A Guerra do Paraguai
História do Brasil e do Mundo

A Guerra do Paraguai


O Paraguai teve uma formação social e econômica diferente da de outras regiões coloniais da América do Sul. Praticamente não conheceu o latifúndio, tendo uma economia herdada das missões jesuíticas, baseada na produção do mate, na criação do gado e no comércio do couro. Por isso, não tinha uma elite agrária exportadora forte, fato que  favoreceu a formação de uma camada de camponeses livres.

Depois da independência, liderada por José Gaspar Francia, o Paraguai, para evitar contatos com Buenos Aires, ficou praticamente isolado do resto do continente. Por isso, os paraguaios viviam de uma economia que poderíamos chamar de subsistência. Embora em escala artesanal, os paraguaios produziam roupas, calçados e alguns artigos metalúrgicos.

No governo de Carlos Antônio Lopez, foram criadas fundições na localidade de Ibicuí e um arsenal em Assunção. Não é possível afirmar com precisão a quantidade e a qualidade de ferramentas e armamentos produzidos nessas oficinas, mas sabe-se que parte das armas do Exército paraguaio era de fabricação própria. Quanto aos armamentos pesados, eles dependiam de países europeus.

O Paraguai contava ainda com uma pequena ferrovia, com uma fábrica de pólvora e uma indústria têxtil. Com a morte de Carlos Antônio Lopez, que governava a república de forma ditatorial, aliás de forma semelhante à maioria das outras repúblicas sul-americanas.

O início e a ampliação da guerra

Embora o Paraguai não representasse uma ameaça direta ao Brasil, sua política em relação à navegação dos rios Paraná e Paraguai provocava constantes atritos a diplomacia brasileira.

Os navios brasileiros obtiveram do Paraguai, depois de longas conversações, o direito de livre navegação, isto é, não precisavam pagar taxas para transitar pelos rios Paraguai e Paraná. A intervenção brasileira no Uruguai aumentou a tensão no Prata: o Partido Colorado era apoiado pelo Brasil, enquanto o Paraguai apoiava o Partido Blanco, que se achava no poder em Montevidéu.

Em julho de 1864, o Brasil havia invadido o Uruguai e tomado Montevidéu. A atuação do diplomata  José Maria da Silva Paranhos, o futuro barão do Rio Branco, resultou numa paz momentânea na região, proporcionando uma política de cooperação entre o novo governo uruguaio e o brasileiro.

Tentativas de negociações entre o Paraguai e o Brasil não surtiram efeito. Quando Solano López começou a atravessar a província argentina de Corrientes para socorrer os seus partidários uruguaios (blancos), entrou em choque com o governo argentino, que pediu ajuda ao Brasil.

Francisco Solano Lopez contava com o apoio da população paraguaia e com o apoio dos blancos uruguaios.

Os combates  se iniciaram com nítidas vantagens para os paraguaios. Depois de aprisionar o navio brasileiro Marquês de Olinda, no fim de 1864, em janeiro de 1865 todo o Mato Grosso encontrava-se nas mãos de Solano Lopez.

A invasão do Mato Grosso teve tão-somente resultados propagandísticos para Solano Lopez, porque, do ponto de vista militar, o Paraguai teve de desguarnecer o sul, onde estavam concentradas as principais forças brasileiras.

No dia 1 de maio de 1865, foi assinado o acordo que formava a Tríplice Aliança, isto é, a união das forças brasileiras, argentinas e o governo colorado do Uruguai.

O Paraguai tinha o melhor Exército da América do Sul, enquanto o Brasil praticamente não o possuía. As forças brasileiras consistiam na Guarda Nacional, cujo papel principal era manter a ordem interna contra rebeliões de escravos e distúrbios políticos. Com a  guerra, o Exército brasileiro precisou ser formado: recrutamentos forçados e promessas de alforria para os escravos eram as formas mais usuais para aumentar nossos efetivos. Alguns jovens que se alistaram voluntariamente para lutar contra o Paraguai ficaram conhecidos como Voluntários da Pátria.

O Paraguai lutava em três frentes: no Mato Grosso, na região de Corrientes (Argentina) e no Rio Grande do Sul, invadido em junho de 1865. A força naval brasileira, comandada pelo almirante Barroso, derrotou os paraguaios na batalha do Riachuelo, em junho de 1865.

A partir daí, a Tríplice Aliança pensou que pudesse dominar o Paraguai em três meses, mas a guerra duraria ainda mais cinco anos.

PEDRO. Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

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