José Martiniano de Alencar, nasceu em Mecejana, estado do Ceará, em 1829, no final do Primeiro Reinado. Seu pai, que fora padre na juventude influenciou o jogo político que levou à maioridade de D. Pedro II, tendo sido senador no Período Regencial.
José de Alencar saiu do Ceará para a corte aos 10 anos, em 1839, justamente no ano de nascimento de Machado de Assis, de quem se tornaria amigo mais tarde.
Concluídos os estudos secundários na corte, mudou-se para São Paulo, aos 16 anos (1845), para cursar a Faculdade de Direito, exceto o terceiro ano, que faria em Olinda. Sua permanência em São Paulo coincide com a moda de poesia byroniana, liderada por Álvares de Azevedo, três anos mais jovem que ele.
De volta ao Rio, José de Alencar estréia como escritor no Correio Mercantil, em 1854, logo depois de Manuel Antônio ter publicado, nesse mesmo jornal, Memórias de um Sargento de Milícias. As crônicas publicadas nessa ocasião seriam mais tarde agrupadas em volume com o nome de Ao correr da Pena. Em 1856, Alencar provocou a famosa polêmica sobre a Confederação dos Tamoios, poema épico que Gonçalves de Magalhães escreveu e queria impor ao Brasil como uma grande epopéia. Alencar discordou com alarde dessa opinião e, no ano seguinte, publicou, como resposta, O Guarani. Este, sim, seria a verdadeira epopéia romântica do Segundo Reinado.
Muito famoso com o sucesso do romance, José de Alencar passou a dedicar-se mais intensamente a esse gênero literário. Da mesma forma, dedicou-se ao teatro, à advocacia e a política, sendo eleito deputado diversas vezes pelo Ceará.
Durante a Guerra do Paraguai, foi ministro da Justiça, apesar de suas constantes rixas com D. Pedro II, tanto por razões estéticas quanto políticas.
Não conseguindo se eleger senador, como fora o pai a quem tanto admirava, José de Alencar retirou-se da vida pública. Nessa ocasião foi muito apoiado pela amizade de Machado de Assis, que despontava como seu sucessor nas letras brasileiras. Alencar morre aos 48 anos, vitimado de tuberculose, no ano em que escrevera Encarnação, um romance de feições espíritas.
José de Alencar é considerado o fundador do romance nacional, sendo o nosso primeiro grande romancista. Escreveu 21 romances, dos quais alguns são obras-primas da literatura nacional. Entre elas destacam-se:
Cinco minutos | 1856 |
O Guarani | 1857 |
Lucíola | 1862 |
As Minas de Prata | 1862 a 1866 |
Diva | 1864 |
Iracema | 1865 |
O Gaúcho | 1870 |
A Pata da Gazela | 1870 |
O Tronco do Ipê | 1871 |
Til | 1872 |
Sonhos d’Ouro | 1872 |
A Guerra dos Mascates | 1873 a 1874 |
Ubirajara | 1874 |
Senhora | 1875 |
O Sertanejo | 1875 |
Encarnação | 1877 |
fonte: Ler é Aprender. Estadão. volume 12. José de Alencar. São Paulo
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