As disputas imperialistas sobre o norte da África resultaram na Convenção de Madrid, em 1880, que definiu uma “política de porta aberta” para o Marrocos, regulando os direitos de exploração da região para os franceses, alemães e britânicos. Entretanto, as ambições francesas e alemãs sobre esse território acabaram gerando uma acirrada disputa, tornando mais intensas as rivalidades entre os dois países iniciadas com a Guerra Franco-Prussiana (1870).
Em 1904, França e Inglaterra firmaram um acordo pelo qual os franceses reconheciam os interesses ingleses no Egito e, em contrapartida, recebiam o apoio inglês para a dominação francesa sobre o Marrocos, dificultando, assim, a ação dos alemães nesse país. Em 1905, entretanto, o kaiser Guilherme II desembarcou em Tânger, criando um impasse ao prometer preservar a independência do Marrocos.
A crise do Marrocos foi resolvida em 1906, na Conferência de Algeciras, na qual se confirmou a “política de porta aberta” aos franceses e alemães, porém com vantagens para os franceses, a exemplo da divisão do controle da política do país com a Espanha.
Em tal situação, o sultão do Marrocos subordinou-se ao domínio francês, que o auxiliava nos enfrentamentos dos chefes tribais rivais e das rebeliões muçulmanas. Afora os colonizadores novas crises entre imperialistas ocorreram em 1908, em Casablanca, e, em 1911, em Agadir, sendo solucionadas pela cessão do Congo francês à Alemanha, que em troca, abandonava suas pretensões sobre o Marrocos. Mesmo assim, permaneceu o descontentamento, pois os alemães consideraram pequena a compensação recebida, e os franceses ficaram inconformados por cederem uma área colonial.
Cláudio Vicentino. Gianpaolo Dorigo. História para o ensino médio. História Geral e do Brasil
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