São Bartolomeu : O Massacre em nome de Deus
História do Brasil e do Mundo

São Bartolomeu : O Massacre em nome de Deus


O reinado de Carlos IX é conturbado, marcado pelos conflitos entre católicos e protestantes. Os vacilos do soberano resultam numa carnificina que praticamente dizima os huguenotes.
por Georges Bordonove

O rio Sena, banhado de sangue, como cemitério a céu aberto - O massacre de São Bartolomeu, agosto de 1572, em gravura anônima do século XVI

O ano é 1572. Carlos IX tem 22 anos, e seu reinado é conturbado devido aos conflitos que opõem católicos e protestantes. A conjuração de Amboise precedeu, um pouco, sua coroação, em 1560.Os grandes do reino, como os Montmorency, os Guise e os Bourbon, disputam o poder sob o pretexto da religião e em nome de um jovem monarca que pretendem derrubar. Catarina de Médici, a rainha-mãe, joga uns contra os outros para garantir a herança de Henrique II e lograr um modus vivendi entre as duas facções. Apesar da derrota imposta pelo duque de Anjou, irmão de Carlos IX, nas batalhas de Jarnac e de Moncontour, os calvinistas conseguem recompor suas forças. Tendo por capital La Rochelle, chamada de a "Jerusalém Marítima", eles formam um estado dentro do estado, sob a autoridade do almirante Gaspard de Coligny, da rainha de Navarra, Joana d´Albret, e de seu filho Henrique (futuro Henrique IV). Eles têm agentes diplomáticos, exército, armada, finanças e, como aliados, a rainha Elizabeth da Inglaterra e seus correligionários de Londres.

São uma ameaça crescente à autoridade real, ou o que resta dela. Mas a rainha-mãe, cujo otimismo não fica aquém de sua tenacidade, não se desespera. Ela decide dar sua filha Margot como esposa a Henrique de Navarra. Acredita piamente que esse casamento terá o condão de reconciliar os franceses. Ela pretende também conseguir a conversão do futuro genro e, com isso, enfraquecer o partido calvinista, mas se choca com a intransigência de Joana d\\'Albret. Para abrandar a rainha de Navarra e tirá-la do prumo, ela necessita do apoio de Coligny. É com essa perspectiva que convoca o almirante a comparecer à Corte.

Carlos IX venera a mãe - um pouco demais, talvez -, mas suporta cada vez menos governar à sua sombra, e ainda ser um rei de fachada e ver seus feitos e gestos incessantemente controlados e suas iniciativas contrariadas. Além disso, ele sofre por não ser o filho predileto. Catarina idolatra o duque de Anjou, a quem chamam Monsieur. Ela assegurou sua fortuna e sua glória, sob pretextos falaciosos e em detrimento de Carlos, o filho mais velho, que se vê obrigado a conceder ao irmão o título de intendente geral do reino com poderes exorbitantes. Carlos tem fibra militar. Ele sonha imitar seu avô Francisco I e superar seu pai Henrique II.

É precisamente esse filão que o almirante vai explorar. Catarina assumiu um grande risco ao chamá-lo à Corte, porque, entrando no jogo, ele aposta no jovem rei. Escuta-o com atenção respeitosa, infla sua ambição, atiça seu ódio contra Filipe II da Espanha - assim, ganha sua simpatia. Carlos sente prazer em conversar com esse homem maduro. Não partilha de sua fé, mas admira sua coragem. O almirante o aconselha a governar sozinho, já que ele tem o poder, a idade e as capacidades para desafiar a rainha-mãe e sua roda excessivamente italiana, e, sobretudo, Monsieur que, campeão do catolicismo, está a serviço de Filipe II. Coligny lhe repete que ele tem o estofo de um grande rei, de um conquistador, e que lhe basta querer. Essas palavras são um bálsamo para o coração ulcerado de Carlos, que passa a nutrir um sentimento quase filial pelo almirante, a quem chama de "meu pai", certo de ter encontrado nele a figura paterna que perdera muito jovem, o conselheiro que tão penosamente lhe faltara. Quando admite entre seus familiares os auxiliares do almirante, Briquemault, Rohan, Téligny, La Rochefoucauld, os cortesãos começam a se agitar, cogitando se não estará disposto a abjurar a religião romana.

