Até 1930, os políticos dos estados de São Paulo e Minas Gerais dominaram a República brasileira. Por meio do voto de cabresto, manipulavam o resultado das eleições e usavam o Estado brasileiro em seu favor.
Essa situação vinha provocando o descontentamento de diferentes setores da sociedade, como a classe trabalhadora e a pequena burguesia.
Os militares do Exército também estavam descontentes, principalmente alguns jovens oficiais, genericamente chamados de tenentes.
Os tenentes defendiam uma série de mudanças no sistema político brasileiro, como a implantação do voto secreto, o combate à corrupção, o fim das oligarquias, o fortalecimento do Estado e da própria instituição militar. Para eles, o ano de 1922 poderia ser o início dessa mudança, pois em março a população iria às urnas eleger um candidato para suceder ao presidente Epitácio Pessoa.
Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa
Disposto a romper com o tradicional predomínio de representantes dos estados de São Paulo e Minas Gerais na Presidência, políticos do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia se uniram em torno de um grupo chamado Reação Republicana. Com o apoio dos tenentes lançaram a candidatura do fluminense Nilo Peçanha para concorrer com o candidato oficial do governo, o mineiro Artur Bernardes.
Nilo Procópio Peçanha
Com 1,5 milhão de votos Artur Bernardes derrotou seu adversário. Mas nem a Reação Republicana nem os militares aceitaram o resultado oficial.
Artur da Silva Bernardes
Em meio à tensão política, o ex presidente Hermes da Fonseca, na época presidente do Clube Militar, criticou a intervenção de Epitácio Pessoa nas eleições para governador realizadas em Pernambuco. O governo mandou prender Hermes da Fonseca e fechou o Clube Militar.
Voto de cabresto
Nas primeiras décadas do século XX, o voto não era secreto e isso facilitava as fraudes eleitorais. As pessoas eram obrigadas a votar nos candidatos indicados pelos coronéis. (os grandes latifundiários). Era o chamado voto de cabresto. Muitos eleitores votavam mais de uma vez e outros compareciam às urnas com documentos falsos, muitos deles, em nome de pessoas já falecidas.
A velha corrupção
Os tenentistas achavam que a corrupção era um dos sérios problemas do Estado brasileiro. Eles a consideravam um dos "vícios" dos governos republicanos.
Apesar da revolta dos tenentistas, a corrupção não deixou de ser associada ao Estado brasileiro. Leia texto a seguir
A corrupção no Brasil O nível de corrupção no Brasil não melhorou no último ano, de acordo com o índice de Percepção de Corrupção de 2004, divulgado nesta quarta-feira, em Londres, pela Transparência Internacional. O documento [...] afirma que o Brasil permanece com o índice registrado no ano passado: 3,9 em uma escala de 0 a 10 (em que 10 corresponde ao menor grau de corrupção) Segundo a diretora regional das Américas da Transparência Internacional, Silke Pfeiffer, o nível igual a 3 ou menor indica "corrupção endêmica, em que o sistema já não dispõe mais de mecanismos para lidar com a corrupção" Este é o caso de 50% dos países da América Latina. Todos os outros, com exceção do Chile e do Uruguai, tem índices menores do que 5. WELLBAUM, Andréa. Brasil fracassa em reduzir corrupção, diz estudo. BBC Brasil, 20/10/2004. http://noticiasterra.com.br/brasil/interna.,01406092-EI306,00.html |
Transparência Internacional
Instituição privada sem fins lucrativos que se propõe a combater a corrupção em todo o mundo, por meio da pressão por reformas políticas e do monitoramento de governos, corporações e bancos. Elabora anualmente, em cada país, um Índice de Percepção de Corrupção, que avalia quanto os cidadãos confiam na honestidade do governo.
site: www.transparency.org
www.transparencia.org.br
CARDOSO, Oldimar. coleção: Tudo é História. ensino fundamental.
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