O ator Ewan McGregor trabalhou em um filme - "O principal suspeito" -, no qual interpreta um rapaz que vai trabalhar como vigia noturno de um necrotério.
Em uma determinada cena, o antigo funcionário começa a lhe falar do serviço e, então, dá ao rapaz um conselho, em tom sério:"Filho, traga sempre um rádio".
O jovem dá de ombros e diz que irá aproveitar o tempo acordado durante a madrugada para estudar.
O velho olha firme em seus olhos e repete enfático a sugestão: "Traga um rádio".
Passada esta cena, o rapaz já aparece na cabine de vigilância estudando e demonstrando reações mínimas de medo diante da escuridão e do silêncio do lugar.
Parado, olhando para o nada, de repente ele se toca e rapidamente liga um rádio. Segundos depois, a expressão de medo vai mudando, ele começa a sorrir e volta a ler seu livro tranquilamente.
A situação em si não tem a menor importância na história nem no desenrolar do filme, mas mostra com muita propriedade a característica principal do rádio, que é a de fazer companhia, estar bem próximo, como um amigo, um anjo da guarda a nos acalmar das tensões e receios infantis. Dos veículos de comunicação que conhecemos, o rádio é hoje o mais íntimo e o que proporciona sensação maior de proximidade.
A história assinala o italiano Guglielmo Marconi como o inventor do rádio. E pela questão da data de registro da patente é mesmo justo que assim o seja. É fato.
Mas a história também cogita que um padre brasileiro, Roberto Landell de Moura, teria sido o primeiro a transmitir a voz humana sem auxílio de fios. A patente para o seu invento, no entanto, só foi conseguida depois que Marconi já havia patenteado sua invenção.
Mas vamos por partes, para entender melhor: em 1896, Marconi obtém do governo da Itália a primeira patente para o seu "Telégrafo sem fio" e neste mesmo ano viaja para a Inglaterra, onde faz uma demonstração do aparelho: é bem sucedido ao efetuar uma transmissão do terraço do English Telegraphy Office para a colina de Salisbury. Comprova, assim, a viabilidade do sistema.
Em 1894, Padre Landell havia desenvolvido aparelho semelhante e efetuado a emissão e recepção de sinais a uma distância de oito quilômetros, do Bairro de Santana para os altos da Av. Paulista, em São Paulo. Um imprevisto histórico, no entanto, atrasa o reconhecimento das autoridades às suas investigações científicas. Fanáticos religiosos, que atribuíam ao padre conluios com o demônio, destroem os equipamentos e as anotações do cientista.
Por conta disso, só em 1900 (portanto, depois de Marconi) é que Landell concretiza uma demonstração pública de seu invento. De qualquer forma, ambos, Marconi e Landell, contribuíram positivamente para o avanço tecnológico no mundo.
Uma invenção não é uma idéia que aparece assim, de repente e ao acaso, na cabeça de um único homem. No decorrer da história, percebemos que um espírito do tempo paira sobre as mentes de determinadas pessoas, que coincidentemente acabam procurando investigar a mesma coisa.
Farejam algo, vão na direção de algo que parece precisar ser mais digerido, ficar maduro: pronto para a descoberta, aperfeiçoamento ou retoque final.
Com o rádio não foi diferente.
Até Guglielmo Marconi fazer a emissão da letra S por um Telégrafo sem fio, muitas observações, deduções e descobertas foram sendo reveladas aos homens por esses adoráveis curiosos: os cientistas.
Veja na tabela abaixo como uma idéia vai sendo elaborada aos poucos pela razão humana:
Michael Faraday - 1831 | Descobre o princípio da indução eletromagnética. |
Joseph Henry - 1842 | Realiza experimentos com descargas elétricas. |
James Clark Maxwell - 1865 | Presume que um movimento ondulatório se propaga de um campo indutor ao induzido através do éter. |
Maxwell - 1876 | Teoriza que a velocidade de propagação do campo magnético é igual à velocidade da luz e que esta, portanto, seria uma onda eletromagnética. |
David E. Hughes - 1879 | Observa uma limalha de ferro em um tubo de vidro se tornar condutora na presença de uma descarga elétrica. Incerto da descoberta, não a publicou. |
Edouard Branly - 1880 | Anuncia a invenção de seu revelador de ondas (cohesor), composto de limalha de ferro entre dois condutores, dentro de um tubo de vidro. |
Graham Bell e William H. Preece - 1882 | Transmitem sinais telegráficos através da água do mar, entre a Inglaterra e a ilha de Wight. |
Heinrich Rudolph Hertz - 1887 | Comprova a teoria de Maxwel de que as ondas eletromagnéticas se propagam através do éter na mesma velocidade da luz. |
Preece - 1892 | Envia sinais telegráficos através do Canal de Bristol. |
Joseph Oliver Lodge - 1894 | Repete as provas de Hertz, usando o "cohesor" de Branly como detector. |
Alexander Stepanovitch Popov - 1895 | Constrói um aparelho receptor para detectar distúrbios elétricos atmosféricos. |
Guglielmo Marconi - 1896 | Transmissão de sinais do Telégrafo sem fio, no terraço do "English Telegraphy Office", em Código Morse. |
Após essa data histórica, outras tantas colaborações foram se inserindo na cadeia do pensamento que levou ao formato rádio, como o conhecemos hoje.
O telégrafo sem fio foi não o pontapé inicial, mas o principal passo.
O impulso para o desenvolvimento do rádio no mundo se deu por conta da disputa de novos mercados para a produção industrial em expansão, após a Primeira Grande Guerra. Mas não só a concorrência entre as nações propiciou seu crescimento. A salvaguarda da vida no mar foi outro fator importante para que investimentos fossem aplicados na evolução do novo veículo.
