Esta fase teve como marco importante a noite de ano novo de 406, quando uma confederação de povos germânicos (vândalos, suevos e alanos) iniciou a penetração no Império Romano. Nesse momento, o império já estava desmantelado e não houve resistência concreta aos guerreiros bárbaros.
A presença dos bárbaros causou profundo temor aos romanos São Jerônimo, que se encontrava em Bizâncio, escreveu uma carta demonstrando seu espanto: "Chega-nos do Ocidente um rumor terrível: Roma atacada... A minha voz estrangula-se e os soluços interrompem-se enquanto digo estas palavras, foi conquistada, essa cidade que conquistara o universo..."
Os bárbaros, tinham uma noção rudimentar ( pouco desenvolvido) do que era o Estado e ignoravam a escrita. Por essas razões, tiveram de se inspirar nas instituições romanas para formar seus primeiros Estados.
A aristocracia guerreira germânica, de certa forma, associava-se à decadente aristocracia, pois um terço das terras ficou com os germanos, juntamente com os escravos e trabalhadores; o restante ficou com a antiga nobreza provincial romana. Os pequenos proprietários e camponeses livres que ainda existissem tornavam-se dependentes dos aristocratas bárbaros ou romanos. Por esse processo, as diferenças sociais aumentavam ainda mais.
A autoridade da aristocracia bárbara foi crescendo com o aumento de seus domínios territoriais e de seus trabalhadores. Surgiram realezas rudimentares, onde os reis eram apoiados por bandos de nobres armados e fiéis à liderança real. Esses reinos bárbaros preservaram o escravismo e o colonato, formas de trabalho herdadas do Império Romano.
No nível religioso, houve a conversão gradativa dos bárbaros ao cristianismo, o que fazia desaparecer as velhas religiões comunitárias.
Vários reinos bárbaros se destacaram nesta primeira fase:
Os reinos germânicos dessa época tiveram uma breve duração. No entanto, essa fase de invasões abriu caminho para outra onda de bárbaros, que se fixou na Europa e que marcou mais nitidamente o mapa desse continente.
São Jerônimo: Nascido em 350 na Dalmácia, foi um dos autores cristãos mais importantes do período final do Império Romano. Traduziu a bíblia do grego para o latin, criando a vulgata (versão latina), o cânon da Escritura cristã. Escreveu muitas obras e epístolas (cartas) nas quais registrou sua visão sobre os terrores de seu tempo: as invasões bárbaras a algumas regiões do Império Romano foram consideradas por ele como prenúncio do apocalipse (fim dos tempos). |
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.