História do Brasil e do Mundo
Egito - "Terra dos Faraós"
Sabemos que arqueólogos e outros cientistas indicaram que o ser humano surgiu na África. Foi também nesse continente que se organizaram algumas das primeiras sociedades da história. Uma dessas sociedades, a dos egípcios, surgiu às margens do rio Nilo, ao norte da África, por volta de 5500a.C. Entre 3150a.C e 1085a.C, estiveram a maior parte do tempo reunidos em um império ora unificado, ora fragmentado.
Os antigos egípcios deixaram muitos registros sobre sua sociedade; pirâmides, esculturas, pinturas, templos, textos, miniaturas, jóias e objetos.
A construção de uma grande civilização como a egípcia, só foi possível graças a combinação de fatores como: o homem, o trabalho e a natureza.
Por volta de 5500a.C, grupos humanos formados por caçadores e coletores começaram a cultivar alimentos nas margens do rio Nilo, tornando-se agricultores e criadores de gado. Com o tempo os povoados foram crescendo e estabelecendo relações entre si. Como viviam da agricultura e da pecuária essa população dependia da natureza, e principalmente do rio Nilo.
Toda propriedade pertencia ao faraó e o excedente produzido era arrecadado pelo Estado através da cobrança de impostos. Esses impostos arrecadados visavam a subsistência dos funcionários reais (escribas, sacerdotes e artesãos).
O rio Nilo passa por períodos de cheia e seca, portanto durante a antiguidade, nos primeiros quatro meses do ano, as águas do rio Nilo inundavam suas margens. Nos meses seguintes quando o rio baixava, as margens ficavam cobertas por uma rica camada de humus, (resto de plantas e de animais apodrecidos sobre o solo úmido, formando uma espécie de adubo orgânico) tornando a terra própria para o plantio de cereais como trigo e cevada, legumes, uva, azeitonas. Nos quatro últimos meses do ano, de seca, era realizada a colheita. Os alimentos colhidos deviam ser suficientes para o consumo do ano inteiro. Era preciso produzir grandes quantidades e estocar parte da colheita em armazéns e ter pessoas encarregadas de controlar os estoques e fazer a contagem do que entrava e do que saía desses armazéns. Também era necessário que houvesse um grupo armado para proteger as colheitas estocadas, e técnicos que soubessem quando e onde era melhor fazer o plantio.
Toda essa complexa organização sobre as atividades econômicas eram controladas pelo grande soberano, o faraó, que representava os poderes político, judiciário, e também religioso, ou seja, exercia ao mesmo tempo o papel de rei, juiz e sumo sacerdote, dando ao Estado egípcio o caráter de monarquia despótica, (forma de governo em que o poder se encontra nas mãos de apenas um governante) de origem divina.
No Egito o faraó era o próprio Deus e não apenas seu representante. O faraó e sua família ocupavam o topo da sociedade . Abaixo do faraó havia um grupo formado pelos sacerdotes, pelos grandes proprietários de terra e pelos altos funcionários. Essas pessoas tinham privilégios que os outros não tinham, e formavam a camada mais rica da população.
Escultura do faraó Miquerinos que ordenou a construção da terceira grande pirâmide de Gizé, no Egito, à sua esquerda a deusa Hator (deusa do amor) e a sua direita, divindade local que representa um dos namos do Alto Egito
Os sacerdotes realizavam cerimônias religiosas e enriqueciam com as oferendas feitas pelos deuses. Os grandes proprietários governavam as províncias chamadas namos. Os funcionários, auxiliavam o faraó na administração do Império. Entre eles estavam os oficiais do exército e os escribas que cobravam impostos e registravam as decisões do faraó. Mas a maioria da população era formada por artesãos, camponeses, soldados e escravos, normalmente prisioneiros de guerra.
A vida depois da Morte
A ressurreição marcou a ideologia dominante; os homens acreditavam que a alma poderia vir novamente habitar o corpo, daí a grande preocupação com a preservação dos corpos já sem vida. Os egípcios desenvolveram a prática da mumificação, preparando os corpos para a vida além-túmulo. Depois de morta, uma pessoa, um técnico em mumificação, (embalsamador) retirava o cérebro e outros órgãos internos. Em seguida aplicava no corpo cristais de sal e um conservante extraído do cedro, madeira importada da Fenícia (atual Líbano). Feito isso o corpo era envolvido em faixas de linho e sobre o rosto era colocada uma máscara funerária. Assim a alma do morto estava preparada para ingressar na eternidade. Para orienta-la nessa viagem havia o Livro dos mortos, o texto reunia regras e conselhos sobre a vida após a morte.
Máscara funerária do faraó Tutankhamon que faleceu na adolescência aos dezenove anos.
Os faraós eram sepultados em pirâmides. Sacerdotes e altos funcionários eram enterrados em tumbas grandiosas. Mas a maioria da população era enterrada em túmulos simples. As pirâmides não eram apenas monumentos funerários, eram também um símbolo do poder daqueles que mandavam construir. Quanto mais altas, maior era o poder da pessoa sepultada. Os egípcios acreditavam também que as pirâmides eram o lugar de onde o espírito do eterno faraó morto podia subir ao céu todos os dias.
Pirâmides de Guizé a primeira das sete maravilhas do mundo encontra-se em relativo bom estado
"O homem teme o tempo e ainda o tempo teme as pirâmides"
Provérbio árabe sobre as pirâmides.
O fim do império egípcio
Por volta de 1750a.C, o território egípcio foi invadido pelos hicsos, povo nômade originário da Ásia. Os hicsos governaram o Egito até 1580aC, quando o poder dos faraós foi restabelecido. O império egípcio deixou de existir em 1085a.C depois de batalhas contra invasores externos e disputas internas pelo poder. Mas o Egito continuou a existir como Estado. Em 525a.C ele foi conquistado pelos persas, em 332a.C pelos macedônios e em 30a.C pelos romanos.
A escrita
Hieróglifos Egípcios
Criada por volta de 3250a.C a escrita egípcia utilizava símbolos que representavam tanto fonemas quanto objetos e ideias.
Cada grupo da sociedade egípcia tinha seus próprios símbolos para se comunicar. Os sacerdotes usavam símbolos que formavam o sistema hieroglífico, os escribas empregavam o sistema hierático e para o restante da população havia o sistema demótico.
O significado da escrita egípcia só foi decifrado em 1822 pelo francês Jean-Francois Champollion. Isso só foi possível com a descoberta da "Pedra Rosetta em 1799 na região de Rashid.
A pedra contém 3 versões de um mesmo texto escritas em 196a.C nos sistemas hieroglífico, demótico e grego, assim foi feito para que o texto pudesse ser lido pelos sacerdotes. Como Champollion sabia grego antigo conseguiu deduzir o significado dos hieróglifos por meio de comparação.
Pedra Rosetta
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