26 de Agosto - Dia do Catequista
História do Brasil e do Mundo

26 de Agosto - Dia do Catequista


Dia do Catequista

26 de Agosto
VOCAÇÃO DO CATEQUISTA: ANÚNCIO DO REINO E TESTEMUNHO DE SANTIDADE

1. 1. Introdução

Antes de falarmos sobre a pessoa do catequista, convém recordar algumas verdades que fundamentam sua ação pastoral, já que este fala em nome da Igreja e é enviado por ela para exercer sua missão.

Em primeiro lugar é importante ressaltar que a Igreja existe para evangelizar, isto é, para levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude, e pelo seu influxo transformá-las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade, conforme nos ensina o Papa Paulo VI na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi (EN 14).

O Diretório Geral para a Catequese (DGC), afirma que a evangelização tem como finalidade convidar homens e mulheres à conversão e à fé (DGC 53). E este chamado de Jesus, « arrependei-vos e crede no Evangelho (Mc 1,15), continua a ressoar hoje, mediante a evangelização da Igreja, que pode ser realizada de muitas formas. Entre estas, destaca-se a catequese. O ?momento? da catequese é aquele que corresponde ao período em que se estrutura a conversão a Jesus Cristo, oferecendo as bases para aquela primeira adesão (DGC 63). A catequese, « distinta do primeiro anúncio do Evangelho(DGC 182) promove e faz amadurecer esta conversão inicial, educando à fé o convertido e incorporando-o na comunidade cristã.

A catequese na Igreja é uma praxe que remonta à época apostólica, mas que tem a sua fonte primeira no próprio Jesus, que foi um excepcional mestre de doutrina e de vida. Ele era chamado pelos discípulos e pelas multidões de rabbi, isto é, mestre (cf. Jo 1,49; 3,2; 4,31; 6,25; 9,2; 11,8). Ensinou durante a sua vida ministerial com uma autoridade que causava espanto e admiração em todos os que o ouviam, e que superava sem medidas a forma com que ensinavam os mestres da lei da sua época (cf. Mc 1,22).

Hoje em dia, ainda que a catequese seja uma responsabilidade de toda a comunidade cristã, há algumas pessoas que recebem um encargo especial, nesta tarefa pastoral.

São elas:

Os Bispos: primeiros responsáveis pela catequese, catequistas por excelência ;

Os sacerdotes: pastores e educadores da comunidade cristã;

Os pais: primeiros educadores dos próprios filhos à fé;

Os leigos: grande maioria no desempenho da pastoral catequética.

Vamos nos deter, agora, na vocação do catequista, enquanto leigo.

2. A Vocação do Catequista

Afirma o Diretório Geral para a Catequese que ?a vocação do leigo à catequese tem origem no sacramento do Batismo e se fortalece pela Confirmação, sacramentos mediante os quais ele participa do ministério sacerdotal, profético e real de Cristo. Além da vocação comum ao apostolado, alguns leigos sentem-se chamados interiormente por Deus, a assumirem a tarefa de catequistas.

A Igreja suscita e distingue esta vocação divina, e confere a missão de catequizar. Dessa forma, o Senhor Jesus convida homens e mulheres, de uma maneira especial, a segui-lo, mestre e formador dos discípulos.

Este chamado pessoal de Jesus Cristo e a relação com Ele são o verdadeiro motor da ação do catequista. É deste conhecimento amoroso de Cristo que jorra o desejo de anunciá-lo, de evangelizar , e de levar outros ao sim da fé em Jesus Cristo ?(DGC 231).

Ser catequista é uma vocação! É um chamado da parte de Deus para uma missão. O catequista, ao sentir esse chamado verifica que necessita compreender melhor seu trabalho missionário.

Sentir-se chamado a ser catequista e a receber da Igreja a missão para fazê-lo pode adquirir, de fato, diversos graus de dedicação, segundo as características de cada um.