Das interferências e ruídos dos primeiros aparelhos de rádio, pesados, enormes e à válvula, aos pequenos, leves e modernos rádios de transistores, que qualquer um leva preso à cintura, enquanto faz o seu cooper, muita pesquisa e empenho foi necessário.
No Brasil, a primeira transmissão radiofônica aconteceu no dia sete de setembro de 1922, em um evento de comemoração pelo aniversário de 100 anos da independência. Uma estação de rádio foi instalada no Corcovado e, além de música, emitiu o discurso do então presidente da República, Epitácio Pessoa.
Em 1923, foi fundada por Roquete Pinto a primeira emissora de rádio do país: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.
O ator Ewan McGregor trabalhou em um filme - "O principal suspeito" -, no qual interpreta um rapaz que vai trabalhar como vigia noturno de um necrotério.
Em uma determinada cena, o antigo funcionário começa a lhe falar do serviço e, então, dá ao rapaz um conselho, em tom sério:"Filho, traga sempre um rádio". O jovem dá de ombros e diz que irá aproveitar o tempo acordado durante a madrugada para estudar.
O velho olha firme em seus olhos e repete enfático a sugestão: "Traga um rádio".
Passada esta cena, o rapaz já aparece na cabine de vigilância estudando e demonstrando reações mínimas de medo diante da escuridão e do silêncio do lugar.
Parado, olhando para o nada, de repente ele se toca e rapidamente liga um rádio. Segundos depois, a expressão de medo vai mudando, ele começa a sorrir e volta a ler seu livro tranquilamente.
A situação em si não tem a menor importância na história nem no desenrolar do filme, mas mostra com muita propriedade a característica principal do rádio, que é a de fazer companhia, estar bem próximo, como um amigo, um anjo da guarda a nos acalmar das tensões e receios infantis. Dos veículos de comunicação que conhecemos, o rádio é hoje o mais íntimo e o que proporciona sensação maior de proximidade.
Fonte: www.ibge.gov.br
No dia 25 de setembro, data do nascimento de Roquete Pinto - o "Pai do Rádio Brasileiro" -, comemora-se o Dia do Rádio.
Em 1923, Roquete fundou a primeira emissora do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Era uma fase experimental do veículo, sem grandes avanços tecnológicos.
A primeira transmissão radiofônica em terras brasileiras, no entanto, já havia ocorrido no ano anterior, mais precisamente em 7 de setembro de 1922, na comemoração do centenário da independência brasileira. Na ocasião, uma estação de rádio foi instalada no Corcovado, no Rio de Janeiro, para a veiculação de músicas e do discurso do então presidente Epitácio Pessoa.
De lá para cá, muita coisa mudou: das interferências e ruídos dos primeiros aparelhos de rádio (pesados, enormes e à válvula) aos pequenos, leves e modernos rádios de transistores. A década de 1950 foi marcada pela consolidação do veículo como meio de comunicação. Em 1968, surgiram as primeiras emissoras de freqüência modulada (FM).
O inventor do rádio foi o italiano Guglielmo Marconi, que criou o seu "telégrafo sem fio", um modelo inicial que se desenvolveu até o sistema que conhecemos hoje. Em 1896, Marconi demonstrou a eficiência de seu aparelho numa transmissão na Inglaterra, do terraço do English Telegraphy Office para a colina de Salisbury. Ganhou do governo da Itália uma patente pela sua criação.
A história também cogita que um padre brasileiro, Roberto Landell de Moura, tivesse sido o inventor do rádio. Em 1894, Roberto havia desenvolvido aparelho semelhante e efetuado a emissão e recepção de sinais a uma distância de oito quilômetros, do bairro de Santana para os altos da avenida Paulista, em São Paulo.
Fanáticos religiosos, contudo, cientes de que o padre brasileiro tinha pactos com o demônio, destruíram seu aparelho e suas anotações, o que atrasou o reconhecimento de sua criação pelas autoridades científicas. Só em 1900 Roberto conseguiu fazer uma demonstração pública de seu invento.
Roquete Pinto (à direita), ao lado do compositor Pixinguinha. A radiodifusão no Brasil está associada ao nome do carioca Edgard Roquete Pinto.
Médico, antropólogo, poeta e professor, Roquete Pinto dedicou a vida à radiodifusão, tanto do ponto de vista técnico quanto no que dizia respeito à programação radiofônica.
Nascido em 25 de setembro de 1884, foi criado numa fazenda em Minas Gerais até os dez anos, retornando então com os pais ao Rio de Janeiro. Em 1912, já formado em Medicina, passou a acompanhar o sertanista Cândido Rondon em excursões ao Mato Grosso, com o objetivo e o prazer de desvendar a cultura interiorana brasileira.
O ano decisivo na vida de Roquete Pinto foi 1922. Naquele ano comemorou-se o primeiro centenário da Independência do Brasil. O Rio de Janeiro, antiga capital federal, abrigou uma grande feira internacional e recebeu a visita de empresários americanos que queriam demonstrar os avanços da radiodifusão, o grande destaque da época nos Estados Unidos.
Para demonstrar o funcionamento do novo veículo de comunicação, os americanos instalaram uma antena no pico do morro do Corcovado, onde hoje se encontra a estátua do Cristo Redentor. A primeira transmissão radiofônica no Brasil foi um discurso do presidente Epitácio Pessoa, que foi captado em Niterói, Petrópolis, na serra fluminense e em São Paulo, onde foram instalados aparelhos receptores.
A reação de Roquete Pinto àquela "sucessão de maravilhas" foi: "Eis uma máquina importante para educar nosso povo".
Após a experiência da primeira transmissão radiofônica no Brasil, em 1922, Roquete Pinto tentou, sem sucesso, convencer o governo federal a comprar todos os equipamentos apresentados pelos norte-americanos na Feira Internacional realizada no Rio de Janeiro.
