Queremismo
História do Brasil e do Mundo

Queremismo


Comício queremista no Largo da Carioca, 1945. Rio de Janeiro, CPDOC

Queremismo

Movimento político surgido em maio de 1945 com o objetivo de defender a permanência de Getúlio Vargas na presidência da República. O nome "queremismo" se originou do slogan utilizado pelo movimento: "Queremos Getúlio".

Diante das evidências de que a ditadura do Estado Novo caminhava para o seu final, as forças políticas que haviam se oposto ao regime iniciaram o ano de 1945 reivindicando a redemocratização do país. Pressionado, Vargas comprometeu-se a realizar eleições. Organizaram-se partidos políticos nacionais, que lançaram candidatos, enquanto o próprio Vargas mantinha-se numa posição dúbia em relação à possibilidade de candidatar-se. O prestígio de que então desfrutava junto aos trabalhadores urbanos fazia com que seus passos fossem decisivos para os rumos da eleição. Nesse contexto, surgiu em São Paulo, entre os meses de março e maio, o movimento da panela vazia, manifestação pioneira em defesa de sua permanência na presidência. Logo em seguida, ainda no mês de maio, foi lançado o movimento queremista, no Rio de Janeiro. Os queremistas reivindicavam o adiamento das eleições presidenciais e a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte. Caso as eleições fossem mesmo confirmadas, queriam o lançamento da candidatura de Vargas.

O Partido Comunista do Brasil, recém-legalizado após anos de clandestinidade, logo manifestou apoio à bandeira da Constituinte com Getúlio. Nos meses seguintes o movimento atingiu outras capitais e ganhou dimensões de massa. O empresário Hugo Borghi se destacou como um de seus principais líderes, chegando a adquirir três estações de rádio para colocá-las à disposição da campanha. No Rio de Janeiro, o jornal O Radical encampou as teses do movimento. Em julho quando o primeiro escalão de pracinhas regressou da Itália e foi aclamado nas ruas do Rio de Janeiro, Getúlio também desfilou em carro aberto e recebeu uma consagração popular. Os queremistas estavam seguros do prestígio do presidente. Nos meses de agosto, setembro e outubro grandes manifestações se sucederam. Vargas saudava os manifestantes da sacada do palácio presidencial e, aos poucos, começava a dar mostras de que pretendia continuar no poder.

No final do mês de outubro, quando Vargas tentou substituir o chefe de Polícia do Distrito Federal, João Alberto Lins de Barros, por Benjamin Vargas, seu irmão, a manobra foi interpretada por seus adversários como um golpe para preparar sua continuidade no poder. No dia 29, o alto comando do Exército, tendo a frente o ministro da Guerra, general Góes Monteiro, depôs Vargas da presidência, que em seguida foi entregue ao presidente do Supremo Tribunal Federal, José Linhares

Fundação Getúlio Vargas




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