19 - IMPERATRIZ LEOPOLDINA - O BRASIL INDEPENDENTE LHE DEVE GRATIDÃO ETERNA
História do Brasil e do Mundo

19 - IMPERATRIZ LEOPOLDINA - O BRASIL INDEPENDENTE LHE DEVE GRATIDÃO ETERNA


Participação decisiva da Imperatriz Leopoldina na nossa Independência

A atitude de D. Leopoldina, defendendo os interesses brasileiros, acha-se eloqüentemente estampada na carta que escreveu a D. Pedro I, por ocasião da Independência do Brasil: “É preciso que volte com a maior brevidade. Esteja persuadido de que não é só o amor que me faz desejar mais que nunca sua pronta presença, mas sim as circunstâncias em que se acha o amado Brasil. Só a sua presença, muita energia e rigor podem salvá-lo da ruína”.

Os historiadores reconhecem a grande participação que teve D. Leopoldina nos acontecimentos que prepararam a Independência. São expressivos os textos de algumas das cartas que ela escreveu nos dias ansiosos que precederam o 7 de setembro de 1822:
“Fiquei admiradíssima quando vi de repente aparecer meu esposo, ontem à noite. Ele está mais bem disposto para os brasileiros do que eu esperava, mas é necessário que algumas pessoas influam mais, pois não está tão positivamente decidido como eu desejaria.
Dizem que as tropas portuguesas o obrigarão a partir. Tudo então estaria perdido, e torna-se necessário impedi-lo. Os ministros vão ser substituídos por filhos do País, que sejam capazes. Muito me tem custado alcançar tudo isso. Só desejaria insuflar uma decisão mais firme”.

Vasconcelos Drummond, amigo dos Andradas e participante direto dos acontecimentos, afirma: “Fui testemunha ocular, e posso asseverar aos contemporâneos que a Princesa Leopoldina cooperou vivamente, dentro e fora do País, para a Independência do Brasil. Debaixo desse ponto de vista, o Brasil deve à sua memória gratidão eterna”.
Mulher superior ao seu tempo, D. Leopoldina trouxera para o Brasil missões científicas, prestigiara a vinda de sábios, tais como Emanuel Pohl e von Martius, que pode ser considerado como o primeiro estrangeiro a revelar à Europa o Brasil.

Dom Pedro I lançara, na colina do Ipiranga, o grito famoso que fez independente o Brasil. Dias depois, nos salões repletos do Paço, reclamava ele que lhe trouxessem fitas verdes, pois queria que todos usassem o laço das cores representativas do Brasil livre. Vendo que ainda faltavam alguns distintivos, voltou-se alegremente para Dona Leopoldina, perguntando-lhe:
— Não haverá mais fitas verdes no palácio?
Sorrindo, ela respondeu que não; mas, ainda assim, dirigiu-se aos seus aposentos, para mais uma busca. Abriu e remexeu quantas gavetas encontrou, mas nada de fitas verdes. Já desanimava, e dispunha-se a voltar ao salão com as mãos vazias, quando seus olhos caíram sobre o leito, cujas fronhas ostentavam, a correr pelos ilhoses do bordado, fitas da cor procurada. Não se deteve a pensar. Arrancou-as todas e voltou ao salão, ruborizada e feliz, para distribuir os distintivos. Em seu entusiasmo, exclamou:
— Não havia mais fitas verdes, mas arranquei as dos travesseiros de minha cama!
Imediatamente, sentindo o silêncio que se fizera, corou. Viu que ninguém se sentia digno da honra de tais distintivos. No meio daquela indecisão, o primeiro a dar um passo para a frente foi Antonio de Menezes Vasconcelos Drummond. Dona Leopoldina estendeu para ele a mão, que segurava um laço verde. E sobre aquela mão e aquele laço se inclinou a cabeça do patriota, que beijou os dedos de Leopoldina, exclamando:
— Obrigado, Majestade!
Era a primeira vez que se dava a Dona Leopoldina esse título.


A Imperatriz Leopoldina, modelo de vida familiar e cristã

Francisco I, pai da Imperatriz Leopoldina, fez chegar a D. Pedro I, por intermédio da embaixada austríaca, estas recomendações: “Recomendo-vos que peçais ao meu genro que faça respeitar a Religião e promover os bons costumes. Se tomar estes conselhos, não é necessário preocupar-se com constituições. Esta é a melhor constituição, a constituição prática. As outras são teorias impraticáveis e quiméricas”.

Narra Vasconcelos Drummond que, já em 1824, a tropa pretendia forçar a abdicação de D. Pedro I, e só a veneração que tinham à Imperatriz Leopoldina é que pôde demovê-los do seu intento. Foi então que lhe ofereceram secretamente a coroa, ao que ela respondeu:
— Sou cristã, e dedico-me inteiramente ao meu marido, aos meus filhos. Antes de consentir num semelhante ato, eu me retirarei para a Áustria.

D. Pedro I fez D. Domitila Marquesa de Santos e Primeira Dama da Imperatriz. Numa recepção de gala, ante a corte estupefata, D. Leopoldina soube tratá-la com amabilidade. Quando lhe apresentaram a pequenina Duquesa de Goiás, fruto da leviandade do marido, a Imperatriz, com um sorriso triste, passando lentamente a mão sobre a cabecinha loura da criança, e com os olhos ligeiramente umedecidos, disse:
— Tu não tens culpa, minha filha!

Jacques Arago era um bom jogador de bilhar, e D. Pedro I desafiou-o. D. Leopoldina, receosa de que a irascibilidade do marido pudesse dar motivo a cenas desagradáveis, aproximou-se de Arago e solicitou-lhe em voz baixa:
— Deixe-o ganhar algumas partidas. Meu marido é bastante colérico.
No entanto, o francês resolveu ganhar, deixando que D. Pedro perdesse com brilho. Mas ele não se conformou, e daí surgiu uma das muitas cenas de ira da vida do Imperador.

A primeira tentativa de uma colonização não portuguesa, baseada na pequena propriedade, foi formada em Nova Friburgo, em 1819, com suíços de língua francesa e alemã, e reforçada posteriormente por alemães. Fracassou em conseqüência de o terreno ser pouco favorável, da falta de habilitação dos imigrantes para a agricultura, e de boas comunicações com a capital. Muitos colonos transferiram-se para o Rio, fomentando o artesanato local, ou alistaram-se nos corpos estrangeiros, enquanto as mulheres trabalhavam como enfermeiras ou empregadas. Muitas famílias chegaram ao extremo da miséria, tanto que as crianças saíam a pedir esmolas pelas ruas. D. Leopoldina esvaziou várias vezes seus cofres pessoais para acorrer às viúvas e aos órfãos. Era este um dos motivos pelos quais ela se viu moralmente obrigada a contrair dívidas secretamente, para poder socorrer os necessitados.

A Imperatriz Leopoldina não se interessava por roupas caras e enfeites, mas era uma inveterada gastadora, pois seu bom coração a levava muitas vezes a distribuir esmolas da sua própria dotação a todos os que sofriam e vinham apelar para a sua magnanimidade. Com isso ela gastava mais do que podia. Quando morreu, em 1826, verificou-se que tinha algumas dívidas, decorrentes de suas obras de caridade. A Assembléia Legislativa sentiu-se honrada em mandar efetuar o pagamento desses débitos deixados pela Imperatriz.

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