Obama e a crise financeira dos EUA
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Obama e a crise financeira dos EUA




A crise de 1929 quebrou o mito do liberalismo econômico defendido por Adam Smith. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, os norte-americanos supriram a Europa de manufaturas, matérias-primas e alimentos; detinham cerca de 50% do estoque mundial de ouro. 

A euforia foi tanta que a produção só crescia, sem atentar para o fato de que entre os anos de 1921 a 1928 estava ocorrendo a recuperação das nações europeias e, consequentemente, a queda das exportações norte-americanas. Além da queda das exportações e empréstimos para a Europa, a mecanização do campo, a facilidade de crédito e o aquecimento de seus compradores foram causas principais para a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, que em 1929, era mais especulativa do que real. 

Mais recentemente, no ano de 2007, amadureceu nos EUA, a chamada crise imobiliária, tecnicamente referente a crise de crédito nos EUA. No início dos anos 2000, comprar um imóvel tornou-se tarefa mais fácil, pois durante o governo de George W. Bush, os juros do financiamento imobiliário estiveram fixados em torno de 2% ao ano, o que tornou o crédito de compra de imóvel acessível à população de renda mais baixa. O principal segmento afetado, que deu origem ao atual estado de coisas, foi o de hipotecas chamadas de "subprime", que embutem um risco maior de inadimplência. 

Quem é o cliente "subprime"? É um cliente de renda muito baixa, por vezes com histórico de inadimplência e com dificuldade de comprovar renda. Esse empréstimo tem, assim, uma qualidade mais baixa - ou seja, cujo risco de não ser pago é maior, mas oferece uma taxa de retorno mais alta, a fim de compensar esse risco.

Mais uma vez, euforia.  A demanda por imóveis cresceu, devido às taxas baixas de juros nos financiamentos imobiliários e nas hipotecas. O mercado imobiliário ficou aquecido, mas com o aumento dos juros, muitos mutuários por não terem condições de pagar, entregaram os imóveis, começou a sobrar imóvel no mercado, gerando baixa do preço dos mesmos. No fim, as financiadoras ficaram com os imóveis de valor baixo e sem dinheiro necessário (que planejavam receber) para pagar os títulos de investimentos.

Com isso cresceu a procura por novas hipotecas, a fim de usar o dinheiro do financiamento para quitar dívidas e, também, gastar (mais). Ao mesmo tempo as empresas financiadoras resolveram jogar os títulos de investimento imobiliário na venda da bolsa de valores, o que espalhou a crise para mercados de todo mundo. O FMI reconheceu que a turbulência financeira que iniciou no verão de 2007, se transformou em crise completa, e que tal fato desencadeou um declínio acentuado na atividade econômica nos EUA, sob probabilidade de longa recessão.

Para conter a crise que se alastrava, a exemplo do que ocorreu na crise de 1929, em 2008 o Senado e a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovaram o plano de resgate dos mercados, apresentado pelo governo Bush, prevendo ajuda de 700 bilhões de dólares aos bancos quebrados do país. 

Como a crise se espalhava pelo mundo, para evitar um colapso econômico mundial, a União Européia reuniu esforços em conjunto para estatizar ou manter o crédito bancário entre os bancos europeus, os resultados projetaram uma recuperação lenta e um mercado de investimento instável até 2010. Contudo, a depois dessa medida, o mercado imobiliário passou a reagir em pânico e algumas das principais empresas de financiamento imobiliário passaram a sofrer os efeitos da retração; a American Home Mortgage (AHM), uma das 10 maiores empresa do setor de crédito imobiliário e hipotecas dos EUA, pediu concordata. Outra das principais empresas do setor, a Countrywide Financial, registrou prejuízos decorrentes da crise e foi comprada pelo Bank of America.

Obama e a dívida pública norte-americana: US$ 14,3 trilhões

Os valores alcançados pela dívida pública bruta dos EUA em setembro de 2008, era de US$ 10,5 trilhões. Obama disse que ia reduzir a dívida, mas esta só faz inchar e já equivale a 100% do PIB. Para adiar a inadimplência até 2 de agosto, se o limite legal de US$ 14,3 trilhões não fosse aumentado pelo Congresso, o secretário do Tesouro havia anunciado uma ginástica fiscal – tipo corte de verba para estados e municípios e do repasse a fundo de aposentadoria de servidores. 

Assim, o Senado dos Estados Unidos aprovou o projeto de lei na tarde de terça-feira (02/08) permitindo a elevação do teto da dívida pública norte-americana em pelo menos US$ 2,1 trilhões em três passos: os primeiros US$ 400 bilhões imediatamente, seguidos de US$ 500 bilhões até fevereiro. Ele prevê, ainda, cortes de cerca de US$ 2,4 trilhões em 10 anos, que seriam aprovados pelo Congresso em duas etapas --um corte inicial de US$ 917 bilhões na aprovação do acordo e mais US$ 1,4 trilhão até o final do ano.






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