Mitos sobre a escravidão no Brasil
História do Brasil e do Mundo

Mitos sobre a escravidão no Brasil


Durante o século XIX, muitos viajantes europeus escreveram relatos sobre a vida cotidiana nas cidades brasileiras, marcadas pela presença maciça de negros escravizados e forros (libertos da escravidão). A visão desses autores contribui para difundir diversos mitos sobre a escravidão.

Um deles foi a idéia de que os senhores compravam escravos de diferentes etnias para evitar que se comunicassem e organizassem rebeliões, como escreveu o pastor Robert Walsh, que visitou a cidade de São João del Rey em 1828.

De acordo com o historiador Manolo Florentino, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, esse mito surgiu porque os europeus imaginavam que a estratégia do senhor de escravos seria a mesma dos senhores da Antiguidade romana, que misturavam escravos de línguas diferentes para melhor controla-los.

Segundo Florentino, os senhores do século XVI não podiam escolher de onde vinham seus escravos que sobreviviam. Quanto maior a distância do local de origem, menor a quantidade de escravos sobreviviam à viagem. Isso explica o grande número da Bantos no Rio de Janeiro e de africanos originários do Sudão e do Golfo da Guiné na Bahia e no norte do Brasil. 

Banto: Indivíduo dos bantos, um dos povos que falam qualquer das centenas de línguas bantas, grande conjunto de línguas do grupo nigero-congolês oriental faladas na África.

Famílias na Senzala

Outro mito bastante divulgado é a crença de que raramente os africanos escravizados tinham família e, quando tinham, isso era estratégia do senhor para reduzir as rebeliões. A família serviria para garantir a paz entre escravos e senhores, ajudando a enraizar os escravos no local que habitavam.

Muitos escravos viviam em senzalas coletivas ou na casa dos senhores, mas era comum que escravos casados tivessem moradia separada. Alguns tinham acesso a um pedaço de terra e plantavam alimentos para o consumo da família. Viviam em pequenas casas baixas e sem janelas, em cujo interior havia um fogo sempre aceso.

De acordo com o historiador Robert Slenes, da Unicamp, Sâo Paulo, esse mesmo padrão de moradia podia ser encontrado na África central, de onde veio o maior número de escravos para o Brasil. O fogo sempre aceso representava a ligação com os lares dos antepassados, indicando que mesmo vivendo no Brasil a família cultuava sua origem africana. Para Slenes, isso demonstra que a família foi um dos elementos que contribuíram para a formação de um comunidade de escravos em oposição aos senhores. Assim, a família não seria responsável pela manutenção do escravismo, mas sim uma ameaça a ele.





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