Felizmente para as comunicações em nosso país, Roquete Pinto não desistiu e conseguiu convencer a Academia Brasileira de Ciências a fazê-lo. Estavam criadas as condições que fizeram surgir a primeira emissora do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada em 1923 e comandada por Roquete Pinto.
Naqueles tempos, para ser um ouvinte era preciso cadastrar-se junto à emissora, adquirindo um equipamento para ouvir a programação em casa.
Em 1936, os aparelhos de rádio já podiam ser comprados em lojas especializadas. Nesse mesmo ano, a Sociedade Rádio do Rio de Janeiro foi doada ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), cujo titular de então era Gustavo Capanema. Este comunicou que a antiga Rádio Sociedade seria incorporada ao temido Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), órgão responsável pela censura durante o Estado Novo do presidente Getúlio Vargas.
Roquete Pinto não só ficou indignado com a proposta de incorporação ao DIP como exigiu a autonomia da emissora, com o objetivo de preservar a sua função essencialmente educativa. Roquete Pinto ganhou a disputa e até hoje a rádio MEC mantém o mesmo ideário.
Consta que ao se despedir do comando da emissora que fundara, sussurrou chorando ao ouvido da filha Beatriz: "Entrego esta rádio com a mesma emoção com que se casa uma filha".
O precursor da radiodifusão no Brasil foi também membro da Academia Brasileira de Letras e um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro.
Não acumulou riqueza. Gostava de fazer piqueniques com a família em um terreno adquirido na Barra da Tijuca e de escrever alguns pensamentos, como a definição que se segue a respeito do veículo de comunicação pelo qual tanto fez: "O rádio é o jornal de quem não sabe ler, é o mestre de quem não pode ir à escola, é o divertimento gratuito do pobre".
Roquete Pinto faleceu em 18 de outubro de 1954.
A estimativa mais conservadora dá conta de que pelo menos 95 milhões de brasileiros ouvem rádio diariamente, 90,2% dos domicílios possuem rádio, o que equivale a 38 milhões e 400 mil casas com aparelhos de rádio. Enquanto o Ministério das Comunicações divulga o registro de 3.232 emissoras de radiodifusão na atualidade, mais de 20 milhões de automóveis da frota brasileira estão sintonizados no veículo de comunicação que um dia deslumbrou Edgard Roquete Pinto, o precursor da radiodifusão no Brasil.
Aquilo não era um banheiro, e sim um laboratório, declarou à revista ISTOÉ a neta de Roquete Pinto, Vera. Ela se referia ao banheiro do apartamento do avô, no bairro carioca de Copacabana, onde ficavam amontadas, em prateleiras, as engenhocas de Roquete Pinto, tais como peças de rádio desmontadas, misturas químicas guardadas em garrafas, ferramentas, além de centenas de livros cobertos de poeira.
No dia 21 de setembro comemora-se o Dia Nacional da Radiodifusão.
Fonte: www.aticaeducacional.com.br
A primeira emissora de rádio no Brasil, foi fundada em 20 de abril de 1923, tendo como fundador Edgar Roquete Pinto, na Academia Brasileira de Ciências, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro com o prefixo PRA-A. Logo depois veio a Rádio Clube do Brasil PRA-B, fundada por Elba Dias.
Em São Paulo/SP a primeira Emissora foi a EDUCADORA PAULISTA, fundada em 1924 e em Belo Horizonte a primeira rádio foi a RÁDIO MINEIRA fundada em 30 de maio de 1936. Hoje, lamentavelmente fora do ar. Mas, a primeira transmissão do Rádio foi no dia 07 de setembro de 1922, durante a exposição comemorativa do centenário da independência.
O discurso do então Presidente da República, Epitácio pessoa, além de ser ouvido no recinto da exposição, chegou também em Niterói, Petrópolis e São Paulo, graças à instalação de uma retransmissora no Corcovado e de aparelhos de recepção nesses locais. Hoje são milhares de rádios espalhadas pelo país, levando alegria , entretenimento e informação para um Brasil de audiência, e principalmente ao ouvinte que sempre fez do Rádio, seu grande companheiro.
Sobre o Radialista
Na época, quando fundou a primeira emissora de Rádio do Brasil, não existiam escolas para formação de Radialistas. Foram os Radiamadores os primeiros locutores, por já possuírem experiência com microfones. Uma característica era fazer uma programação cultural, que consistia em música Erudita, conferência e palestras que não interessavam ao ouvinte.
Na Era do Rádio, o grande astro era "Vital Fernandes da Silva", o "Nhõ Totico", que permaneceu no ar por 30 anos. O mais incrível é que nesta época ele apresentava dois programas ao vivo e totalmente improvisado. Nos dias de hoje, com um ouvinte mais exigente, o radialista precisa de muita técnica e ter um padrão que se identifique com cada emissora.
Mas o ponto em comum entre eles tem que ser o carisma. Dentro de cada Radialista existe um inexplicável sentimento de dedicação e o interesse pelo que faz.
Só o idealismo não é o suficiente, existe a necessidade do talento. Com milhares de bons Radialistas espalhados pelo Brasil, o Rádio é hoje rico.
Oferecendo boas opções para aquele que merece todo o nosso respeito. O ouvinte. O Radialista é um sonhador, um apaixonado que faz parte do cotidiano das pessoas.
Fonte: www.toninholima.com.br
Guglielmo Marconi
Nikola Tesla
A transmissão de ondas de som por rádio foi desenvolvida pelo italiano Guglielmo Marconi, no final do século 19 (XIX). Porém a Suprema Corte Americana considerou Nikola Tesla o inventor do rádio, isso se deve ao fato de que Marconi utilizou de 19 descobertas patenteadas por Nikola para desenvolver seu projeto.
