos EUA na cédula de $2 dollares.
Com o término da guerra da independência, as bases do novo sistema de governo foram fixadas pelo Congresso de Filadélfia, estabelecendo uma república federalista representativa com autonomia completa para os treze estados (ex-treze colônias). Convocou-se a Convenção Constitucional de Filadélfia para elaborar a constituição, ainda hoje vigente nos Estado Unidos.
Hoje, os Estados Unidos da América (em inglês United States of America) são uma república federal presidencialista, composta por cinqüenta estados e um Distrito Federal. O nome do país é freqüentemente referido pelas siglas USA ou US (em inglês) e EUA (em português).
Reflexos da Independência dos Estados Unidos
A Independência dos Estados Unidos estimulou o sentimento de liberdade no resto da América, agravando a crise do sistema colonial nas Américas espanhola e portuguesa, que alcançaria seu apogeu no século XIX. Na Europa acelerou-se a crise do Antigo Regime, inaugurando-se a “Era das Revoluções”. À Independência dos Estados Unidos, seguiram-se as Revoluções Francesa e a Industrial.