Rousseau (1712-1778), não pode ser estudado como um Iluminista da mesma forma que os outros, pois criticava o racionalismo exacerbado do pensamento iluminista. Além disso, ele se aproximava dos anseios das camadas populares. Em sua obra Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens , ele atribuiu à propriedade privada a origem da infelicidade humana. Segundo Rousseau, com ela acabou-se a igualdade e surgiram dominadores e dominados. Também discordava do liberalismo, valorizando a vontade coletiva o poder dado pela soberania popular, em vez do individualismo.
Assim, para esse pensador o pacto social era um contrato unindo cada indivíduo a todos os demais, surgindo a vontade da coletividade, ou vontade geral, de natureza distinta da vontade individual defendida pelos iluministas. Esse contrato social garantiria a igualdade ( todos os cidadãos tinham os mesmos direitos na comunidade) e a liberdade (ligada à igualdade e à solidariedade). A soberania do povo seria melhor garantia para que liberdade individual, pois a liberdade era a obediência às leis que expressavam a vontade geral.
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A crítica ao mercantilismo
Toda estrutura política e social do absolutismo foi violentamente atacada pela revolução intelectual do Iluminismo. O mercantilismo, doutrina econômica típica da época, também foi condenado e novas propostas, mais condizentes com a nova realidade do capitalismo, foram teorizadas.
Os primeiros contestadores do mercantilismo foram os fisiocratas. Para os fisiocratas, a riqueza viria da natureza, ou seja, da agricultura, da mineração e da pecuária. O comércio era considerado uma atividade estéril, já que não passava de uma troca de riquezas. Outro aspecto da fisiocracia contrariava o mercantilismo: os fisiocratas eram contrários à intervenção do Estado na economia. Esta seria regida por leis naturais, que deveriam agir livremente. A frase que melhor define o pensamento fisiocrata é: Laissez faire, laissez passer ( Deixai fazer, deixai passar).
A fisiocracia influenciou pensadores como Adam Smith, pai da economia clássica.
A economia política como ciência autônoma não existia naquela época. O pensamento econômico era fruto do trabalho assistemático de intelectuais, que ocasionalmente se interessavam pelo problema: um dos principais teóricos da escola fisiocrata era um médico Francois Quesnay.
PEDRO, Antonio. História da civilização ocidental. ensino médio - volume único.