Há muitas formas de exercer o ministério catequético, mas independente delas, o catequista deve se esforçar para desenvolver em si as seguintes características:

SER CATEQUISTA

Ser

Vocação: Sou chamado a servir

Saber

Sou discípulo e devo aprender com Jesus

Fazer

Sou enviado pela Igreja, em missão

Conviver

Devo formar comunidade fraterna

3. O Catequista é discípulo de Jesus

O catequista é um instrumento vivo, através do qual Deus se comunica com os homens; é um educador da fé e não um mero repetidor de uma doutrina; é um transmissor do Evangelho com a própria vida, seguindo o conteúdo, o estilo, os critérios e os métodos de Jesus, aprendendo a ter os seus mesmos sentimentos (cf. Fl 2, 5-11).

Então, o CATEQUISTA é um homem ou uma mulher, escolhido (a) por Deus, através da sua Igreja, e por ela encarregado (a), para ser um sinal-instrumento eficaz para transmitir, com a própria vida e pela Palavra, a Boa Nova do Reino Deus que aconteceu em Jesus Cristo.

O catequista se torna assim um mediador entre o diálogo que Deus quer empreender com todos os homens. É uma pessoa que por primeiro encontrou e aderiu à Cristo e à sua Palavra tornando-se, por isso, uma testemunha deste encontro e desta adesão.

É um ?mestre? que busca ajudar aos outros homens, seus irmãos, a descobrirem e a conhecerem aquilo que Deus falou e quer e deles espera como resposta de amor: ?que quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade? (1 Tm 2,40). É um educador, que conduz cada pessoa a desenvolver o germe da fé batismal, isto é, aquilo que cada um possui de melhor dentro de si, ou seja, Jesus Cristo, dom impresso pela graça batismal.

Enfim, o catequista é uma testemunha, capaz de santificar Cristo em seu coração e que está sempre pronto a dar razão de sua esperança a todos aqueles a pedirem. Isto se torna, por assim dizer, uma tarefa ainda maior nos nossos dias, que imersos num contexto secularizado e de inversão de valores, exigem do catequista uma capacidade de incarnar no mundo a própria fé e de comunicá-la de modo convincente e crível, a fim de que os homens possam se libertar de tudo aquilo que é contrário à sua dignidade de filhos de Deus.

Como educador da fé dos seus irmãos, o catequista é devedor a todos do Evangelho que anuncia, ao mesmo tempo em que se deixa educar pela fé e pelo testemunho daqueles que catequiza.

4. O Catequista é um chamado a anunciar o Evangelho

?Não fostes vós que me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi? (Jo 15,16).

O catequista é enviado, ?é, de certo modo, o intérprete da Igreja junto aos catequizandos? (DCG 35).

Ser destinatário de um dom de Deus e tornar-se dom de Deus para os outros, deve fazer surgir no catequista a exigência de um forte crescimento espiritual. Ele deve ser o discípulo que está em constante escuta do seu Mestre. Como Maria, a primeira dos discípulos do seu Filho, assim o catequista deve saber acolher com humildade e meditar a Palavra do Evangelho, referindo e pautando a própria vida nesta Palavra.

Deus nos chama e nos envia em missão de realizar o seu plano de salvação e de resgate de vida. Mas, para bem realizar esta tarefa, ?é preciso não só ?fazer? seu trabalho, mas acreditar nele.

A idéia essencial que deve dominar toda a nossa atividade é: ?somos instrumentos?. O primeiro sentimento que brota dessa tomada de consciência é o de profunda humildade. Nessa tarefa de evangelização, CRISTO nos precede no coração humano. É imprescindível contar com a graça de Deus?(Me. Ma. Helena Cavalcanti).

Um outro ponto fundamental, é o testemunho de vida do catequista: sejamos transparentes à verdade que ensinamos.

O Papa João Paulo II, na Exortação Apostólica ?Catequese Hoje?, afirma ?a tarefa do catequista: apresentar os meios para ser cristão e mostrar a alegria de viver o Evangelho? (CT 147. Portanto, ?a alegria é um bom método de aprendizagem? (Me. Ma. Helena Cavalcanti).

Santo Agostinho, no século V da era cristã, deixou grandes ensinamentos sobre a alegria e a catequese e que são úteis até os dias de hoje: ?A grande preocupação existe na maneira de narrar, para que aquele que catequiza, quem quer que seja, o faça com alegria: tanto mais agradável será a narração, quanto mais puder alegrar-se o catequista? (Instrução dos catecúmenos).

