A monarquia dos Stuart
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A monarquia dos Stuart


Os interesses dos grandes mercadores ingleses estavam coincidindo com os do governo. O rápido crescimento dos negócios assegurava à grande burguesia  uma situação cômoda, ao mesmo tempo que se fortalecia o poder da coroa. o Parlamento inglês, no qual estavam representadas as classes dominantes, interagia perfeitamente com a dinastia Tudor. Isso pelo menos até o reinado de Elizabeth I (também conhecida como Isabel I, na forma portuguesa).

O reinado de Elizabeth I havia sido notável, mas com sua morte o trono inglês ficou com Jaime I, da dinastia Stuart, pois a rainha não deixou herdeiros. Jaime I era seguidor da doutrina absolutista francesa e, portanto entrou em choque com o Parlamento, rompendo a relação amistosa com parte das classes proprietárias. Isso ficou claro na crise ocorrida em 1614 o monarca havia aumentado os impostos sem consultar o Parlamento. O Parlamento protestou e Jaime I dissolveu-o, fechando-o por sete anos.

Se por um lado a monarquia dos Stuart se fortalecia com a política mercantilista, por outro também lhe trouxe problemas: a burguesia manufatureira não participava diretamente e ficava privada de qualquer atuação no governo, sentindo-se prejudicada. Além disso, o absolutismo dos Stuart tinha uma grande falha estrutural: não possuía um exército profissional permanente, como o da França.

No século XVIII, a religião era elemento fundamental de expressão política em toda Europa, principalmente na Inglaterra. Os conflitos expressos pelas lutas religiosas eram sempre os mais importantes, e na Inglaterra, cuja religião oficial era o anglicanismo, as outras correntes religiosas (calvinista e católica)  eram perseguidas pelo Estado absolutista.

Posições Políticas dos religiosos e conflitos com o Parlamento

O anglicanismo, como religião oficial, funcionava como uma agência de propaganda, esperando com isso garantir a ordem política e a manutenção dos privilégios da nobreza cortesã e outros parasitas do governo.

Embora existissem católicos na Inglaterra, seu papel político e social era cada vez menor.

Setores das camadas populares e a pequena burguesia inglesa eram na maioria calvinistas e formavam o grupo mais numeroso. O espírito capitalista da religião calvinista se afinava com os anseios da burguesia. A monarquia absoluta inglesa se opunha aos calvinistas por que suas pregações ameaçavam a ordem real. Havia, portanto, um clima tenso na Inglaterra dessa época.

A corrente mais radical do calvinismo era a dos puritanos: repudiavam o anglicanismo e concentravam grande ódio à hierarquia clerical. Os bispos e arcebispos nomeados pelo rei eram chamados “lobos devoradores” pelos puritanos.

Os puritanos eram muito austeros e comedidos. Valorizavam a poupança individual, como uma forma de alcançar as graças divinas, o que lhes valeu numerosos adeptos entre a pequena burguesia, que precisava poupar para desenvolver seus pequenos negócios.

O Parlamento inglês começou a ter uma grande representação de grupos calvinistas moderados, fato muito importante para os acontecimentos revolucionários que se seguiram. Em 1625, Jaime I morreu, sendo sucedido por seu filho, Carlos I. Este iniciou o governo com medidas autoritárias: tentou organizar um exército profissional permanente e entrou em guerra com a França, ao lado dos rebeldes protestantes franceses, que lutavam contra Richelieu. O resultado dessa guerra não foi favorável a Carlos I, o que provocou uma série de atritos entre o monarca e o Parlamento, que culminaram com duas dissoluções desse órgão, em 1625 e 1626. O monarca recomeçou a perseguição aos puritanos, seguindo a política absolutista anglicana.

Em 1628, Carlos I convocou um novo Parlamento para pedir aumento de impostos, a fim de cobrir os gastos com seu exército. O parlamento concordou, desde que o rei assinasse a Petição de Direitos (Bill of Rights), que limitava as prerrogativas absolutistas. Entretanto nos onze anos seguintes, o Parlamento não foi convocado para aprovar novos impostos que o rei impunha ao povo. Ao mesmo tempo, o governo aumentava a perseguição aos puritanos, provocando a emigração de grande parte deles para a América do Norte.

A tentativa de submeter o povo escocês ao anglicanismo oficial foi o estopim para a guerra civil que explodiu no século XVII.

PEDRO, Antonio. História da Civilização Ocidental. ensino fundamental. volume único.





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