No Brasil em 1893 o padre Roberto Landell também iniciou seus experimentos, feitas em Porto Alegre, no bairro Medianeira, onde ficava sua paróquia.
O Padre realizou as suas primeiras transmissões, no mundo, entre a Medianeira e o morro Santa Teresa.
A primeira transmissão foi realizada no centenário da Independência do Brasil, em 1922, em que o presidente Epitácio Pessoa abriu a Exposição do Centenário no Rio de Janeiro. O discurso foi transmitido para as cidades de Niterói, Petrópolis e São Paulo, por uma antena no Corcovado.
A primeira estação de rádio do Brasil foi a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Seu fundador foi Edgar Roquette-Pinto, ela foi adquirida pelo governo em 1936.
Hoje ela possui o nome de Rádio MEC.
O receptor de rádio decodifica os sinais eletromagnéticos recebidos, captados pela antena, transformando-os em ondas sonoras, sinais digitais e/ou analógicos.
A televisão e o rádio automotivo, por exemplo, são receptores.
O equipamento é conectado a uma antena receptora, um sistema de sintonia e amplificadores de áudio, vídeo e/ou sinais digitais.
O radiotransmissor converte sinais sonoros, analógicos ou digitais em ondas eletromagnéticas, enviando-os para o espaço através de uma antena transmissora, para serem recebidos por um radio receptor, por exemplo, emissoras de AM, FM ou de TV Além do LW.
O radio-transceptor, funciona das duas formas, como transmissor e receptor, alguns exemplos de transceptor são, o telefone celular, os radares nos aeroportos, os equipamentos de comunicações em veículos oficiais, e de empresas particulares.
A memória da radiodifusão vem de longe, de muitas fontes e variadas interpretações. Esta versão que você lê é apenas uma delas. Por ser mais recente espera-se que traduza uma adequada síntese do que mais possa interessar ao leitor contemporâneo, tão aturdido pela miríade de opções disponíveis em qualquer parte do planeta graças a multiplicidade dos atuais meios de distribuição de informações.
Num ponto, porém ? tanto quando sabemos ?, os pesquisadores e autores estão de acordo: as primeiras notícias sobre as descobertas científicas a respeito da radiodifusão vieram da Inglaterra. Em Cambridge o professor de física experimental James Clerck Maxwell teria demonstrado teoricamente a provável existência das ondas eletromagnéticas, em 1863. A seguir apareceram os estudos do alemão Henrich Rudolph Hertz, do italiano Guglielmo Marconi, do inglês Oliver Lodge, do francês Ernest Branly; outro alemão Von Lieben, os norte-americanos Lee Forst e Armstrong e na seqüência o brasileiro Roberto Landell de Moura, todos acrescentando mais detalhes ao que já era, então, uma descoberta.
Em suas teses Landell de Moura previa o uso da telegrafia sem fio, da radiotelefonia (o celular de hoje), a radiodifusão, os satélites de comunicação e o raio laser.
Isso tudo em 1890. A coisa parecia tão fantástica para a época que acabou assustando a comunidade religiosa ? Landell era padre católico ? e a elite governamental instalada no Brasil em 1889 sob o comando do marechal Deodoro da Fonseca, na condição de presidente provisório.
As pesquisas de Landell de Moura só vêm a ser reconhecidas dez anos mais tarde, em 1900 quando o governo brasileiro concede a carta patente nº 3279 que lhe reconhece os méritos de pioneirismo científico universal na área das comunicações.
No ano seguinte padre Landell vai para os Estados Unidos e em 1904 o The Patent Office at Washington lhe concede três cartas patentes: ?para o telégrafo sem fio, para o telefone sem fio e para o transmissor de ondas sonoras?.
Essa demora no reconhecimento da produção científica de Landell de Moura custou muito caro ao pesquisador e a história do Brasil. Pois, embora suas experiências comprovadas publicamente datem de 1893, o ?primeiro mundo? reconhece como Descobridor do Rádio o cientista italiano Guglielmo Marconi.
Simplesmente porque Marconi conseguiu a patente para as suas experiências em 1895, enquanto Landell só foi reconhecido oficialmente no ano de 1900, como mencionado acima.
No Brasil, em 1919 são realizadas as primeiras transmissões da Rádio Clube de Pernambuco, em Recife. Outra experiência ocorreu em setembro de 1922 com as transmissões experimentais realizadas por ocasião da Feira Internacional do Rio de Janeiro e a radiodifusão propriamente dita ? transmissão de rádio com programação definida e continuada ? ocorreu em 1923 com o início de operações Rádio PRAA ? a primeira radiodifusora do país, hoje Rádio Ministério da Educação, criada e dirigida por Edgard Roquette-Pinto.
O início da televisão no país foi facilitado pelos caminhos abertos pelo rádio. A tecnologia básica desenvolvida para chegar no rádio é semelhante a de que precisou a televisão. Em estudo publicado pelo site Tudo sobre TV, em 1998, o jornalista e pesquisador Maurício Valim afirma ter sido em 1920 que se realizaram ?as verdadeiras transmissões, graças ao inglês John Logie Baird, através do sistema mecânico baseado no invento de Nipow?.
Paralelamente às pesquisas de Baird outros cientistas trouxeram contribuições relevantes até que em março de 1935 ?emite-se oficialmente a televisão na Alemanha e em novembro na França, sendo a Torre Eiffel o posto emissor?, conforme afirma Valim, no estudo já citado, embora outros autores considerem que a primazia da televisão cabe aos ingleses.
A partir desse início o invento se populariza. A Inglaterra faz a primeira externa transmitindo a cerimônia de coroação de Jorge VI, em 1936, a Rússia faz transmissões regulares em 1938 e no ano seguinte começa a operar nos Estados Unidos a NBC ? National Broadcasting Company.