O Plano abandonado
O almirante tece pacientemente a sua teia, vislumbrando que logo terá influência para levar Carlos IX a apoiar os rebeldes flamengos contra Filipe II, com o risco de provocar uma guerra com a Espanha. Uma ocasião logo se apresenta. Em abril, um vasto movimento de revolta incendeia a província de Zelândia. Os rebeldes imploram a ajuda da França e da Inglaterra. Coligny convence o rei a autorizar Ludovico de Nassau a montar uma tropa. Carlos doa-lhe dez mil francos. Em 29 de maio, Nassau toma Mons e Valenciennes.

Entretanto, o marechal de Tavannes e o duque de Longueville, ambos militares experientes, entram na disputa. Eles declaram a Carlos que com a ajuda aos rebeldes flamengos ele expõe seu reino a um perigo maior. A França é incapaz de sustentar uma guerra que pode se prolongar por muitos anos. Sua economia está enfraquecida, seu exército reduzido e dividido. O rei está confuso, ainda mais que duvida da lealdade de Monsieur, em caso de conflito.

A rainha-mãe o resgata da perplexidade. Ela representa uma de suas grandes cenas, cujo segredo domina. Em lágrimas, censura-lhe a ingratidão e a imprudência: se perder essa guerra, seu reino será no mínimo desmembrado e submetido por muito tempo à Espanha; se ganhar, ficará a reboque dos huguenotes. Ela ameaça abandonar os negócios reais e se retirar para Florença se ele persistir no projeto. Mas Coligny introduz um novo argumento: a guerra estrangeira é o único meio de reconciliar os franceses. Se Carlos IX alcançar a vitória, ele anexará Flandres e será reconhecido como o maior soberano da Europa. Nas sessões de 16 e 26 de junho, o conselho do rei examina a questão e rejeita o projeto do almirante. Rejeição confirmada no dia seguinte por um conselho puramente militar. Coligny não desiste: "Senhor, como o conselho destas pessoas persuadiu Vossa Majestade, não posso mais me opor a vossa vontade, mas estou seguro de que vós vos arrependereis".

A AGITAÇÃO ESTÁ NO AUGE. UNS FALAM EM DEGOLAR OS GUISE. OUTROS PRESSIONAM COLIGNY A DEIXAR A CAPITAL. O REI LHE PROMETERA JUSTIÇA E MERECE SUA CONFIANÇA

A 12 de julho, Carlos IX permite que um contingente expedicionário parta da França para socorrer os rebeldes sitiados em Mons. É simplesmente esmagado pela tropa espanhola. Nos dias 9 e 10 de agosto, durante uma reunião do conselho, o plano de guerra é definitivamente abandonado. Coligny declara: "O rei se recusa a empreender essa guerra. Queira Deus que não lhe aconteça outra da qual não estará em seu poder omitir-se". Palavras desastradas, ameaçadoras até, que não impedem Catarina de partir para Monceaux, para junto da cabeceira de sua filha, a duquesa da Lorena. Ela considera o caso encerrado. Ademais, o almirante se comprometera a não fazer nada sem preveni-la. Nessa falsa segurança, ela pode, no ócio, ocupar-se dos preparativos para o casamento "misto". O almirante, porém, trai seu juramento. Estimula Carlos IX, dizendo-lhe que é livre para seguir ou não o voto de seus conselheiros. O rei quer a guerra, mas se recusa a ser empurrado: ele escolherá o seu momento.

