O reinado de D. Pedro I
História do Brasil e do Mundo

O reinado de D. Pedro I


Quando D. Pedro I proclamou a independência, em 7 de Setembro de 1822, nascia na América uma monarquia:

Brasil Império. Assim ficou conhecido o período que vai da proclamação da Independência em 1822 à proclamação da república em 1889. O termo império deve-se à grande expansão territorial, e não ao fato de abranger o domínio de diferentes nações. De forma equivocada, alguns historiadores dividem o período em primeiro e segundo império, quando a forma correta é Primeiro e Segundo Reinado, referindo-se ao governo de D. Pedro I e D. Pedro II respectivamente.

O 7 de Setembro foi comemorado em muitas partes do Brasil com festas de rua e vivas a D. Pedro. Uma multidão compareceu à festa em que ele foi aclamado imperador, em outubro de 1822, e também à coroação , na Capela Imperial, em Dezembro.

A independência, porém, não foi aceita em todas as províncias brasileiras. Militares e políticos portugueses fiéis às cortes de Lisboa continuavam controlando a Bahia, o Grão-Pará, o Maranhão, o Piauí e a Cisplatina (atual Uruguai). Nessas províncias, o povo pegou em armas para combater as forças portuguesas contando com a ajuda de militares estrangeiros contratados por D. Pedro I.

As lutas pela independência duraram cerca de dois anos. Na Bahia, foram particularmente difíceis. Depois de vários combates, batalhões populares vindos do interior da província conseguiram avançar em direção a Salvador e cercar as tropas portuguesas que controlavam a capital. Vendo-se sem alimentos, os soldados portugueses tentaram furar o cerco, mas foram derrotados na Batalha de Pirajá. Depois, navios ingleses à serviço de D. Pedro I bloquearam Salvador, obrigando as tropas portuguesas a deixar o Brasil em 2 de julho de 1823.

Alguns escravos que lutaram na guerra de independência da Bahia ganharam a liberdade como recompensa. Esse foi o caso, por exemplo, do soldado Manuel Muniz.

Enquanto se desenrolavam as lutas pela independência, o governo de D. Pedro I travava outra guerra: a guerra diplomática para conseguir dos demais países o reconhecimento da independência. E isso também não foi nada fácil.

A notícia de que o Brasil havia se separado de Portugal não foi bem recebida na Europa. Por um lado, os países absolutistas que formavam a Santa Aliança - Áustria, Prússia e Rússia - ameaçavam invadir o Brasil para devolvê-lo a Portugal; por outro lado, o jovem império do Brasil tinha um aliado poderoso: a Inglaterra, uma potência que estava interessada em garantir e ampliar o comércio com o Brasil. Os Estados Unidos, que progrediam economicamente, também tinham interesse em ampliar sua influência no restante da América.  O primeiro país a reconhecer a independência do Brasil foi os Estados Unidos (1824). O então presidente norte-americano James Monroe defendia o lema " A América para os americanos", isto é, a América não deveria aceitar a interferência européia.

A Inglaterra, por sua vez, procurou inicialmente convencer Portugal, seu antigo aliado, a aceitar a soberania do Brasil. O governo português fez várias exigências para aceitar a independência brasileira, entre elas o pagamento de dois milhões de libras esterlinas (moeda inglesa). Como o Brasil não tinha dinheiro, pediu aos banqueiros ingleses um empréstimo, um dos primeiros de nossa história. O dinheiro do empréstimo feito por D. Pedro I, no entanto, nem chegou a sair da Inglaterra, porque Portugal devia à Inglaterra uma grande soma.

Só depois desses entendimentos, a Inglaterra reconheceu a emancipação política do Brasil. Para isso, exigiu a renovação do Tratado de Comércio e Navegação por mais quinze anos. Assim, por um bom tempo ainda, os produtos ingleses continuariam pagando apenas 15% de imposto nos portos brasileiros. Com isso, a Inglaterra aumentava seu poder e sua influência no Brasil.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único. BOULOS JUNIOR, Alfredo. História Sociedade & Cidadania. ensino fundamental.

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