Ainda em 1939 dá-se a primeira transmissão de televisão em circuito fechado no Brasil. ?Foi durante a Feira Internacional de Amostras da cidade do Rio de Janeiro, então capital do país, utilizando equipamentos de origem alemã?, como afirma Maurício Valim. Já a televisão comercial foi implantada no país em setembro de 1950, com o início das transmissões da PRF-3 TV Tupi de São Paulo, por iniciativa do jornalista Assis Chateaubriand.
Antunes Severo
Marco Aurélio Gomes
Fonte: www.canoafm.com.br
O mês de setembro não sinaliza apenas o desabrochar das flores, mas também de ondas sonoras - e, porque não dizer, travestidas de sabores, aromas e cores - que irrompem os ares, construindo castelos até mesmo nas imaginações mais contidas e embalando, às vezes, sonhos distantes. Ágil, companheiro do público e capaz de chegar a qualquer recanto do pais, o rádio adentra ambientes e circula por lugares diversos, sempre levando informação, música e entretenimento.
Nascido em 7 de setembro de 1922 - data da primeira transmissão radiofônica no Brasil -, também comemora, no dia 25 do mesmo mês, o Dia do Rádio".
Ao recém completar 80 anos no pais, o rádio foi objeto de muitas comemorações, promovidas pelas entidades representativas do setor, assim como de outros segmentos da economia nacional, a exemplo do MaxiMídia, realizado de 23 a 26 de setembro, em São Paulo, com a presença de radiodifusores de vários estados. Em Minas, a data foi lembrada no dia 9 de julho, durante a abertura do VI Congresso Mineiro de Radiodifusão, promovido pela Associação Mineira de Rádio e Televisão - AMIRT que ofereceu uma placa alusiva a Cláudio Roquette Pinto Bojunga, neto do pioneiro da radiodifusão brasileira, Edgard Roquette Pinto.
Mas a notícia que, por si só, já é um presente para este sedutor octagenário, foi o comunicado "em primeira mão? ao assessor Técnico da ABERT, Ronald Siqueira Barbosa, no dia 11 de outubro, da definição do padrão americano de transmissão digital - ou seja, o IBOC, desenvolvido pela Ibiquity Digital Corporation. Com a digitalização do rádio oficializada nos Estados Unidos, cria-se o necessário precedente para o processo chegar por aqui. Lógico que com o costumeiro atraso, mas pelo menos, agora, pode-se fazer uma previsão entre dois e cinco anos. Basta lembrar que a implantação da TV digital, cujos padrões foram testados pelos especialistas há mais de um ano, arrasta-se até hoje devido à indefinição do governo, explica o presidente da AMIRT, João Bosco Torres.
São essas invenções tecnológicas, que não param de se suceder, que tornam o rádio cada vez mais jovem em pleno florescer dos seus 80 anos. E as perspectivas, para o futuro, são as melhores possíveis, pois, com a digitalização, seu som - já bastante nítido, no caso das emissoras FM - vai chegar quase à perfeição nessa freqüência; enquanto as AM atingirão a tão ambicionada qualidade das FM, sem contar as funções extras que a tecnologia digital trará para essa mídia eletrônica.
Vamos entender a cronologia da história das comunicações para que possamos compreender melhor como o rádio e a televisão tiveram sempre lugar de destaque nos grandes acontecimentos que mudaram os rumos da humanidade:
4000 1200 A.C. | Habitantes da primeira civilização conhecida na Suméria mantêm registros de transações comerciais em tabletes de barro. |
1838 | Em janeiro, Samuel Morse e Alfred Vail demonstram elementos do sistema de telégrafo. |
1844 | Samuel Morse envia uma mensagem de telégrafo de Washington para Baltimore. |
1858 | Um cabo de telégrafo mede o Oceano Atlântico pela primeira vez e provê serviço por alguns dias. |
1861 | Uma linha de telégrafo transcontinental conecta o Atlântico até a costa do Pacífico. |
1876 | Alexander Graham Bell inventa e patenteia o telefone. |
1895 | Guglielmo Marconi transmite um sinal de rádio. |
1904 | John A. Fleming patenteia o tubo de diodo à vácuo e fixa o início de uma fase de melhorias na comunicação de rádio. |
1906 | Lee de Forest soma uma terceira válvula para controlar o atual fluxo para o diodo de Fleming e cria o tubo de diodo à vácuo de três elétrodos. |
1907 | A música de gramofone constitui o primeiro rádio regular de Nova Iorque. |
1908 | O cientista britânico Campbell Swinton descreve um método esquadrinhado eletrônico e pressagia uso do tubo de raios catódicos para televisão. |
1911 | O físico holandês Kamerlingh Onnes, da Universidade de Leiden, descobre a super condutividade. |
1912 | O Instituto de Engenheiros de Rádio, que é a fusão de várias organizações, é estabelecido para formar o IEEE. |
1919 | Eccles e Jordan, físicos dos EUA, inventam o circuito eletrônico flip-flop voltado para sistemas eletrônicos de alta velocidade. |
1920- 1921 | A palavra "robô" (derivou do checo formule para trabalho compulsório) é primeiramente usado por Karel Câpek no seu jogo RUR (os Robôs Universais de Rossum). |
1927 | A face de Herbert Hoover é vista em tela durante a primeira demonstração da televisão no EUA. A transmissão de voz usa arames de telefone. |
1929 | Sinais de televisão de cor prosperamente são transmitidos. |
1940 | Konrad Zuse completa o Z2, que usa relays de telefone ao invés de circuitos lógicos mecânicos. |
1957 | A Rússia lança Sputnik I em órbita em 4 de outubro, e a "corrida espacial" começa. |
1958 | A Bells desenvolve o sinal de modem, que habilita as linhas de telefone para transmitir dados binários. |
