Mulheres piratas - As lendárias Anne Bonny e Mary Read
História do Brasil e do Mundo

Mulheres piratas - As lendárias Anne Bonny e Mary Read




Texto de Dalton Delfini Maziero

A pirataria sempre foi vista como uma atividade exclusivamente masculina. Contudo, o estudo de processos contra saqueadores mostra que nem só de homens viviam os “Sete Mares”. Anne Bonny e Mary Read são os casos mais famosos da pirataria feminina, e talvez o que tenha alcançado maior notoriedade. Violentas e masculinizadas, essas duas beldades conseguiram feitos que as tornou uma verdadeira lenda no mundo marítimo.

Calico Jack e a pirataria caribenha
A história da pirataria revela vez ou outra, casos dignos de um romance cinematográfico. Muitas vezes, a falta de informações e os acontecimentos insólidos que envolveram essa atividade, fazem de seus personagens, elementos quase lendários. Anne Bonny e Mary Read fizeram parte desse mundo marginal, e acabaram por escrever um dos mais interessantes capítulos dessa fascinante história.

No início do século XVIII, as águas caribenhas e da Nova Inglaterra estavam infestadas de piratas. Não só elas, mas todo o Atlântico norte, que lutava contra essa atividade considerada ilegal por muitos, mas que na realidade representava um lucro enorme – caso não fossem capturados – a quase todos que se lançavam aos mares. Um dos notórios piratas desse período foi o capitão Rackham, também conhecido como “Calico Jack” (nome que vem de seu hábito em usar roupas de seda por baixo, chamadas calicó). Nascido em 1680, Jack muito cedo se lançou aos mares, em companhia de outro capitão renomado, Charles Vane. Existem poucas informações sobre a vida de Calico Jack, mas ao que tudo indica, abordou navios suficientes para gerar o pânico à mera citação de seu nome. Seus métodos de guerra também fizeram fama, pois gostava de arrancar os narizes de seus oponentes, o que gerou um ódio não contido contra ele e sua tripulação.

Em 1720, chegou na Jamaica um navio sem bandeira. Imediatamente, correram os boatos da chegada de Calico, causando a correria entre os soldados ingleses que se encontravam no porto. Verificada a veracidade da notícia, logo surge um navio de guerra capitaneado pelo inglês Jonathan Barnet, que exige sua rendição. A luta foi violenta, mas por fim, acabou com a derrota de Calico. Sua história teria se perdido com esse fracasso, caso um fato desconsertante não tivesse abalado o Tribunal de Santiago de la Veja, que julgava a punição dos piratas: entre seus tripulantes, duas mulheres – vestidas de homens – haviam se revelado! Os anais desse tribunal(28/11/1720) registram praticamente tudo o que sabemos sobre elas.


Mary Read
A primeira chamava-se Mary Read. Nascida na Inglaterra, teve uma infância marcada pela desunião familiar. Sua mão, abandonada pelo marido pouco depois do casamento – e com um filho recém nascido –, engraçou-se com um homem sem maiores referências. Dessa união, nasceu Mary. Após perambular durante quatro anos pelo interior, onde perdeu seu filho, retornou para Londres onde reencontrou o marido. Neste momento ocorre algo que mudaria para sempre a vida de Mary, a esta altura, uma garotinha: sua mãe lhe veste de menino, fazendo-a passar pelo irmão morto. Tudo indica que, envergonhada, tentava desta forma, esconder do marido suas antigas aventuras amorosas. Ocorre que o truque funcionou tão bem, que todos acreditaram tratar-se do garoto! Quando tinha 13 anos, Mary – que era sustentada pela avó – viu-se obrigada a ganhar a vida, alistando-se como homem num navio de guerra, e depois no exército de Flandes, onde se apaixonou por Fleming – após revelar seu segredo –, um soldado com o qual casou-se e abriu uma hospedaria chamada Three Horseshoes. Mary teve o mesmo destino de sua mãe. Seu marido morre logo em seguida de febre, e ela se vê obrigada a fechar o negócio e a se lançar novamente aos mares, vestida de homem. Desta forma, navegou pelos mares da Holanda, Índia Ocidental e Caribe, onde teve seu barco aprisionado por Calico Jack. Devido a sua exemplar dedicação nas armas, foi logo convidado (a?) a fazer parte da equipe pirata de Jack, cargo que aceitou de imediato.


Anne Bonny
Já Anne Bonny nasceu dos amores proibidos entre seu pai, um advogado, e uma camareira da cidade de Country Cork, Inglaterra. Quando a mulher – que havia se retirado aos campos para reestabelecer sua frágil saúde – voltou de sua viagem, soube da infidelidade do marido e pediu divórcio. Na tentativa de atraí-la de volta, o advogado vestiu Anne alguns anos depois de homem, alegando que o garoto era filho legítimo deles. É claro que ela não acreditou na farça, e conseguiu caçar a licença de advogado do ex-marido, motivo pelo qual ele mudou-se para Carolina, em busca de emprego. Bem sucedido como agricultor, criou Anne – uma menina rebelde – próxima ao meio marítimo. Algumas versões de sua biografia falam que aos 13 anos, Anne já se dedicada a promiscuidade e crimes de todo tipo, inclusive assassinando a amante do pai, a facadas. Já crescida, Anne retornou um belo dia anunciando que havia se casado, retirando-se em seguida para Nueva Providence, onde abriram um bar frequentado por marinheiros. Foi na forma de um de seus fregueses, aos 18 anos, que Anne conheceu Calico Jack, tornando-se seu amante. Neste momento, assume sua vestimenta masculina, conseguindo desta forma ingressar no barco dos piratas de Jack, uma vez que o juramento dos piratas não permitia mulheres a bordo.
Lançando-se ao mar em busca de riquezas e aventuras, Anne participa pela primeira vez de um assalto a um bergantim. Armada de sabres e pistolas, surpreende o vigia durante uma noite chuvosa, cortando a amarra do navio. Graças a sua perícia, logo cai nas graças de toda tripulação.


Prisão e condenação
Começou desta forma a relação entre Mary e Anne, que passaram a conviver e lutar juntas...ou juntos, uma vez que continuavam sempre vestidas de homem. Além de amigas, dizem as más línguas que se tornaram amantes. O fato é que o trio continuou durante algum tempo saqueando navios, dirigindo-se posteriormente a Española e Jamaica, onde foram feitos prisioneiros, conforme já comentado.

Segundo um panfleto publicado em 1721 por Robert Baldwin, Calico Jack, Anne e Mary foram condenados a forca, punição que deveria ser cumprida em Santiago de la Veja; e realmente foi, mas somente para Calico. Ao revelarem-se mulheres, Anne e Mary foram poupadas. Os anos que se seguiram são marcados pelas dúvidas, pois existem várias versões de como elas teriam terminado. Parece que Mary – na época de seu julgamento –estava grávida, livrando-se da forca por esse motivo. Teve seu filho, morrendo no parto, segundo alguns ou de uma violenta febre, como querem outros, na localidade de Santa Catarina, reconhecido reduto de piratas. Já Anne, conseguiu retornar com seu pai na Carolina, apagando seu passado de pirata e morrendo – de febre – como uma dama.




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