Quando a rainha-mãe retorna a Paris, constata que o rei prossegue nos preparativos de guerra e que um contingente de arcabuzeiros está a caminho da Picardia. Então, seu filho ingrato a enganou mais uma vez, cedendo às pressões de seu grande amigo. Razão a mais para acabar com o sujeito. Ela entra em contato com Ana d\\'Este, duquesa de Nemours, viúva de Francisco de Guise, que fora assassinado em 1563. O jovem duque Henrique de Guise jurou vingança pela morte de seu pai e responsabiliza Coligny. Catarina avisa que o rapaz tem carta branca para agir e ele, mesmo contra a vontade da mãe, aceita. Agora as coisas andam depressa. Monsieur encontra o duque de Guise. Juntos eles fixam a data, a hora e o lugar da execução. Eles escolhem o matador, um certo Maurevert, atirador de elite.

O casamento de Henrique de Navarra com Margot se desenrola sem incidentes, apesar da hostilidade dos parisienses. Monsieur e sua mãe aplacaram as desconfianças dos senhores huguenotes, que comparecem para homenagear Henrique de Navarra. Alguns partem antes do fim das festividades. O almirante permanece. O rei lhe prometera resposta sobre a declaração de guerra, em quatro dias. As advertências, porém, se multiplicam. Há rumores sinistros, mas além da coragem, Coligny tem guarda pessoal.

Na sexta-feira 22 de agosto, ele se apresenta no Louvre. O conselho, presidido por Monsieur na ausência do rei, termina às 10 horas. Ao sair do palácio, Coligny encontra o rei, que vai para o seu jogo de péla. Depois se retira e envereda pela rua da Poulies: é o caminho mais curto para chegar a sua casa, na rua de Béthisy. Uma guarda de 15 cavalheiros o escolta. Ele lê uma petição, sempre mascando seu palito. Maurevert está de tocaia atrás de uma janelinha. Estouram dois tiros. Naquele instante o almirante se abaixara para amarrar um de seus sapatos. Uma bala estraçalha-lhe um dedo; a segunda se incrusta em seu braço. Ele exclama: "Vede como são tratadas as pessoas de bem na França!". Ele é levado até a rua de Béthisy e Ambroise Paré, o célebre cirurgião, é convocado às pressas. Avisado, Carlos IX, furioso, volta para o palácio. Toma imediatamente três medidas provando que ignora tudo sobre o complô: a abertura imediata de um inquérito, a evacuação das casas vizinhas à residência de Coligny, a interdição do porte de armas nas ruas de Paris.

Para a rainha-mãe e Monsieur, o fracasso do atentado é uma catástrofe. Eles jamais tinham imaginado que Maurevert pudesse falhar. O rei decide, um pouco mais tarde, fazer uma visita a Coligny, favor insigne! Catarina recupera então o sangue frio e o gênio. Ela propõe que toda a Corte acompanhe o rei, a fim de homenagear o ilustre ferido. Está certa de que os Guise se absterão, convidando assim a vindita dos huguenotes, mas essa comédia não alcança o resultado esperado. Ao contrário, redobra as desconfianças dos huguenotes. A velha soberana está enrascada. O inquérito determinado pelo rei levará direto a Henrique de Guise e, deste, a Monsieur e sua mãe.

Na rua de Béthisy a agitação está no auge. Uns falam em degolar os Guise. Outros pressionam o almirante para deixar imediatamente a capital. Ele se recusa. O rei prometera-lhe justiça e merece toda sua confiança. Rejeita, porém. a oferta que Carlos lhe faz para se hospedar no Louvre ou no castelo de Vincennes. Pouco depois, Henrique de Navarra e o príncipe de Condé se apresentam ao rei. Eles exigem o total esclarecimento do atentado e uma punição severa. O soberano responde que o inquérito está em curso. Ele reitera a ordem de reagrupamento dos senhores huguenotes da rua de Béthisy para garantir a segurança do ferido e oferece aos dois príncipes a sua suíte pessoal no palácio. O rei escreve aos governadores de suas províncias para lhes informar do infame atentado que vitimou Coligny e imputa, com certa precipitação, a responsabilidade ao duque de Guise.