1962 | As comunicações via satélite da Telstar é lançada em 10 de julho e cria-se a primeira televisão transatlântica de quadros. |
1968 | A Rand Corp. presenteia o setor de comunicações descentralizadas com o conceito de cadeia de ARPA. |
1971 | O IEEE Computer Group se torna o IEEE Computer Society. |
1972 | Steve Wozniak constrói um gerador "blue box" para fazer telefonemas e o vende a UC Berkeley. |
1973 | Começam os trabalhos sobre o Protocolo de Controle de Transmissão (TCP) no laboratório Universitário de Stanford, por Vinton Cerf. |
1978 | Ron Rivest, Adi Shamir e Leonard Adelman propõem o RSA como um sistema de criptografia com chave pública para transmissões digitais criptografadas. |
1979 | Os telefones celulares são testados no Japão e em Chicago. |
1979 | Discos de vídeo digitais aparecem, em função dos esforços de Sony e Philips. |
1982 | O Serviço de e-mail comercial começa entre 25 cidades. |
1983 | A conclusão da criação do TCP/IP marca a criação da Internet global. |
1984 | Lançado em agosto, o chip de 16 bits da Intel instalado nos novos IBM's PC AT expande a capacidade dos microcomputadores. |
1984 | Em Neuromancer, o novelista William Gibson inventa o termo "cyberspace", ou ciberespaço. |
1985 | A Fundação Nacional de Ciência estabelece quatro centros nacionais de supercomputadores. |
1985 | Com o desenvolvimento do Windows 1.0, a Microsoft traz as características do Macintosh para os computadores DOS compatíveis. |
1985 | Inmos introduz transputers, caracterizando a arquitetura de processamento simultâneo. |
1985 | A velocidade dossupercomputadores alcançam 1 bilhão de operações por segundo com o lançamento do Cray 2 da Thinking Machines Corp, que usa processamento paralelo através de conexões de máquinas |
1985 | O Omnibot 2000, de Tony Kyogo, pode mover, falar e carregar objetos. |
1989 | Tim Berners-Lee propõe o projeto de WWW (World Wide Web, ou Rede Larga Mundial) para o CERN (Conselho europeu para Pesquisa nuclear). |
1990 | A Microsoft lança Windows 3.0 em maio, intensificando sua disputa legal com Apple em cima de softwares "look and feel", ou "olhe e sente", semelhante ao Sistema operacional de Macintosh's. |
1990 | Berners-Lee escreve o protótipo inicial para WWW (Rede Larga Mundial, ou World Wide Web), que usa suas próprias criações: URLs, HTML e HTTP. |
1993 | O Pentium da Intel é lançado em março. |
1994 | O primeiro browser de Netscape é lançado em setembro e cria rapidamente uma legião de surfistas da Internet. |
O telégrafo utiliza o Código Morse, e é basicamente um eletromagneto conectado a uma bateria através de uma chave (o manipulador de Morse, ou o manipulador do telégrafo). Quando a chave é pressionada, a corrente flui da bateria (no final da linha do emitente) e entra no sounder no distante fim da linha.
Por si mesmo, o telégrafo pode expressar apenas dois estados: ligado e desligado. Mas, variando o tempo e o espaço os pulsos de liga e desliga, os operadores de telégrafos podem enviar todas as letras do alfabeto, bem como números e marcas de pontuação. O Código Morse define o tempo e o espaçamento de cada caractere em termos de estados "ligados" curtos e longos, chamados de pontos e de traços. Mas o quê o computador tem de semelhante com o telégrafo?
Utilizam a eletricidade e um código.
De uma maneira geral existem apenas dois estados: ligado ou desligado. Essa condição binária (ligado ou desligado) vai compor o "código" utilizado pelos computadores.
O computador digital, de uma maneira geral, vai contar "ligados" e "desligados". Para representar estes dois estados, criou-se o bit. A palavra bit vem de binary digits e atribuiu-se valor 1 para ligado e 0 para desligado, onde uma sequência de zeros e uns forma o nosso "código do computador" semelhante aos pontos e traços do Código Morse. O bit é a menor quantidade de informação que pode ser armazenada.
Assim como uma sequência de pontos ou traços representam um caractere no Código Morse, conforme a sequência de bits ligados ou desligados vamos obter um caractere ou outro no nosso computador. Essa sequência de bits que representam um caractere é chamada de byte.
Um byte pode ser composto por uma sequência de 7 ou 8 bits, e você poderia ser um fabricante de computadores a adotar a sua própria "convenção de código" com, por exemplo, 10 bits para formar o seu byte. É claro que "códigos" diferentes dificultam a comunicação entre os computadores. Por isso, em 1966 a comunidade da informática e das telecomunicações norte-americana criaram o ASCII (American Standart Code for Information Interchange). O ASCII utiliza um código de 7 bits, permitindo representar 128 caracteres diferentes, sendo 96 imprimíveis (as letras de A a Z em maiúsculas e minúsculas, os números de 0 a 9 e os sinais de pontuação) e ainda inclui muitos caracteres de controle que definem funções não imprimíveis, como o retorno do carro de impressão (carriage return), salto de linha (line feed) e retrocesso (backspace). O ASCII utiliza na verdade 6 bits variando suas combinações entre ligado e desligado para formar todos estes caracteres, sendo que o sétimo bit, chamado de bit de paridade, constitui um mecanismo simples de verificação de erro.
O ASCII foi ampla e rapidamente adotado pela comunidade da informática e das telecomunicações em todo o mundo (a IBM foi uma notável exceção), constituindo o primeiro padrão nesta área. Computadores baseados no padrão ASCII poderiam, pelo menos teoricamente, trocar informações.
