Relatos da Guerra
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Relatos da Guerra



França, 25 de Setembro de 1917

Querida Mãe,
Estou a mandar esta carta para vos informar que estou com muitas saudades vossas e que não sei se vou poder mandar outra carta porque muitos dos meus colegas estão a morrer e nunca sabemos quando chega a nossa hora.
Não estava à espera que a guerra das trincheiras fosse tão sangrenta, tem mortos e feridos por todo o lado. Os soldados aliados estão desesperados com a morte dos seus homens porque os adversários são muito destemidos, apesar de também morrerem muitos dos seus soldados.
Muitos beijos e saudades.
Do vosso amado filho,

Edson Patrick

França, 10 de Setembro de 1917



Queridos pais,
Espero que esteja tudo bem convosco?
Aproveitei a oportunidade, do inimigo ter cessado fogo, para vos poder escrever, pois, não sei quando voltarei a ter oportunidade para tal.
Isto, por aqui, está péssimo, parece que estamos no inferno.
Por vezes passamos noites e dias sem dormir, sem comer, nem beber, passamos muito mal, esta é a verdade.
Já morreu muita gente devido a esta guerra, infelizmente, já morreram muitos amigos meus verdadeiros, pessoas que vêm para aqui sem estarem, devidamente, treinadas para tal acontecimento.
Só espero voltar a poder escrever-vos novamente, pois nem sabem as saudades que eu tenho de casa, gostaria imenso que esta guerra acabasse e eu pudesse voltar para casa.
Assim me despeço de todos vós?

Beijos de carinho
saudades para todos,
Patrick





França, linha da frente, 17 de Junho de 1916



Querido pai,
Como tens passado?
Como sabes eu vim para a guerra, por livre e boa vontade, para te fazer uma homenagem e para me transformar num herói.
A vida aqui é muito diferente do que eu imaginava ser. Estou nas trincheiras, onde os combates podem dar-se a qualquer hora. Os locais a que me refiro são buracos escavados, chamados trincheiras. Pomos sacos de areia que nos deixam a salvo da mira do inimigo enquanto nós os atacamos de frente.
A terra-de-ninguém é o território que separa a nossa trincheira da trincheira dos inimigos, que não pertence a ninguém, apenas pertence às ratazanas.
Nestas trincheiras marcantes, ouvimos o som da morte, está distante e tão perto, à distância de uma bala que acaba com a vida de uma família perfeita.
O lança-chamas queima as mágoas com o calor do interior da terra e as metralhadoras distribuem tragédias.
Tornámo-nos escravos da guerra, nem homens livres nem máquinas. Apenas coisas!
A lama do campo de batalha arrasta-nos a vontade. Alguns morrem afogados, as nossas trincheiras ficaram destruídas e inundadas, cheias de lamas.
Por vezes sinto-me um verdadeiro patriota, quero levar o meu país a provar ao Mundo que não somos inferiores aos Alemães e,por isso, é obrigatório terminar esta guerra.
Mas quando há aqueles momentos de espera, eu fico a pensar que estou sozinho e ponho-me a escrever cartas para vocês. Não podia deixar de me lembrar de ti, da mãe e dos manos, claro! Quando íamos às vinhas da quinta, e as deliciosas comidas feitas pela mãe, porque a comida que fazem nos bunkers é horrível, (são os nossos próprios cavalos quando morrem e pão sem sal).
Despeço-me com muitas saudades vossas,
beijos à mãe e aos manos.

Paulo Sérgio Dias Duarte




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