A Noite interminável
Encerrada em seu quarto, a rainha-mãe está sobre o fio da navalha. Ela teme a cólera de seu filho, quando ele souber da verdade. Ele é bem capaz de apunhalar o irmão. Ela não teme menos a vingança dos huguenotes. A noite interminável transcorre nessa angústia. Na manhã de 23 de agosto, o rei recebe um enviado de Coligny. Este lhe pede a guarda prometida para vigiar a rua de Béthisy. O rei concede. Monsieur, que assiste à audiência, designa o capitão Casseins, criatura dos Guise. A chegada de Casseins e de 50 homens reacende a ira e a inquietude dos huguenotes. Seguem-se discussões acaloradas das quais participam dois "espiões", Bouchavannes e Gramont. Estes correm ao Louvre para informar a rainha-mãe de um complô que se prepara: no dia 26 de agosto, 4.000 huguenotes se reunirão no bairro de Saint Germain, sob as ordens de Montgomery, atacarão o Louvre, degolarão a família real e proclamarão rei Henrique de Navarra.

A rainha-mãe cede ao terror e fica transtornada. Ela se recorda da conjuração de Amboise, mas naquele caso os conjurados queriam somente capturar o rei para exercer o poder em seu nome. O que eles querem agora é suprimi-lo, ele e todos os seus. Catarina tem todos os motivos para desconfiar de Montgomery: ele já matou Henrique II, involuntariamente, é fato, é um exaltado e um furioso. Mas ela percebe, subitamente, que esse complô, apesar do perigo que representa, a tirará dos apuros.

Ela vai passear no jardim das Tulherias com Monsieur. Ela chama seus leais servidores, Tavannes, Rirague, o conde de Retz e o duque de Nevers, aos quais apresenta um plano: decapitar o partido huguenote suprimindo Coligny e uma dúzia de seus auxiliares. Nenhum deles faz objeções. Discute-se apenas a lista dos condenados. Catarina diz que lamenta chegar a esse extremo. Depois da entrevista de Bayonne, Filipe II não cessara de lhe aconselhar essa solução. É de convir que ele tinha razão. Portanto, a decisão de princípio está tomada. Resta fazer o mais difícil: para torná-la exeqüível, é preciso obter a ordem de Carlos, único detentor da autoridade.

Carlos IX se preocupa com a manutenção da ordem na capital. Ele envia Monsieur para sondar a opinião pública. Missão delicada que este último aceita com alguma apreensão, mas logo se tranqüiliza. Tão logo reconhecem o vencedor de Jarnac e Moncontour, os parisienses o aclamam. Monsieur percebe que os Guise simularam uma falsa partida e que tratam de agrupar seus partidários. De volta ao Louvre, ele declara que está tudo calmo e que os huguenotes se alarmam à toa.

Nas horas seguintes, a tensão não pára de crescer. Durante a ceia da rainha-mãe, os senhores huguenotes fazem declarações ameaçadoras. O senhor de Pardaillan se permite dizer: "Se o almirante perder um braço, milhares de outros se levantarão para fazer tamanho massacre que os rios do reino se encherão de sangue!" Catarina não vacila. Os que ouviram a arenga de Pardaillan poderiam negar a existência de um complô?

Enquanto isso, Carlos IX, novamente alertado pela roda de Coligny, reforça as medidas de proteção. Ele convoca Le Charron, preboste em exercício desde 16 de agosto, e ordena que feche as portas, multiplique as patrulhas, tire os navios do lado da cidade. Mas o preboste que saíra, Claude Marcel, é o verdadeiro dono de Paris. O rei, à sua própria revelia, acaba de fornecer aos chacinadores os meios de perpetrarem seus crimes.

Chega o momento de lhe abrir os olhos. A rainha-mãe teme esse confronto. Gondi cuidará disso. Ele sabe como falar ao rei numa circunstância tão grave e lhe revela que o duque de Guise não é o único responsável pelo atentado, mas que sua mãe e Monsieur são cúmplices, para evitar os perigos a que submeteria o reino ao intervir nos Países Baixos. Mais: conta o objetivo secreto do almirante - manietar o rei e "huguenotizar" todo o reino. Depois do atentado frustrado, seus partidários clamam vingança, conspiram contra ele. Todos são culpados de lesa-majestade. Algumas execuções, diz, desmantelarão o complô.