A IBM, seguindo uma antiga tradição de fazer as coisas de sua própria maneira, não adotou o ASCII. Em vez disso, os engenheiros da IBM desenvolveram o seu próprio código, chamado EBCDIC (Extended Binary Coded Decimal Interchange Code). O EBCDIC é um código de 8 bits, podendo assim definir um total de 256 caracteres diferentes. Esta é a única vantagem sobre o ASCII. Ao contrário do ASCII, os caracteres alfabéticos no EBCDIC não são sequenciais, tornando as operações de indexação mais difíceis. Entretanto, o que utilizamos hoje nos nossos computadores PCs é um ASCII de 8 bits denominado ASCII extendido.
Portanto, de maneira geral:
1 byte = 8 bits = 1 caractere (letra, número ou símbolo)
Por ser a unidade fundamental de processamento, as medidas são expressas em números de bytes (ao invés de bits). Como em um sistema binário a base é 2, então 210 = 1024. Portanto, um computador com 48K de memória tem na verdade uma capacidade de armazenar 48 x 1024 (ou 49152) bytes.
Desta forma:
1024 bytes = 1KB (1 quilo byte)
1 KB x 1024 = 106 bytes = 1 MB (1 Mega byte)
1 MB x 1024 = 109 bytes = 1 GB (1 Giga byte)
1 GB x 1024 = 1012 bytes = 1 TB (1 Tera byte)
Os primeiros microcomputadores eram baseados em microprocessadores de oito bits, ou seja, processavam oito bits (ou um byte) de informação em uma única operação. Para processar mais do que oito bits, precisam realizar duas ou mais operações separadas. Já os computadores pessoais como os baseados nos microprocessadores Intel 8086, 8088 ou 80286, são PCs de 16 bits. Isto significa que podem trabalhar diretamente com números binários de até 16 casas ou bits (2 bytes), o que traduzindo para números decimais, equivale a 65.536. Se a operação exigir um número superior a esse, o PC precisa, em primeiro lugar, quebrar esses números em componentes menores, realizar a operação em cada componente e então recombinar os resultados em uma única resposta. Os PCs baseados nos microprocessadores Intel 80386 e 80486, são computadores de 32 bits, ou seja, podem manipular números binários com até 32 bits, o equivalente à notação decimal 4.294.967.296. A habilidade de trabalhar com 32 bits por sua vez torna esses PCs muito mais rápidos. Os computadores baseados no microprocessador Pentium da Intel ou no microprocessador Alpha AXP são computadores de 64 bits. Isso é chamado de tamanho da palavra ou a word do computador.
É fácil compreender que o Código Morse é um código.
Porque, se digito três traços, três pontos, três traços e alguém me pergunta de que se trata, respondo: é um S.O.S.
Se me perguntam o que é S.O.S., digo que é um pedido de socorro. Se insistem, querendo saber que tipo de socorro (porque se pede socorro ao colega, se falta o grampeador, e ao restaurante da esquina, se uma visita chega para o jantar), vou à História e digo que são as iniciais de save our souls. Mas, se pedem para mostrar o que significa essa expressão, não terei como fazê-lo, porque nada tenho à mão que seja um sujeito do cais de Liverpool, no convés de um brigue, gritando a Deus que o salve em meio a uma tempestade.
É difícil entender a língua apenas como código porque, para o usuário, a língua é o que a língua diz. No entanto, são tantas as "introduções à semântica", tantas discussões sobre o que é significado, significação, sentido, representação, referente, conotação, denotação; sobre como o dinamarquês mening, de Hjelmslev, difere do inglês meaning - tanta coisa, enfim, frustrante, que a semântica lembra certas virgens que diziam existir antigamente, muito frequentadas mas intimamente desconhecidas.
Definitivamente, não podemos comemorar os 80 anos do rádio sem fazer alusão àqueles que, de uma forma ou de outra, mantém suas ondas no ar.
A explicação é simples: Fazer rádio no Brasil, em qualquer elo em que se situe nessa cadeia, é acima de tudo um exercício de amor. Colhe-se, pelo pais afora, incontáveis histórias de pioneirismo e de dedicação. Aqui, em Minas, temos uma infinidade delas, mas, impossibilitados de fazermos jus a cada um dos nossos radiodifusores e radialistas, vamos lembrar algumas trajetórias só para ilustrar.
O diretor-superintendente da Rádio Alvorada, Francisco Bessa, é um que, ao migrar do jornalismo impresso, "provou da cachaça?, como ele mesmo diz, e nunca mais pensou em fazer qualquer coisa que não seja rádio. No setor desde 1976, aportou na Alvorada em 1985, quando implantou o atual formato da emissora - com o slogan "Sempre Qualidade" -, que concilia música e informação. Apesar da crise econômica, que afeta a todos os setores da economia, mas principalmente ao rádio, segundo ele, sequer cogita a possibilidade de fazer o caminho de volta.
Não se pode falar do rádio em Minas sem citar a Itatiaia. Embora não seja uma das emissoras mais antigas do Estado - acaba de fazer ?bodas de ouro" -, é a que mais fez história. Nestes 50 anos, a emissora acompanhou todas as evoluções tecnológicas e, consequentemente, ampliou sua cobertura. Segundo o diretor Geral, Emanuel Carneiro, a Itatiaia já está completamente adaptada para iniciar a operação digital. Precoce como a maioria dos radiodifusores, Emanuel Carneiro começou a trabalhar na Itatiaia, com o irmão e fundador Januário Carneiro, como office boy, aos 13 anos. Com orgulho, ele conta que passou por todos os setores da emissora, "aprendendo com os bons profissionais que a Itatiaia sempre teve", e não parou mais.
