História do Brasil e do Mundo
A História e o Progresso ao Sabor do Vento
"Na sua maior parte a história faz-se sem autores. Não acontece a partir de um centro, mas da periferia. De pequenas causas. Talvez não seja tão difícil como se pensa fazer do homem gótico ou do grego antigo o homem da civilização moderna. Porque a natureza humana é tão capaz do canibalismo como da crítica da razão pura; é capaz de realizar as duas coisas com as mesmas convicções e as mesmas qualidades, se as circunstâncias forem propícias, e nesses processos a grandes diferenças externas correspondem diferenças internas mínimas.
(...) O caminho da história não é o de uma bola de bilhar que, uma vez jogada, percorre uma determinada trajetória; assemelha-se antes ao caminho das nuvens, ou ao de um vagabundo a deambular pelas vielas, que se distrai a observar, aqui uma sombra, ali um magote de gente, mais adiante o recorte curioso das fachadas, até que por fim chega a um ponto que não conhece e por onde nem tencionava passar. Há no decurso da história universal um certo erro de percurso. O presente é sempre como a última casa de uma cidade, que de certo modo já não faz bem parte do casario dessa cidade. Cada geração pergunta, com espanto: Quem sou eu, e quem foram os meus antepassados? Devia antes perguntar: Onde estou? e partir do princípio de que os seus antepassados não eram diferentes, apenas estavam num lugar diferente. Se assim fosse, já teríamos feito alguns progressos. "
Robert Musil, in 'O Homem sem Qualidades' - Escritor austríaco.
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A Condição Operária, No Jornal O Pensamento Social (1872)
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Rousseau E A Arte De Observar E Julgar Os Homens (parte 3)
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Rousseau E A Arte De Observar E Julgar Os Homens (parte 2)
Claudio Araujo ReisUniversidade de Brasília / UnB - Departamento de FilosofiaSe não bastasse o próprio tom da segunda parte da obra, essa nota por si só já justificaria o silêncio que, conta Rousseau, foi o único fruto que recolheu de suas leituras...
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Rousseau E A Arte De Observar E Julgar Os Homens (parte 1)
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