Amazônia colonial: exploração da mão de obra indígena (Ouro Vermelho)
História do Brasil e do Mundo

Amazônia colonial: exploração da mão de obra indígena (Ouro Vermelho)


Representação de uma Tropa de Resgate


A expansão do mercantilismo europeu transformou a Amazônia num palco de batalhas, onde os principais protagonistas eram estrangeiros que disputavam a posse do território e as riquezas nele contidas. Colonos de diferentes nacionalidades, armados, instalaram-se na área, realizando um intenso comércio e a exploração da força de trabalho indígena.

Processo de Recrutamento
Descimentos
Eram expedições, em princípio não militares, realizadas desde o inicio da colonização do Brasil pelos missionários, com o objetivo de convencer os nativos para que "descessem" de suas aldeias de origem para os aldeamentos dos religiosos. Os descimentos eram feitos através do convencimento dos nativos para saírem de suas terras por livre e espontânea vontade.

Os missionários, para conseguirem tal objetivo, faziam inúmeras promessas de melhorias nas condições de vida dos nativos caso fossem viver nos aldeamentos; quando isso não funcionava, usavam a coação, obrigando-os, através do medo, a aceitarem a convivência indesejada nos aldeamentos. Após o descimento os nativos eram armazenados em "aldeias de repartições", pois eram considerados "livres", para daí serem alugados e distribuídos entre os colonos, os missionários e o serviço real.

  • Índios de Repartição: também chamados de índios "livres" em oposição aos escravos, eram todos aqueles que aceitavam ser descidos sem oferecer resistência armada.

Tropas de Resgate
Eram expedições armadas realizadas pelas tropas de resgates, com o objetivo de fazer uma troca comercial entre os portugueses e as tribos consideradas aliadas. Os colonos trocavam quinquilharias (espelhos, facões, miçangas, colares, panelas, etc), por nativos prisioneiros de guerras intertribais, os chamados "índios de corda".
Os índios resgatados podiam ser escravizados durante dez anos em retribuição ao seu salvador, que os livrava da morte. No entanto, 1626, quando completaria os dez primeiros anos de presença portuguesa na Amazônia e os primeiros escravos deveriam ser libertados, a legislação foi modificada, estabelecendo que pudessem ser escravizados por toda vida.

Guerras Justas
Eram expedições armadas, realizadas pelas tropas de guerra. Invadiam os territórios indígenas com o objetivo de capturar o maior número possível de índios, inclusive mulherese crianças. De acordo com o conjunto de leis de 1611, a guerra só era considerada justa quando:
  1. Os nativos atacavam e roubavam colonos;
  2. Se os nativos se negassem a ajudar os portugueses na luta contra outras tribos ou na defesa de suas vidas;
  3. Fossem contra o Cristianismo, impedindo a pregação do Santo Evangelho;
  4. Se os nativos se aliassem a outros povos europeus como holandeses, franceses, ingleses e irlandeses.
Enfim, qualquer demonstração de independência e vontade própria poderia servir de pretexto para a guerra justa.Os nativos presos eram conduzidos ao mercado de escravos da aldeia, onde também eram repartidos entre os colonos, os religiosos e os serviços da coroa portuguesa. 

Foram incontáveis as expedições que penetraram no sertão amazônico com o objetivo de capturar nativos forçados.

Cabo das Canoas
Encarregado de dirigir as primeiras expedições de exploração da mão de obra indígena, usava esta para a coleta das drogas do sertão, assim como a função de remeiros, sua função daria a coroa de Portugal o entendimento de que seria preciso a criação de uma legislação que melhor controlasse o processo de exploração das riquezas da região daí em 1611 foram implantados os sistemas de chefia:

1- Sistema de Capitães de Aldeia (1616-1686) - quando Portugal decidiu ocupar a Amazônia, enquadrou-a no sistema legal de organização do trabalho indígena vigente na época: o sistema de "capitães de aldeia".

Tarefas do Capitão de aldeia:
  • Representar e fazer cumprir as atribuições impostas pela Coroa portuguesa à aldeia; 
  • Comandar as formas de recrutamento e escravização de mão-de-obra indígena;
  • Empreender a distribuição e aluguel dos índios entre colonos, missionários e o serviço real da Coroa portuguesa;
  • Atuar como juiz, civil e criminal, julgando e estabelecendo penas;
  • Fiscalizar o pagamento dos "salários" aos índios, a fim de impedir que esses fossem enganados pelos colonos. 
Os Colonos Missionários
Os missionários constituam uma categoria de colonos que, além dos interesses econômicos e materiais, tinham objetivos espirituais declarados: converter os índios à religião e a  disciplina para que aceitassem as novas condições de trabalho. Nesta época, a igreja não estava separada do estado como agora. E os missionários das três ordens religiosas carmelitas, capuchinhos e jesuítas eram funcionários da Coroa Portuguesa que lhes pagava o Côngrua, uma espécie de salário pelos serviços prestados. Como os colonos leigos controlavam os dois sistemas de trabalho: os índios repartidos e dos índios escravos, os missionários estavam descontentes e começaram a luta contra os colonos, para tentar obter o controle da força de trabalho indígena.






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