O diretor Comercial da Rádio Cancela, de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, Saavedra Fontes, começou, de forma inusitada, aos 14 anos. Segundo ele, estava numa fila bancária quando recebeu o convite para trabalhar na Rádio Sociedade de Muriaé, na Zona da Mata. Não muito diferente é a história do diretor-presidente das rádios Difusora Formiguense AM e Sistema FM, de Formiga, Antônio Leão da Silva, que começou como operador de som, foi comunicador, vendedor, até que, em 1945, adquiriu a emissora, pagando-a com o próprio trabalho. Sua emissora também está preparada para receber a digitalização, adianta.
CRISE - Os radiodifusores não são unânimes apenas no amor pelo veículo; todos afirmam que, hoje, o rádio passa por uma profunda crise. Os motivos vão desde o "desconhecimento da força do rádio até o aumento da concorrência, com o advento da TV por assinatura, internet e mídias externas (out-door, bus-door), por exemplo, sem que haja crescimento da verba publicitária", pondera Francisco Bessa.
Emanuel Carneiro acrescenta que "o problema do rádio teve início no governo Sarney, quando ele distribuiu frequências com fins políticos, para pessoas que não pertenciam ao meio, desvirtuando a função do veículo?. Neste governo, o problema foi agravado pela mal elaboração da Lei das Comunitárias, que permitiu a proliferação de rádios ?piratas", enquanto ?as autoridades fizeram vista grossa às irregularidades", critica.
A saída, na avaliação de Bessa, é uma maior união da categoria para a exemplo de outros setores, barrar os desmandos a que estão sujeitos, sobretudo na esfera política. Com quem concorda Emanuel, lembrando que se isso tivesse sido feito por ocasião da Lei das Comunitárias, hoje elas não estariam burlando a legislação como vem ocorrendo.
No que se refere à captação de verbas publicitárias, a expectativa é de que o rádio venha a melhorar sua participação no bolo. Há quatro anos, o setor captava apenas 3,7% do investimento total, pulando para 4,9% em 2000 e para 5% em 2001, segundo pesquisas.
O rádio chegou ao Brasil em 1922, período de efervescência cultural no país. Naquele ano, a empresa americana Westinghouse Eletric International, atraída pelas nossas potencialidades, desembarcou no Rio de Janeiro, então capital federal, para demonstrar o funcionamento de uma emissora radiofônica. Foi instalada uma estação de 500 watts, no alto do Corcovado, e, no dia 7 de setembro, durante as comemorações do Centenário da Independência, o discurso do então presidente da República, Epitácio Pessoa, chegou ao público por intermédio de um sistema de "telefone alto-falante". Suas palavras também foram ouvidas em São Paulo, Petrópolis e Niterói, graças à instalação de uma potente "estação transmissora?.
No final das comemorações, a rádio saiu do ar e só em abril de 1923, quase um ano depois, surge a Sociedade Rádio do Rio de Janeiro, por iniciativa do antropólogo Edgard Roquette-Pinto, em sociedade com o diretor do Observatório Astronômico, Henrique Morize. A Rádio, com programas educativos e culturais, influenciou o surgimento de várias emissoras no pais.
O rádio comercial, contudo, surge somente a partir de 1932, com a legalização da publicidade, pelo então presidente Getúlio Vargas. Tanto que na década de 30 são criadas várias emissoras, entre elas, a Record, de São Paulo, e a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, em 1931; Rádio Inconfidência, de Belo Horizonte, em 1936; e Tupi, de São Paulo, em 1937.
Nessa época, o rádio vai aos poucos abandonando seu perfil educativo e elitista, para firmar-se como um popular meio de comunicação. A linguagem é modificada, tornando-se mais direta e de fácil entendimento. É o tempo áureo do rádio, com grandes ídolos como Carmem Miranda, Linda Batista e, entre outros, Orlando Silva.
Surgem também os programas de humor, de auditório e as novelas radiofônicas. Houve produções históricas, como o lendário "Repórter Esso", que permaneceu no ar durante 28 anos.
Com a chegada da televisão, nos anos 50 - trazida por Assis Chateaubriand -, houve um esvaziamento nas emissoras de rádio. Artistas, técnicos, entre outros profissionais, migraram para a TV, em busca de novas oportunidades profissionais.
MINAS GERAIS - A primeira emissora implantada em Minas, e também uma das primeiras do país, foi a Rádio Sociedade de Juiz de Fora. Em 1936, surgiram as rádios Guarani e Inconfidência, em Belo Horizonte, e, em 1952, a Rádio Itatiaia, seguida da Rádio Jornal de Minas, hoje Rádio América. Em 1974, foram criadas as rádios Pampulha, atual Rádio Capital, e Tiradentes, hoje CBN. A primeira FM mineira foi a Rádio Del Rei, datada de 1970.
Nesses 80 anos, o rádio passou por várias mudanças. Em 1968, surgiram as emissoras de freqüência modulada - as FMs -, voltadas para a programação musical; enquanto as tradicionais AMs dedicam, cada vez mais, espaço ao radio jornalismo e às transmissões esportivas.
A CBN, criada em 1996, é a única FM só de notícias.
Agora, depois de enfrentar vários desafios, o rádio está na iminência de, mais uma vez, passar por uma profunda transformação, a fim de se adequar às novas tecnologias do milênio.
A história oficial determina a data de 7 de setembro de 1922 como o início do rádio no país, com a alegação de que esta foi realizada de acordo com os padrões da época. Há, contudo, registros de transmissões anteriores, como é o caso da Rádio Clube de Pernambuco, fundada em 6 de abril de 1919, portanto quando sequer existiam transmissões radiofônicas na América Latina.
Segundo esses registros, a Rádio foi fundada por um grupo de amadores, sob a liderança de Augusto Joaquim Pereira. A emissora utilizava discos emprestados - de óperas, música clássica e recitais -, que eram ouvidos através de um receptor que funcionava com fones de ouvido.
Tânia Ramos
Fonte: www.locutor.info