Fig. 1 - Planeta Urano [1]
Urano (também referido como Urano) é o sétimo planeta do Sistema Solar, situado entre Saturno e Netuno. A característica mais notável de Urano é a estranha inclinação do seu eixo de rotação, quase noventa graus em relação com o plano de sua órbita; essa inclinação não é somente do planeta, mas também de seus anéis, satélites e campo magnético. Urano tem a superfície mais uniforme de todos os planetas caracterizando-se pela sua cor azul-esverdeada, produzida pela combinação de gases na sua atmosfera, e tem anéis que não podem ser vistos a olho nu; além disso, tem um anel azul, que é uma peculiaridade planetária. Urano é um de poucos planetas que tem um movimento de rotação retrógrado, similar ao de Vénus.
Tem 27 satélites à sua volta e um fino anel de poeira.
O seu diâmetro equatorial é de cerca de 51 118 km, isto é, quatro vezes superior ao da Terra. Urano situa-se a cerca de 2 870 000 000 de km do Sol, equivalente a 19,18 vezes a distância da Terra ao Sol (19,18 U.A. - Unidades Astronómicas).
A inclinação axial próxima de 90º de Urano fá-lo girar praticamente "deitado"; por isso as suas regiões equatoriais ficam muito fracamente expostas à luz e à energia solar a maior parte do tempo, especialmente por ocasião dos solstícios de Urano. O que ainda permanece incógnito e sem resposta clara é o facto da temperatura destas regiões não serem menores do que as temperaturas registradas nos polos; estes, em função da inclinação axial, ficam alternadamente expostos à radiação solar. É provável que haja algum tipo de geração de calor e que a dinâmica atmosférica deste planeta promova, de alguma forma, o aquecimento das regiões equatoriais, mas até o momento não há consenso entre os cientistas sobre como se processa.
Urano tem um núcleo composto de rochas e gelo de diferentes tipos, este último muito mais abundante. O planeta tem uma densa atmosfera formada por uma mistura de Hidrogénio e Hélio que pode representar até 15% da massa planetária. Urano (assim como Netuno) é em muitos aspetos um gigante gasoso cujo crescimento se interrompeu sem ter acumulado as grandes massas dos gigantes planetas gasosos internos Júpiter e Saturno.
Esquema de anéis do planeta Urano
(As linhas sólidas mostram os anéis e as linhas
a tracejado mostram as órbitas das Luas)
O planeta Urano possui um sistema de anéis planetários de complexidade intermediária entre o conjunto mais amplo em torno de Saturno e os sistemas mais simples em torno de Júpiter e Netuno. Os anéis de Urano foram descobertos em 10 de março de 1977 por James L. Elliot, Edward W. Dunham, e Douglas J. Mink. Mais de 200 anos antes, William Herschel também relatou ter observado anéis, apesar de serem muito escuros e fracos. Mais dois anéis foram descobertos em 1986 pela Voyager 2, e dois anéis exteriores foram encontrados em 2003-2005 pelo telescópio espacial Hubble.
Até 2008 o sistema de anéis de Urano possuía 13 anéis distintos. O raio de distância é de cerca de 38.000 km para o mais próximo e de cerca de 98.000 km para o anel mais afastado. Arcos adicionais de poeira fraca podem existir entre os anéis principais. Os anéis são muito escuros.
A maioria dos anéis de Urano são opacos, com apenas alguns quilómetros de largura. O sistema de anéis contém pouca poeira global, consiste principalmente de grandes massas de 0.2-20 m de diâmetro. No entanto, alguns anéis são opticamente finos. A relativa ausência de poeira no sistema de anéis de Urano é devido ao arrasto aerodinâmico a partir da alargada exosfera de Urano.
Acredita-se que os anéis de Urano sejam relativamente jovens, com não mais de 600 milhões de anos. O mecanismo que define os estreitos anéis não é bem entendido. Inicialmente acreditava-se que os anéis tinham luas próximas a eles. No entanto, em 1986 a Voyager 2 descobriu apenas um par Cordélia e Ophelia à volta do anel mais brilhante. O sistema de anéis de Urano provavelmente originou-se da colisão e fragmentação de uma série de luas, uma vez que existiam em torno do planeta. Após a colisão, as luas provavelmente quebraram-se em inúmeras partículas, que tornaram-se estreitos e densos anéis estritamente limitados apenas em zonas de máxima estabilidade.
Urano tem 27 satélites naturais conhecidos. Nenhum deles possui atmosfera. Os nomes dos satélites de Urano foram retirados de personagens de várias peças de William Shakespeare e de obras de Alexander Pope, especialmente os personagens principais femininos deles. Referimos a seguir o nome delas, bem como a obra literária a que estão associadas:
Os satélites maiores são Titânia e Oberon, de tamanho semelhante (1580 e 1520 km de diâmetro, respetivamente). Outros satélites importantes são Umbriel, Ariel e Miranda. Eram estes os cinco satélites conhecidos de Urano antes da chegada da Voyager 2. Astrónomos localizaram-nos entre 1787 e 1848.
Os satélites maiores foram fotografados pela sonda espacial Voyager 2 entre1985 e 1986. As fotos tiradas por ela ainda são as imagens de maior resolução que temos destas luas tão distantes.
Nos meses anteriores à chegada da Voyager 2 sua câmera foi dedicada à exploração do plano equatorial para descobrir novos satélites invisíveis da Terra. Ela encontrou 10 luas com diâmetros de 40 a 160 kms. Elas estão localizadas entre o anel mais externo e Miranda. Posteriormente, a partir dos anos 90, o Telescópio espacial Hubble permitiu aumentar o número de satélites conhecidos para um total de 27.
Miranda é um satélite de apenas 470km de diâmetro. Ele tem o precipício mais alto do Sistema solar (Verona Rupes); uma parede muito alta com 20 km altura (10 vezes mais altas que as paredes do Grand Canyon, na Terra).
Uma particularidade das luas de Urano é que 8 das 9 luas mais distantes (Francisco, Caliban, Stephano, Trinculo, Sycorax, Prospero, Setebos e Ferdinand) são todas luas de massa relativamente pequena, orbitam Urano no sentido retrógrado ao movimento dos planetas e possuem uma grande inclinação em relação ao plano orbital.
Referências:
O texto apresentado foi adaptado de um artigo da Wikipédia.
[1] imagem obtida em http://pt.wikipedia.org/wiki/Urano_(planeta)