Depois da Guerra do Paraguai, além das ideias republicanas, os oficiais adquiriram consciência de sua importância como instituição. Formou-se a a partir daí um verdadeiro espírito de que os militares faziam parte de uma corporação poderosa: o Exército. Exigiam por essa razão, maior participação na vida política do país, o que começou a ser feito através do republicanismo e do movimento abolicionista. O abolicionismo seria a primeira causa a gerar atritos entre o Império e o Exército.
O tenente-coronel Sena Madureira, como abolicionista que era, prestou homenagem ao jangadeiro que, havia se recusado a transportar escravos das decadentes fazendas do Nordeste.
Por essa razão, Sena Madureira foi punido por seus superiores, em 1884, uma vez que era proibido aos militares fazer pronunciamentos políticos. Sena foi transferido para o Rio Grande do Sul. Esse fato desencadeou as chamadas questões militares: conflitos entre um exército mais modernizado e com ideias novas e uma monarquia retrógrada e escravocrata.
Outros atritos surgiram, e os oficiais e cadetes (estudantes militares) espalhadas pelo país se solidarizavam com os punidos e criticavam o Império.
Sena Madureira voltou a fazer declarações políticas no Rio Grande do Sul, só que desta vez contou a solidariedade de Deodoro da Fonseca, prestigiado militar pela atuação na Guerra do Paraguai.
Em 1887, foi fundado o Clube Militar, que passou a ser o centro de união dos que se opunham ao Império. Foi o primeiro passo efetivo para a organização política dos militares. Nesse mesmo ano, Sena Madureira e Deodoro da Fonseca chegaram ao Rio Janeiro, sendo entusiasticamente recebidos pelos oficiais e alunos da escola militar.
O governo imperial percebeu que os militares punham o poder sob sério risco. O Império ainda lançou mão de alguns pequenos expedientes para diminuir a rebelião no meio do Exército.
O republicanismo que se difundiu nos meios militares tinha origem no positivismo do pensador francês Augusto Comte.
Resumidamente podemos dizer que os positivistas do Exército propunham uma ditadura republicana como forma de sanear o país dos males criados pelo Império.
Os militares acreditavam-se destinados a uma "missão salvadora" e achavam que deveriam lutar contra os "casacas", como eles chamavam os ministros e altos funcionários do Império. O grande divulgador dessas ideias, no meio dos jovens oficiais, foi o tenente-coronel Benjamim Constant, professor da Escola Militar.
Os estudantes-soldados dessa escola tinham origem urbana, vindos de setores não diretamente ligados aos senhores de terra, tendo, portanto, posições e interesses diferentes dos donos do poder imperial.
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.
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