5. O Catequista é um chamado a anunciar o Evangelho na Igreja

?Quem vos ouve, a Mim ouve? (Lc 10,16).

O Evangelho que o catequista anuncia é o Evangelho que a Igreja lhe confia. Por isso, a fidelidade à tarefa de educador da fé que lhe é dada pela Igreja se exprime, antes de tudo, na comunhão e na fidelidade ao seu vivo magistério. Consciente de ser porta-voz da Igreja, nela a sua experiência de fé vem assegurada, de modo que o que ensina não é uma Palavra qualquer, mas a mesma Palavra viva que o tornou catequista.

Fidelidade à Igreja não é somente fidelidade a um mandato recebido, é também uma participação de fé na vida eclesial; é sentir-se parte ativa da Igreja local na qual exerce o serviço. Esta participação não pode, enfim, confinar-se somente no âmbito do anúncio da Palavra, mas deve abrir-se a todas as dimensões da vida eclesial e paroquial.

6. O Catequista é um chamado a anunciar o Evangelho na Igreja a serviço do homem

?O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir? (Mt 20,28).

Estando a serviço de Deus, em nome da Igreja, o catequista sabe-se chamado e enviado para um serviço aos irmãos. São testemunhas e partícipes de um mistério que vivem e que comunicam aos outros com amor. O fato mesmo de estar enraizado em Deus e na sua Igreja impulsiona o catequista a viver com os outros e para os outros.

O catequista deve saber se colocar próximo aos homens e caminhar com eles, na escuta das suas exigências, sobretudo daqueles que são considerados os últimos na sociedade: os pobres, os marginalizados e os que não são considerados capazes, por serem portadores de deficiência física ou mental.

O catequista assume concretamente a história do homem e dela se torna atento leitor. Servidor da Palavra de Deus que é para o homem, ele se qualifica em particular como animador da comunidade, favorecendo a participação de todos e a tomada de consciência da história que se vive. O respiro de uma autêntica catequese vai além dos muros paroquiais e atua também fora deles em atenção viva e generosa do catequista aos problemas da sociedade.

7. Conclusão: O Catequista é chamado à Santidade

Na Carta Apostólica Novo Millenio Ineunte, o Papa João Paulo II enfatiza a necessidade de buscarmos a santidade em toda e qualquer atividade pastoral: ?Em primeiro lugar, não hesito em dizer que o horizonte para que deve tender todo o caminho pastoral é a santidade (...) Na verdade, colocar a programação pastoral sob o signo da santidade é uma opção carregada de consequências. Significa exprimir a convicção de que, se o Batismo é um verdadeiro ingresso na santidade de Deus através da inserção em Cristo e da habitação do seu Espírito, seria um contra-senso contentar-se com uma vida medíocre, pautada por uma ética minimalista e uma religiosidade superficial.

Perguntar a um catecúmeno: « Queres receber o Batismo? significa ao mesmo tempo pedir-lhe: Queres fazer-te santo? Significa colocar na sua estrada o radicalismo do Sermão da Montanha: '' Sede perfeitos, como é perfeito vosso Pai celeste ? (Mt 5,48) ? (NMI 30;31).

?Concedei-nos, Senhor, a grande alegria de sermos fiéis Mensageiros de Vossa Ressurreição, por uma tomada de consciência na fé, um testemunho de vida na esperança e um anúncio da salvação na caridade. ?

Madre Maria Helena Cavalcanti

BIBLIOGRAFIA

Diretório Catequético Geral (1971) e Diretório Geral para a Catequese (1997
Catequese Renovada (1983). CNBB
Novo Millenio Ineunte. João Paulo II. 2001
?Ser Catequista? ? Pe. Assis Moser e Pe. André Biernaski
?A pessoa do Catequista? e escritos de Madre Maria Helena Cavalcanti
Apontamentos do Curso para Catequistas, de Pe. Leonardo A. Fernandes

Fonte: jorgekontovski.ning.com





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