Quando a cantiga se fez arma
História do Brasil e do Mundo

Quando a cantiga se fez arma


29 de março de 1974, 22H00
No Coliseu dos Recreios concentram-se 7 mil pessoas para o I Encontro da Canção Portuguesa
O ambiente está tenso, o Coliseu foi convertido numa fortaleza sitiada por centenas de polícias de choque, canhões de água e de tinta azul, bastões e gás lacrimogéneo e cães com ar de poucos amigos. 
Nos bastidores trava-se uma acesa discussão entre os representantes da entidade organizadora, a Casa da Imprensa, e os da ditadura de Marcelo Caetano porque a censura tinha recusado dezenas de canções e tinha proibido que se cantassem versos de outras.
A Casa da Imprensa havia cumprido com o que lhe era solicitado, tinha submetido as letras das músicas à aprovação da Direção dos Serviços de Espetáculos a 15 de março, mas apenas por volta das 21 horas de 29 de março, com o objetivo de forçar a Casa da Imprensa a cancelar o espetáculo. Os organizadores estão determinados a avançar, mesmo que apenas com um verso de cada canção. Pelo palco vão passando cantores, ficando para o fim os chamados pesos-pesados, cuja participação o regime tentara impedir. A apoteose fica a cargo de José Afonso, cujas canções foram passadas a pente fino pelos censores, que deixaram passar Grândola Vila Morena. No palco entrelaçam-se os braços, os corpos oscilam da esquerda para a direita, acompanhando a cadência alentejana. O público segue o exemplo. Um mar de gente abraça-se e entoa Grândola Vila Morena (do álbum Cantigas de Maio, de 1971, e até aí inofensiva). Seguiu-se o inócuo Milho Verde. E novamente Grândola, mas agora convertida em hino subversivo. Zeca cantava acompanhado pelo público, que berrava a estrofe "o povo é quem mais ordena".

As luzes apagam-se e os holofotes fazem um jogo de luzes que incide sobre o público e sobre o palco. É uma e meia da manhã e as pessoas saem do Coliseu abraçadas e a cantar. Entre elas, alguns militadres do MFA. Estava escolhida a senha, para passar na Rádio Renascença, à meia-noite e vinte da madrugada de 25 de abril de 1974.
in Revista Visão, n.º 1099, 27 de março a 2 de abril 2014, pp. 28-31






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