O rei protesta com veemência. Não quer acreditar na traição de Coligny, mas titubeia, duvida. Gondi sente que a partida está quase ganha. Aí entra em cena a rainha-mãe, Monsieur, seus aliados. Um a um eles assediam o infeliz monarca durante duas horas! Sua resistência enfraquece. A rainha-mãe desfere o golpe final. Ele estaria com medo dos huguenotes? Seria menos corajoso do que seu irmão fora em Jarnac e em Moncontour? Acusado de covardia pela própria mãe, ele solta um uivo de fera: "Vós o quereis! Pois bem! Matai! Matai todos!".

E desaba, exausto. A rainha-mãe e seus acólitos levantam-se em silêncio, para executar a ordem real. Completam a lista de vítimas, convocam os Guise e os encarregam de suprimir Coligny. Fora um dos huguenotes hospedados no Louvre, eles não imaginam nenhum massacre geral. No entanto, convocam Claude Marcel, cujo fanatismo é conhecido. Eles o recordam de que está incumbido de manter seus homens em estado de alerta para apoiar, em caso de desordem, as tropas reais e a milícia burguesa. Seus quaterniers (chefes de bairro) recebem a missão de agir de forma que nenhum "desses ímpios" possa escapar. Ele já mandou levantar a lista das casas huguenotes. Claude Marcel tem responsabilidade esmagadora na organização do massacre.


Caçados como animais
Carlos IX recobra a calma e entra no papel que dele se espera. Como seu pai, ele é lento para decidir, mas uma vez convencido vai até o fim. Ele se comporta como um rei que, em perigo extremo, garante, custe o que custar, a segurança do seu reino. Exige de sua guarda um juramento estrito de obediência e deixa partir La Rochefoucauld, um de seus companheiros prediletos, sabendo que o está enviando para a morte...

Ao raiar do dia 24 de agosto, o rei convoca Henrique de Navarra e Condé, ambos príncipes de sangue, e os intima a escolher entre a abjuração e a morte. Do lado de fora, os cavalheiros de seus séquitos são desarmados e massacrados. Os que tentam escapar são caçados como animais. Nos pátios do palácio, abate-se tudo que seja huguenote. Soa o rebate em Saint-Germain l\\'Auxerrois. Os sinos graves de Notre Dame e de todos os relógios de Paris respondem. O sinal está dado. Rua de Béthisy, os acólitos do duque de Guise acabam de assassinar o almirante e de jogar seu corpo pela janela. Em todos os bairros da cidade, desencadeia-se infame carnificina que durará até 30 de agosto! No dia 26, quando Carlos IX se dirige ao Parlamento para uma sessão solene, ele é aclamado pelos parisienses. Essa súbita popularidade o conforta em sua ilusão de ser, enfim, o monarca que sonhava ser, todo-poderoso e venerado pelos súditos. Em discurso, oficializa a tese do complô para justificar a execução de Coligny e de seus subalternos. Depois, cumprindo os desejos da rainha-mãe e de Monsieur, acrescenta: "Tudo o que se passou em Paris foi feito, não só por meu consentimento, mas por minha ordem e de meu próprio movimento."

São palavras que a posteridade conservou, mas permanece a questão de saber se ele é responsável ou culpado pelo massacre de São Bartolomeu. Os fatos aqui relatados trazem a resposta. Responsável, Carlos IX é totalmente pois, enquanto soberano, ele dá a ordem fatal. Culpado também é, pois permitira o massacre dos huguenotes hospedados em seu palácio. Mas ele não é, com certeza, pelo massacre coletivo perpetrado na capital por Marcel e os Guise. O infeliz é sobretudo vítima das intrigas de seu círculo, do disparate de Coligny e do mal que o corrói. Em 1572, restam-lhe somente dois anos de vida. Não foi o remorso que o matou, mas a tuberculose. Ele começa a escarrar sangue.

Georges Bordonove é historiador e escritor, dentre outros títulos, é autor de Charles IX, Hamlet couroné, da série Les rois qui ont fait la France, da editora Pygmalion.

Revista Historia Viva





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