A Terra e sua história, origens, estrutura e processos que a formaram e os que regem as transformações pelas quais ainda passa são objetos de estudo do geólogo. O profissional também deve estar atento à vida pré-histórica, registrada nos fósseis que são restos de seres vivos preservados em rochas.
Regulamentada no Brasil em 1962, a profissão é fiscalizada pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
Geólogo...
Em laboratórios, escritórios ou no campo, o geólogo pode atuar em dez áreas diferentes que são a paleontologia, petrologia, pesquisa mineral, geologia de petróleo, hidrogeologia, geotécnica, geoquímica, geofísica, geologia marinha e geologia ambiental.
É a parte da geologia que estuda os fósseis, compostos por restos de animais e plantas petrificados. São muito importantes para determinar o tipo de ambiente e a época no qual os sedimentos se depositaram, além de indicar a idade de formação das rochas onde estão os restos preservados.
É o estudo das rochas que se dividem em ígneas, sedimentares e metamórficas.
Mas antes de entendermos, é preciso saber que a Terra é dividida em três camadas: núcleo, manto e crosta. A fusão dos dois últimos dão origem a um líquido chamado magma. Quando este se resfria e se solidifica forma as rochas ígneas.
Já as rochas sedimentares são fruto dos sedimentos que se acumulam nas depressões da Terra. E as metamórficas são formadas pelas modificações de temperatura e pressão sofridas pelas ígneas, sedimentares e outras rochas metamórficas.
Ao atuar na pesquisa mineral, o geólogo visa pesquisar um bem mineral em particular. No gráfico abaixo, você encontra dados sobre a produção mineral brasileira:
É o ramo da geologia que examina as camadas de rochas onde existe acumulação de petróleo. Resultado da decomposição dos restos orgânicos, este mineral se deposita nos poros das rochas sedimentares formando jazidas.
Fonte: IBGE
OLHE À SUA VOLTA, HÁ UM GEÓLOGO POR AÍ
No dia 30 de maio comemora-se internacionalmente o Dia do Geólogo. Diferentemente de vários países do mundo, onde a atividade profissional do Geólogo é já entendida em sua enorme importância para o Homem, tem sido regra em nosso país que esse dia passe praticamente despercebido pela sociedade, reflexo do ainda o precário conhecimento que esta sociedade tem sobre a atividade de seus geólogos.
Diga-se a bem da verdade que esse relativo desconhecimento deve-se em boa parte aos próprios geólogos, em geral mais afeitos a seus círculos profissionais específicos e restritos e despreocupados em dialogar mais abertamente com a sociedade sobre as importantíssimas questões com as quais trabalha.
Simplificadamente, podemos dividir em três grandes planos a atividade profissional do Geólogo, todos eles, como se verá, com estreita relação com o cotidiano e com a qualidade da vida humana no planeta: Fenômenos Geológicos Naturais, no âmbito do qual o Geólogo investiga fenômenos associados à dinâmica geológica do planeta, como terremotos, maremotos, vulcanismos, variações térmicas planetárias e suas conseqüências, processos regionais de desertificação, escorregamentos e avalanches naturais em regiões serranas, etc., definindo cuidados e providências que devam ser tomados pelo Homem para evitar ou reduzir ao máximo os danos que esses fenômenos possam causar;
Exploração de Recursos Minerais, plano em que o Geólogo estuda a formação de jazidas minerais de interesse do Homem (ferro, manganês, cobre, carvão mineral, petróleo, água subterrânea, urânio, alumínio, areia e brita para construção, argila para cerâmica, etc., etc.), localiza-as na Natureza, avalia-as técnica e economicamente e planeja, juntamente com o Engenheiro de Minas, sua exploração e posterior recuperação ambiental da área afetada; Geologia de Engenharia, dentro do qual o Geólogo estuda as interferências do Homem sobre o meio físico geológico.
Dentro desse plano é importante entender que, para o atendimento de suas necessidades (energia, transporte, alimentação, moradia, segurança física, saúde, comunicação...), o Homem é inexoravelmente levado a ocupar e modificar espaços naturais das mais diversas formas (cidades, agricultura, indústria, usinas elétricas, estradas, portos, canais, extração de minérios, disposição de rejeitos ou resíduos industriais e urbanos...), o que já o transformou no mais poderoso agente geológico hoje atuante na superfície do planeta.
Pois bem, caso esses empreendimentos não levem em conta, desde seu projeto até sua implantação e operação, as características dos materiais e dos processos geológicos naturais com que vão interferir e interagir, é quase certo que a Natureza responda através de acidentes locais (o rompimento de uma barragem, o colapso de uma ponte, a ruptura de um talude, por exemplo), ou graves problemas regionais (o assoreamento de um rio, de um reservatório, de um porto, as enchentes e escorregamentos urbanos, a contaminação de solos e de águas superficiais e subterrâneas, por exemplo), conseqüências todas extremamente onerosas social e financeiramente, e muitas vezes trágicas no que diz respeito à perda de vidas humanas.
Enfim, mesmo com a abdicação do consumismo tresloucado e do crescimento populacional descontrolado, a epopéia civilizatória de chegarmos a uma sociedade onde todos os seres humanos tenham uma vida materialmente digna e espiritualmente plena, exigirá, sem dúvida, a multiplicação de empreendimentos humanos no planeta: exploração mineral, energia, transportes, indústrias, cidades, agricultura, disposição de resíduos...
A Geologia é uma das ciências sobre as quais recai a enorme responsabilidade de tornar essa maravilhosa utopia técnica e ambientalmente possível, sem que a própria possibilidade da vida humana no planeta seja comprometida.
Conclui-se, assim, que para se assegurar que a Humanidade tenha um futuro promissor e pleno de felicidade em seu planeta faz-se cada vez mais imprescindível conversar com a Terra. Para esse diálogo, os homens têm seu inspirado intérprete: o Geólogo.
De outra parte, a Geologia é uma geociência maravilhosa. E seu caráter maravilhoso liga-se à sua intrínseca relação com o movimento (Movimento = Tempo + Espaço). O sentido maior da Geologia é apreender o movimento, os processos que definiram, definem e definirão o Planeta e seus fenômenos. O fator Tempo pode ser também importante em outras profissões, mas na Geologia é a variável permanente e onipresente em todas suas equações.
Dentro desse espírito, é justo rendermos um tributo ao Geólogo escocês James Hutton, que ao final do séc. XVIII, pela primeira vez rompeu documentadamente e corajosamente com os estreitos tabus e dogmas religiosos da época, para os quais o mundo atual era exatamente aquele criado por Deus, cunhando (o Geólogo inglês Charles Lyell logo em seguida deu primorosa e enérgica seqüência à sua teoria) as bases da teoria do Uniformitarismo ("o Presente é a chave do Passado"), a qual, por sinal, Darwin, dando todos os créditos a Lyell e Hutton, aplicou ao mundo Biológico.
Dizia Hutton: "Desde o topo da montanha à praia do mar...tudo está em estado de mudança. Por meio da erosão a superfície da Terra deteriora-se localmente, mas por processos de formação das rochas ela se reconstrói em outra parte.
A Terra possui um estado de crescimento e aumento; ela tem um outro estado, que é o de diminuição e degeneração. Este mundo é, assim, destruído em uma parte, mas renovado em outra".
Ao Geólogo, portanto, com todo o merecimento, cabem as honras e homenagem por mais esse aniversário de sua tão bela profissão.
Fonte: ig.unb.br