Dom João I de Portugal, João de Avis o Grande

 Monarca português (1385-1433) nascido em Lisboa, fundador da dinastia de Avis (1385-1581), da qual fizeram parte oito reis, os quais consolidaram a independência portuguesa pela sujeição dos nobres, e promoveram a expansão territorial e as grandes descobertas marítimas, período em que o pequeno país chegou a se tornar uma potência mundial. Filho ilegítimo do Rei Pedro I de Borgonha e de D. Teresa Lourenço, foi nomeado mestre da ordem militar de Avis com apenas seis anos de idade. Com a morte do pai, seu meio-irmão Fernando subiu ao trono. Após a morte de Fernando, seguiu-se uma instabilidade dinástica e, incentivado por nacionalistas liderados por Nuno Álvares Pereira, proclamou-se defensor e governador de Portugal. Com o apoio popular, obrigou a rainha portuguesa, Leonor Teles, a abandonar o país, em virtude da pretensão de Henrique II de Castela sobre o trono português. Travou guerra contra o rei de Castela, marido de Dona Beatriz de Portugal, também chamado D. João I, e após derrotar os castelhanos em Atoleiros (1384) foi proclamado rei de Portugal e de Algarves (1385).

Com as vitórias militares decisivas (1385) de Aljubarrota e de Valverde contra as tropas de Castela, garantiu a independência do país e sua legitimação no trono. Confirmou a aliança de D. Fernando com o duque de Lencastre, da Inglaterra, que sustentava direitos sobre a coroa de Castela, recebendo valioso auxílio na Guerra da Independência. Casou-se com D.  Filipa de Lencastre, filha do Duque de Lencastre, com quem teve muitos filhos, e pôs termo às hostilidades com Castela mediante a paz com os vizinhos (1411). Estabilizado no poder investiu nas melhorias sociais da população e na expansão ultramarina portuguesa, realçada com a tomada de Ceuta (1415), feito em que se destacou seu filho, D. Henrique o Navegador. Para comemorar a mais importante batalha e o maior triunfo, mandou construir o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, vulgarmente designado por Mosteiro da Batalha, onde hoje existe a cidade deste nome, perto de Aljubarrota, local da peleja e ali está sepultado com boa parte da sua família. Era muito culto e chegou a escrever vários livros, tratou temas intelectuais e atividades a que se dedicavam as famílias da nobreza, nomeadamente a caça e a equitação. Morreu em Lisboa e a bem-sucedida política expansionista portuguesa no norte da África e no ultramar empreendida por ele e por seu filho, foi interrompida durante o reinado de D. Duarte, que fracassou na tentativa de conquistar Tanger, no norte da África, cuja ocupação só ocorreu no reinado de D. Afonso V o Africano.

Figura copiada do site PORTAL DA HISTÓRIA

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