SOCIEDADE FRANCESA NO FINAL DO SÉCULO XVIII
História do Brasil e do Mundo

SOCIEDADE FRANCESA NO FINAL DO SÉCULO XVIII


Caricatura Francesa do final do século XVIII.
Biblioteca Nacional de Paris

Olá pessoal! Bom estar com vocês mais uma vez.
Nesta postagem analisaremos o simbolismo de uma caricatura francesa do final do século XVIII. No decorrer da postagem faremos uma associação desta com a realidade vivida pela sociedade francesa a luz daquela época.
Para melhor fazermos essa associação aqui proposta, cabe-nos explanar rapidamente acerca da configuração social francesa no final do século XVIII. Então vamos lá!
Naquela época a França era composta de aproximadamente 24 milhões de habitantes e nessas condições, era disparadamente o país mais populoso do continente europeu. Outro fator que merece destaque é a desigualdade social existente entre os franceses daquele período. Submissa a um sistema político absolutista, a sociedade francesa era dividida em três estados ou grupos sociais como podemos ver abaixo:
Primeiro Estado: Composto pelo clero da Igreja Católica que curiosamente se dividia em duas classes distintas: o alto clero (cardeais, bispos e abades) e o baixo clero (padres, frades e monges). Na realidade o alto clero gozava de privilégios estatais e pelo fato de legitimar o poder real, lhes era concedido a isenção do pagamento de tributos (impostos). De contrapartida, o alto clero possuía um poder de arrecadação de tributos invejável, alicerçado na cobrança do dízimo, das altas taxas que eram exigidas dos fiéis na realização de batismos, casamentos e sepultamentos. A riqueza acumulada pela Igreja ainda bebia de outra importante fonte, as terras. O alto clero concentrava uma grande quantidade de terras e consequentemente um número muito grande de trabalhadores que prestavam serviços e pagavam excessivas taxas.
Segundo Estado: Esta parcela da sociedade francesa era composta pelos integrantes das famílias tradicionais, também conhecidos como nobres. Para a nobreza também eram destinados privilégios reais, como por exemplo, o não pagamento de impostos, cargos públicos importantes, dentre outros. A nobreza francesa era também detentora de grandes propriedades de terras e consequentemente possuíam muitos servos que trabalhavam nestas terras e pagavam pesados impostos aos nobres.
Terceiro Estado: Este grupo social era composto pelos camponeses, trabalhadores urbanos e a burguesia que juntos equivaliam a aproximadamente 98% da população francesa. A eles não eram destinados nenhum tipo de privilégio real, muito pelo contrário, recaia sobre estes o pesadíssimo fardo do pagamento de impostos e para os camponeses, em especial, lhes eram acrescidos ainda, as obrigações feudais. Na realidade era o Terceiro Estado que sustentava os outros dois, ou seja, 98% de pobres, miseráveis sustentando as regalias e os privilégios de 2% de ricos.
Bom... agora que conhecemos um pouco a realidade de cada grupo social francês daquela época, passemos a observar a caricatura proposta. O traje de cada um dos personagens, torna fácil a identificação dos mesmos, sendo assim, o primeiro que está acima ou nas costas do velho, traz ao peito um crucifixo, trata-se de um integrante do clero, provavelmente do alto clero. O Segundo personagem que está nas costas do velho, carrega consigo uma espada, além disso, repare como está muito bem vestido, dessa forma podemos concluir que trata-se de um nobre. Por fim, o velho, carrega nas costas os dois, o nobre e o religioso. Com uma expressão de sofrimento, cansaço, parece não aguentar mais por muito tempo o fardo que carrega sozinho.
A caricatura é fantástica, a disposição dos personagens é perfeita, observe atentamente. Em primeiro (acima) vem o 1º Estado, representado por um integrante do alto clero, logo atrás dele vem o 2º Estado, representado por um nobre e por último (abaixo) vem o 3º Estado, representado por um camponês, a identificação deste torna-se evidente não só pela roupa desgastada que ele usa, mas também pela presença de ovelhas e passarinhos que comem sementes ao chão, tornando o ambiente pelo qual se passa a cena, rural.
Simbolicamente a cena retratada chama a atenção da sociedade francesa da época para a questão da exploração sofrida pelos camponeses que, ao trabalhar nas terras pertencentes ao clero e a nobreza, acabavam por sustentar, através do sistema servil e dos tributos pagos, o 1º e 2º Estados.
Para finalizarmos, confesso que tentei procurar a autoria da caricatura aqui analisada, mas ela está em anonimato, o que não nos impede de tecer elogios ao indivíduo que a criou, pois o mesmo conseguiu sintetizar os problemas oriundos a desigualdade da sociedade francesa em apenas um simples desenho, em uma simples imagem.

Forte abraço a todos e saudações históricas!





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