Não é porque os povos antigos não inventaram os smartphones que eles eram menos adiantados que nós. Na verdade, pesquisas mostram que eles criaram e usaram tecnologias avançadas que mal entendemos mesmo hoje. A humanidade é mesmo um mistério.
Confira:
A Taça de Licurgo é um cálice romano antigo. Você pode se perguntar o que poderia ser tão tecnologicamente avançado em uma taça (ela vai sozinha até a geladeira e se enche de cerveja?). Os cientistas também não notaram nada de especial nela, até que a seguraram contra a luz.
Ela parece verde quando iluminada pela frente, e vermelha quando iluminada por trás:
Em 1990, pesquisadores britânicos tentaram desvendar o mistério dessa taça. Eles concluíram que o vidro estava cheio de ouro e prata, mil vezes mais finos que um cabelo humano. Basicamente, os romanos descobriram a nanotecnologia ? a ciência da manipulação de partículas extremamente pequenas ? e a usaram para fazer uma taça que brilha em cores diferentes (seres humanos têm essa mania).
Para fazer o copo, eles tiveram que moer ouro e prata em grãos muito menores do que areia e fundi-los ao vidro em proporções específicas para produzir os efeitos subatômicos que estamos apenas começando a entender nas últimas décadas.
Por alguma razão, os cientistas não tinham permissão para usar essa relíquia milenar para tomar uma, então fizeram o seu melhor para replicá-la e descobriram que a taça, provavelmente, também mudava de cor com base em que tipo de líquido era posto nela.
Além disso, ela é ainda mais eficaz na detecção de diferentes tipos de substâncias na água do que os sensores modernos, o que significa que a ciência está considerando usar tecnologia da época de César para melhorar detectores de substâncias modernos.
Navegar no mar nos tempos antigos era extremamente complicado. Se você queria ir, digamos, da Europa para as Américas, tinha grandes chances de chegar em Madagascar, já que a água parece a mesma em todas as direções lá fora.
Os cientistas então ficaram intrigados para entender como os Vikings eram consistentemente capazes de viajar em uma linha completamente reta da Noruega à Groenlândia e de volta, o que equivale a cerca de 2.500 quilômetros, enquanto o resto do mundo remava em círculos, orgulhosos demais para pedir às sereias por direções. Então, em 1948, eles encontraram um antigo artefato Viking em um convento do século 11, e concluíram que era uma bússola chocantemente avançada.
Antes de bússolas magnéticas, antigos marinheiros tinham que encontrar o seu caminho usando relógios de sol. Como você pode imaginar, à noite ou até mesmo em um dia nublado eles não eram nada úteis. A bússola Viking, conhecida como disco Uunartoq, além de ser um relógio de sol incrivelmente sofisticado, com vários graus de sombra para localizar os pontos cardeais, possuía o que os registros medievais referem-se como sendo um cristal ?mágico?, que lhe permitia funcionar mesmo quando o sol não estava disponível.
Sim, colocamos ?mágico? entre aspas sarcásticas porque a ciência não tinha uma boa explicação para o cristal na época, mas hoje os pesquisadores acreditam que um certo tipo de cristal colocado no dispositivo poderia de fato ter criado um padrão no disco quando exposto mesmo à luz fraca, e esse padrão poderia ter ajudado os Vikings a encontrar o seu caminho.
Os pesquisadores fizeram um teste e descobriram que o disco funcionava com menos de 4 graus de erro, o que é comparável a bússolas modernas. Isso porque nem sequer sabemos tudo sobre esse dispositivo, uma vez que recuperamos apenas metade dele.
O sal era um recurso muito valioso no mundo antigo, que servia, entre outras coisas, como conservante antes de existir refrigeração. Porém, quando você vive em um país tão grande como a China, você não pode necessariamente fazer uma viagem para a praia para recolher água do mar em uma base diária. Sendo assim, os chineses não tinham muita escolha a não ser cavar o solo em busca desse ouro branco.
Como consequência, inventaram uma broca enorme que consiste em bambu com um pouco de ferro no final, que vários homens usavam para escavar poços profundos. Esses poços de sal do século 3 alcançavam 140 metros abaixo do solo com eficácia.
Seus métodos de perfuração não eram apenas engenhosos, mas sofisticados. Os chineses projetaram catálogos de brocas de perfuração para diferentes circunstâncias, com protocolos de segurança.
Os furos que os chineses faziam também liberavam metano, e por isso foram apelidados de ?poços de fogo?. O que era um problema inicialmente explosivo tornou-se mais um recurso para aquele povo, conforme eles perceberam que podiam usar esse gás natural para alimentar com energia seus aparelhos antigos. Eles transportavam o metano através de uma série de dutos de bambu de longo alcance que carregavam tanto a água salgada quanto o gás a grandes distâncias, inclusive sob as estradas.
Sabemos que as pessoas da Idade Média e mesmo antes tinham a capacidade de revestir materiais com filmes finos de metais como ouro e prata. Na verdade, seus métodos funcionavam ainda melhor do que os que usamos hoje. Você leu certo: ainda não alcançamos a Idade Média.
O Pilar de Ferro de Délhi é uma coluna no Complexo de Qutb, em Délhi. Foi construída por volta do ano 400 e zomba completamente de arqueólogos e metalúrgicos do mundo todo, porque tem 1.600 anos de idade e ainda não corroeu. Compare isso com o seu carro ano 1990 e você vai entender que tipo de conquista é essa.
Estudos do pilar mostram que sua composição é extraordinariamente rica em fósforo, que parece ter protegido o metal da devastação por elementos da natureza. Basicamente, ele nutre uma fina película de ferrugem inofensiva que combate uma ferrugem mais profunda e prejudicial. Isso não é acidente: obras anteriores não possuem o mesmo fósforo, enquanto que várias estruturas posteriores foram forjadas da mesma forma.
Heron de Alexandria foi um sábio matemático e mecânico grego do começo da era cristã. Essa mente brilhante foi responsável pela primeira máquina a vapor, porta automática e até mesmo robô ? tudo isso no primeiro século. Aliás, pesquisadores o creditam por ter inventado o primeiro robô programável do mundo.
Pode parecer bobagem chamar a construção de Heron de ?robô?, considerando que era um carro de madeira de três rodas movido por cordas em vez de eletricidade. No entanto, a engenhoca usava um sistema de pesos e roldanas cronometrados, de forma que podia se mover sozinha, fazer curvas e passear em volta de seres humanos por perto.
Apesar de sua simplicidade, cientistas da computação dizem que esta é basicamente a maneira como todos os robôs operam. É como se as cordas fossem ?sequências de código?. Pesquisadores até construíram um para mostrar que funcionava e não era apenas o produto da imaginação do grego. Confira: [Cracked]