Força, rudeza, ascensão para o sublime:
História do Brasil e do Mundo

Força, rudeza, ascensão para o sublime:


o charme dos castelos...

A rudeza original dos castelos está ligada aos primórdios caóticos da Idade Média.
A imensa organização do Império romano tinha se desfeito em cacos.
Havia ruído por causa de enxurradas de povos pagãos invasores que entravam desordenadamente pelas fronteiras cada vez mais desguarnecidas do império dos Césares decadentes.

O castelo era o refúgio dos habitantes da região quando as hordas bárbaras vinham devastar, pilhar ou consumir tudo o que havia.
A defesa dos grupos humanos era organizada pelo senhor feudal, líder natural na tentativa de salvação pública.
Muitas vezes esses nobres conseguiam submeter os estrangeiros e assimilá-los à parca ordem que se estava constituindo.
Mas, sobre tudo, a obra pacificadora da Igreja e a pregação constante dos missionários foi convertendo e civilizando os recém chegados.
E quando esses não queriam ouvir o Evangelho, os nobres os punham para fora recorrendo às armas se necessário.

No fim foi se instalando uma era de paz que transformou a Idade Média.
Então, os castelos começaram a ficar delicados em todas suas partes.
No alto das torres apareceram flechas de metal com símbolos dourados.
Eram úteis para-raios, mas os medievais estavam impregnados do senso da sublimidade e da ideia de que tudo o que é mais alto está mais perto do céu e de Deus. E o mero para-raios virou um ornato.
Por vezes, enfeites extensos do telhado eram folhados a ouro.
De maneira que num dia bonito de sol, o povo via rebrilhar esses ouros que lhe davam uma ideia da realidade angélica que sobrepaira a realidade material, de Céu realizado na terra, que é uma verdadeira audácia!
Um elemento característico dos castelos medievais é que a arquitetura deles têm poucas linhas retas. Tudo foi feito com curvas e com uma irregularidade surpreendente.
Eles não têm nada do prédio moderno concebido na mesa de um escritório de engenharia, com formas geométricas aflitivamente banais.
O castelo foi tomando forma condicionado pelas peculiaridades do terreno, dos elementos disponíveis no local para a construção.

E como no início os castelos visavam a defesa, e essa é melhor em locais elevados como topos de morro, em geral saiam construções muito irregulares.
Mas o charme e o pitoresco é único: o castelo medieval está integrado na natureza.
Ele é como a flor que nasce no alto da montanha, ou no borde do lago, ou dominando uma passagem fluvial, ou cortando uma planície, ou rodeado por um grande vinhedo.
Não há forma predefinida. Por vezes o castelo tendo espaço se espraia no sentido militarmente mais útil.
Por vezes, quando a área é pequena ele dispara para o céu, com torres e formas ditadas pela necessidade.
Por exemplo, em Cochem dois torreõezinhos com afiadas pontas guarnecem a porta de entrada.
Lá, janelas góticas com agulhas de um lado e, do outro, florões para cima.
Acolá uma torre culmina numas ameias; depois um teto com chaminés de cores que apontam para cima, para o mais belo, para a eternidade.
Há na temível fortaleza uma espécie de nostalgia do Céu, de entrar dentro do azul, de alheiar-se das coisas da terra e de se perder numa contemplação elevadíssima.
Cochem tem uma grande harmonia. Mas forma uma floresta de agulhas e torres que um espírito quadrado moderno julgaria desordenadas.
Ele tem equilíbrio em tudo, e ao mesmo tempo em que ele parece flutuar no ar, não dá a impressão de que vai cair, não se tem impressão de que qualquer vento vai derrubá-lo.
A causa é que o castelo está composto de duas partes bem diversas: a parte superior que é ligeira, leve, graciosa; e a parte inferior que é fortíssima.
O castelo deitou como que garras no chão. Em seus fundamentos há depósitos, subterrâneos, masmorras, onde se conservavam cofres, arquivos, salas de armas.
Essa é a base fortíssima e segura do castelo que equilibra o que o ele poderia ter de frágil.
Se o castelo fosse todo como essa parte inferior, seria um pesadelo; se ele fosse só como a parte superior seria uma brincadeira. Ele não é nem um pesadelo, nem uma brincadeira.
É uma obra-prima de equilíbrio de espírito, em que cada coisa tem seu papel: o que toca na terra é sólido, sério, vigoroso, guerreiro.
E o que toca no Céu, é delicado, sublime, ascensional.

Por: Luis Dufaur





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