Para entendermos o fenômeno do bandeirantismo tão ligado à formação do território brasileiro, temos de entender melhor a situação da capitânia de São Vicente.
A capitânia de São Vicente conheceu um período de prosperidade com a introdução da cultura de cana-de-açúcar e dos primeiros engenhos, em 1549. O solo pobre e a distância da metrópole fizeram com que a preferência dos colonos se voltasse para as férteis terras de Pernambuco e da Bahia. A economia vicentina entrou num processo de estagnação. Os colonos da região começaram a subir o planalto em busca de condições para sobreviver.
A partir de São Vicente, os colonos subiriam a serra fundando Santo André da Borda do Campo. Em 1554, deu-se a fundação do Colégio São Paulo, no campo de Piratininga, formando um núcleo de povoamento. Os colonos fixaram-se em São Paulo e daí partiam para a caça de índios, pedras e metais preciosos. São Paulo passou a ser um pólo de atração, pois oferecia ótimas condições de defesa. Em 1560, foi elevada à condição de vila, adquirindo alguns direitos junto à metrópole.
No planalto paulista prevalecia a economia de subsistência, e por isso alguns autores dizem que a ocupação territorial tinha características de colonização de povoamento e não de exploração, como no Norte e Nordeste. Tudo o que se plantava era destinado ao próprio consumo dos colonos. Praticamente não se exportava e pouco se importava.
O tipo de vida era bastante pobre, contrastando com a riqueza ostentada pela aristocracia dos engenhos. Afastados da metrópole, os colonos de São Paulo nem chegavam a reconhecer sua autoridade inteiramente. Gozavam de certa liberdade, pois a própria metrópole tinha poucos interesses nessa região. Muitas vezes entravam em choque com a Coroa, quando os administradores da Coroa e os jesuítas tentavam impedir a escravização dos índios.
Formou-se em São Paulo uma população com traços indígenas. O número de mamelucos, resultado do cruzamento de brancos e índios, era enorme. Os próprios brancos adquiriam os hábitos e costumes dos indígenas. O constante contato com os índios e o afastamento da metrópole levaram ao uso da língua tupi em detrimento do português.
A esperança dos paulistas em superar a pobreza dessa sociedade era encontrar metais e pedras preciosas.
continua no próximo post...
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PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único
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