A astronomia dos índios Tupi-guarani.
História do Brasil e do Mundo

A astronomia dos índios Tupi-guarani.



Crédito da imagem: Apolo 11.
No jornal Folha de São Paulo, Ciência p. A13 de 20 de fev. 2010 lê-se numa matéria de Kátia Brasil, que um planetário em Manaus - Amazonas - mostra como os índios da região veem o céu.
A cultura indígena tem toda uma forma de analisar o mundo que nos últimas décadas vem sendo analisada como mais critérios. O que parecia, na época do descobrimento, com atraso e pouco científico hoje nos parece mais coerentes.
Em especial a forma com que muitos índios lidam com a natureza. A forma como eles a observem e a analisam, sentindo-se parte integrante de toda Terra. O homem chamado de "civilizado" se vê como dominante e agente na natureza, não levando em conta o reagente, o que se apresenta passivo.
Essa postura já mostrou sinais de degradação que está sendo constatado pelos cientistas. As observações e avanços na astronomia por parte do homem "civilizado" colocou a Terra na condição de minúscula partícula num imenso universo, desmascarando nossa suposta superioridade relatada em especial nas escrituras. Quanto aos índios, estes sempre se acharam parte integrante de todo cosmos atuando nele com respeito e coerência.
Sabemos que Maias, Astecas e Incas são reconhecidos como grandes conhecedores de astronomia no continente americano, mas pouco se fala dos nossos Tupi-guaranis.
A pequena reportagem na Folha de São Paulo nos desperta para uma abordagem mais pormenorizada de como os índios do território brasileiro viam o céu. Germano Afonso, consultor do Museu da Amazônia diz a Folha que 'A Amazônia é cortada pela linha do equador, como está no meio, o melhor sistema de projeção de uma esfera, que seria a abóbada celeste, é um cilindro' para que o projeto de Manaus tivessem êxito pesquisadores tiveram que estudar e desenvolver softwares com base na astronomina greco-romana e tupi-guarani.
Desde tempos imemoriais os índios do Brasil usam o céu para saber quando plantar e prever condições climáticas, o arranjo das estrelas têm outro significado para esse povo, a constelação de escorpião, por exemplo, para os índios é o pássaro, o mutum. E quando esse pássaro aparece entre agosto e setembro indica que a seca será forte.
Ainda Germano Afonso, desta vez pelo site Scientific American nos diz:
"Diferentes entre si, os grupos indígenas tiveram em comum a necessidade de sistematizar o acesso a um rico e variado ecossistema de que sempre se consideraram parte. Mas não bastava saber onde e como obter alimentos. Era preciso definir também a época apropriada para cada uma das atividades de subsistência. Esse calendário era obtido pela leitura do céu. Há registros escritos sobre sua ligação com os astros desde a chegada dos europeus ao Brasil, mas é possível que se utilizassem desse conhecimento desde que deixaram de ser nômades." (Cientific American).

Referências:
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Somos as águas puras. São Paulo: Papirus, 1994.
Folha de São Paulo, Ciência, p.A13, 20 fev. 2010.
Scientific American
Sugestão de leitura:
O Xamanismo.




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