História do Brasil e do Mundo
Barata e o Caminhão blindado, ou quase...
08.10.1930 - Após uma viagem arriscada através do Estado do Espírito Santo, conseguia chegar a Carangola o capitão do Exército Joaquim Magalhães Cardoso Barata. Logo no início da revolução, o capitão Barata tentou atrair para a facção revolucionária o 3º Batalhão de Caçadores de Vitória e a Força Pública do Espírito Santo. Mas, o governo do Presidente Aristeu Aguiar se mantinha no controle da situação e favorável ao governo federal. O capitão Barata teve que fugir imediatamente num automóvel, simulando seu um passageiro, vestido com um uniforme de maquinista da estrada de ferro. Quando seu carro viajava entre Cachoeiro do Itapemirim e Veado (hoje Guaçui-ES), a polícia capixaba informada do seu paradeiro, enviou um telegrama para a Delegacia de Veado que dizia: "impeça Barata ultrapassar Veado". entretanto o telegrama foi transcrito com o sobrenome Barata em letras minúsculas. Seguindo escrupulosamente o texto a polícia local montou uma barreira e passou a impedir a passagem de carros do tipo sedan (baratinha). O Capitão Barata, que vinha num carro 4 portas, ao perceber a barreira, fez acelerar o máximo conseguindo ultrapassar, mas recebeu vários tiros disparados pelo sr. Manoel Alves de Siqueira, que atingiram o carro mas nenhum passageiro.
08.10.1930 - A oficina mecânica Pistono & Irmão, era requisitada pelo Comitê de Defesa da Cidade, para transformar um caminhão comum num carro blindado, destinado a apoiar o contingente revolucionário, que deveria invadir o Estado do Espírito Santo. O caminhão pertencia à sra. Maria Miranda, fazendeira em Varginha (hoje Lacerdina) e fora requisitado quando o sr.Cezário Miranda, que tinha vindo à cidade trazer algumas pessoas para assistirem a missa paroquial do Domingo, desembarcava os passageiros na porta da Igreja Matriz. O caminhão foi então apreendido pela polícia e alguns elementos civis que usavam lenços vermelhos no pescoço. A orientação técnica para transformar o veículo em carro blindado ficou a cargo do sr. Ivan Schimilewski, ex-oficial do Exército Imperial Russo, que havia combatido na 1ª guerra Mundial e durante a Guerra Civil em seu país, havia lutado pelo czar, contra a revolução comunista. Na falta de aço próprio para blindagens, empregou-se chapas de ferro, que outrora haviam servido de cano da turbina da Companhia industrial Carangolense e bueiro da ferrovia. Assim foi fabricado um simulacro de carro blindado, cuja blindagem era vulnerável até mesmo a um tiro de revolver, mas esse detalhe só era conhecido pelos proprietários e os operários da oficina mecânica. Durou 4 dias o serviço, trabalhando dias e noites consecutivas. Uma vez fabricado, percorreu as ruas da cidade, sendo fotografa em vários lugares com grupos de pessoas.
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